Já aqui falei dos novos valores morais espalhados pela nossa sociedade e que alimentam a vaidade humana e a fome de poder e de notoriedade e tudo o que hipoteticamente vem com eles. Do que eu não tinha dado realmente conta é do preço alto que muita gente parece ser tentada a pagar para conseguir isso tudo. E toda a gente parece ter um preço, a única diferença está na quantia mais ou menos elevada pela qual se vendem. E vendem-se pelas mais variadas razões, desde as mais mesquinhas às mais egoístas. E esta gente não tem consciência, poderemos perguntar. Ter, elas têm mas passam a vida a passar uma esponja de pretextos e justificações por ela para dormirem sossegadamente à noite. Depois, se olharmos à nossa volta as revistas, desde as mais sérias às mais banais, fazem o elogio das pessoas bem posicionadas na nossa sociedade, com retratos e um relato das suas vidas e daquilo que elas conseguiram na vida. Dá a sensação que não há mais nada no mundo a não ser estas pessoas: actores, cantores, empresários, jogadores… Chega a ser tão cega a fixação por estas pessoas, que elas são até incomodadas na sua privacidade. Não quero, com isto, tirar o valor a ninguém. Mas a vida é muito mais do que isto: fama e dinheiro. Mas tal parece escapar à maioria das pessoas que lêem estas revistas. Mas o que é mais grave é que muita gente frustrada passa a vida a sonhar com isto mesmo e até chegam ao ponto de não olhar a meios para conseguir o que quer. Então, sucedem-se as cenas mais caricatas a que assistimos, infelizmente, no nosso dia-a-dia, de pessoas a prejudicarem outras de toda a forma e feitio só porque pensam que, dessa maneira, conseguem atingir os seus objectivos egoístas. Vemos muitas pessoas a trabalhar, não só pelo prazer de desenvolver um trabalho bom mas também para conseguirem alguma notoriedade com ele. Nesta ganância de dinheiro e notoriedade, corre-se o risco de só olhar para cima com admiração, olhar à volta o que nos rodeia e quem nos rodeia com cobiça, e de esquecer daqueles que nada têm e que também fazem parte da vida, mas que nós tentamos ignorar por ser uma situação onde ninguém gostaria de estar. Como a ganância é muita e as pessoas esquecem-se que há muito para fazer, ou não querem ver, porque dali não vem notoriedade, (pensam elas), elas vivem fixadas na ideia de como chegar até essa fama, essa notoriedade tão amadas e que são a nova religião social. Para tal, elas furam por todo o lado, não olhando a meios para atingirem os seus fins… e dão-se casos lamentáveis de plágio, (como eu vivi ainda há pouco) de pessoas que, vestindo a máscara da amizade, se infiltraram na minha casa para conseguirem uma cópia de um conto que eu estava a escrever e que é o meu primeiro (ver http://fati-voos.blogspot.com ou http://narrativa.blogs.sapo.pt ). Como os outros, esquecem-se essas pessoas, não são parvos, acabam, mais cedo ou mais tarde, por os apanhar. O que eu acho um crime, é quando se dão exemplos destes a crianças e adolescentes, que têm o direito de conhecer outros valores muito mais nobres. E há que ter atenção às pessoas que nos rodeiam e a quem abrimos a porta da nossa casa, pois são essas as que nos podem prejudicar mais! Eu, que sempre deixei as portas e janelas abertas, noite e dia, agora, até as portadas das janelas eu fecho, quando escurece...
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