Se aconteceram, é grave. Se não aconteceram… também é grave. O que não se compreende é o silêncio! Mesmo sob o pretexto de não querer desviar as atenções da aborrecida propaganda eleitoral, que nada traz de novo, e na qual só meia dúzia de indivíduos acredita, perante uma enorme plateia de muitos outros desiludidos e cansados, o silêncio incomoda. E incomoda porque parece encerrar algo de grave. Quando se fala de escutas, fala-se de um abuso de autoridade sobre um direito fundamental que é o direito à privacidade – liberdade individual. Há aqui um verdadeiro ataque à liberdade pessoal e institucional. E o que é mais importante que a liberdade? Será este direito fundamental menos importante que a propaganda eleitoral? Eu não confio em pessoas capazes de se servirem de um esquema tão baixo (mas não é disto que a política é feita?) para servirem os seus próprios fins. Nada justifica este acto que, para além de ser cobarde, não deixa de ser revelador sobre as pessoas que os ordenaram ou executaram. Mas não se sabe muito bem o que aconteceu. O Presidente da República, que já teve intervenções nacionais, a nível social, bastante oportunas, alertando para os problemas existentes e para a necessidade de uma intervenção, o que me surpreendeu bastante pela positiva, (e também a muitos outros!) esconde-se agora atrás de um silêncio revelador. Se as escutas existiram, e tudo revela que sim (a existência do processo facultado ao jornalista) tinha de ser necessariamente denunciada, independentemente da altura, uma vez que os portugueses não conhecem a natureza dos políticos, e esta diz tudo sobre os possíveis futuros governantes. Se esta situação pode modificar a situação política do país? Não sei… só para os indecisos, uma vez que as massas continuarão, independentemente do que o seu partido faça, a apoiar o seu partido (à semelhança do que acontece com os clubes de futebol). O que não se compreende é o silêncio. Ou este silêncio terá como estratégia o esquecimento do caso após a apoteose das eleições? Este caso já se vem arrastando há algum tempo, sempre acicatado com as mesmas respostas – as explicações que virão a seu tempo. Só a insistência da comunicação social impede o seu esquecimento. Agora, inexplicavelmente, aparece a notícia do despedimento do assessor de imprensa do Presidente da República. Porque não aconteceu logo na altura, quando o caso se tornou público? Porquê este compasso de espera? Isto é revelador de que o caso não existiu e foi tudo uma artimanha política desse assessor? Então, como se cria um processo do nada? É precisa muita imaginação. E isto é característica nunca encontrada num político. Daqui vai sair uma imagem deteriorada do próprio Presidente da República. Só ele vai perder com todo este problema! Se não for prejudicado por um lado, será pelo outro, isto é se não for o povo a fazê-lo pagar pelo seu silêncio serão outros a castigá-lo quando e se o fizer. Não é fácil!
Projecto Alexandra Solnado
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