Não fugimos à tendência geral. Estamos constantemente a ser bombardeados por propaganda que nos estimula ao consumismo. Mas, o que faz com que a propaganda seja tão eficaz assim junto das pessoas? O que leva as pessoas a deixarem-se deslumbrar pelo lado material da vida e que a publicidade tão bem explora? O que nos deixa um vazio tão grande nas nossas vidas, que necessitamos de preencher tão avidamente? Nunca fui uma consumidora compulsiva, até porque nunca tive dinheiro para tal. Também não há grandes bens materiais capazes de me deslumbrar a ponto de não resistir. Não me interessam. Passo bem sem muitos produtos que outros consideram fundamentais. Talvez por isso mesmo não precise de muito dinheiro para viver. Nunca precisei. As minhas necessidades restringem-se às mais básicas. Encontrei pessoas, ao longo da minha vida, que eram o oposto. Lembro-me de um casal, em particular, que me pediram dinheiro, para o “fiambrinho para o filho. Eles passavam com qualquer coisa mas para o miúdo não poderia ser assim.” Foi então que percebi como os meus filhos passavam bem com o simples pão com manteiga, nunca exigindo nada. Nunca me passaria pela cabeça pedir dinheiro a alguém para melhorar a comida dos meus filhos. Olhei para o miúdo que parecia pouco à vontade. Tive pena dele. Percebi tudo! Se a mãe e o padrasto não conseguiam gerir o dinheiro para eles, como o fariam com o rapazito, entregue aos avós paternos, que estava a passar uns dias com eles? Queriam cem euros ou mais. Prometeram devolver-me o dinheiro. Escusado será dizer que nunca mo devolveram. Nem mesmo quando precisei. Percebi que estava perante pessoas para quem o dinheiro nunca seria demasiado. São daquelas que se colarão a alguém ou prejudicarão alguém em benefício próprio. Não me enganei. Mais tarde, descobriu-se que enganavam a própria instituição, para quem trabalhavam, retirando pequenas somas de dinheiro. O contabilista deu por isso. Estava certo, mas desconfianças foram abafadas. Até porque o seu prestígio do casal dentro da instituição era grande. Mais tarde, conheci outros. Um desfile que terminou num ex-companheiro que, passando por cima da minha vontade, pegou em dois cartões de crédito que utilizou para além do limite. Mais tarde, apareceram outras dívidas. Algumas instituições financeiras avisadas por mim, que as coloquei ao corrente do que se passava, puderam safar-se de um indivíduo como ele. Outras, mais incautas e a ser vir a ganância das empresas, foram burladas por ele. Como explicar então a minha assinatura? Fácil! Como fui estúpida! Ele gabava-se de ser um perito na imitação de assinaturas. Aliás, gabava-se de imitar a assinatura de clientes, segundo ele, para evitar que os papéis andassem de trás para a frente, aliviando a burocracia. Como é fácil de perceber, não durou muito a relação. Está cheio de dívidas! O que é estranho é que tem dinheiro para as pagar! Não consigo perceber pessoas assim! Há pouco tempo apareceram para lhe penhorar o carro que lhe vendi porque não pagara a poucas mensalidades que faltavam! Como é possível haver pessoas assim? Como é possível que grandes empresas de telecomunicações aceitem parceiros a ganhar à comissão com um perfil destes? Não abona nada a favor delas! Será que não pensam estas pessoas? Como ficará a sua imagem se se descobrir a verdade? Sobretudo quando se vive da imagem… para enganar o próximo. Quanto às suas dívidas, estão à espera que as pague!
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