Nós, portugueses, para além de estarmos cada vez mais pobres, ainda temos de pagar a crise a torto e a direito. Não admira que o descontentamento e o desânimo reinem, apesar das invectivas discursivas, por altura das comemorações, daqueles que nos governam para, julgam eles, nos darem força... Não admira! Não sabem como é, por isso não sabem o que dizem. Para se conhecer a realidade deste país é preciso deixar o conforto dos gabinetes e pegar nos carros caríssimos, pagos com o dinheiro dos contribuintes, e rumar aos problemas quotidianos deste. Poderiam também tentar a aventura que é viver, mês após mês, com os salários que recebemos e fazer frente às despesas quotidianas que cada vez aumentam mais... (gastamos o mesmo e pagamos mais!). E o que é mais doloroso, chegando mesmo a ser angustiante, é vermos que estamos cercados de despesas às quais não podemos fugir. Algumas delas, nem sequer são anunciadas, sendo-nos descontadas nas contas bancárias onde estão sediados os nossos vencimentos. Pagamos por tudo e por nada! Todos nós conhecemos imensos factos, como por exemplo estes... Um dia destes, telefonei a um colega meu, solteiro, a viver com os pais, apanhando-o num dia de má disposição. Perguntei-lhe a razão dessa má disposição e respondeu que lhe haviam retirado cerca de cinquenta cêntimos da sua conta e ele desconhecia o motivo. Estava a pensar ir ao banco questionar tal facto. Há uns anos atrás, eu comprei uns títulos da EDP e TLP e, passados uns anos, eu tive de mudar de banco porque o que recebia de lucro dos títulos, não cobria o preço que pagava com as despesas bancárias pela sua administração. A última aconteceu um dia destes, quando fui ao banco receber a pensão de alimentos dos meus filhos e, qual não é o meu espanto, reparei que, de novo, em vez da quantia habitual que foi estipulada pelo tribunal, havia menos... Questionei o banco sobre a periodicidade desses descontos (chamemos-lhes assim!) e responderam-me que eram efectuados de três em três meses... assim, logo que depositam a pensão, esta fica imediatamente reduzida depois de lhe retirarem as quantias referentes ao "TRFDEBORD", ao "DESPTRF" e ao "IS" acabam as crianças por receber menos quinze euros e quarenta e oito cêntimos, de três em três meses... Ora, no IRS, temos de declarar a quantia ilíquida da pensão, pelo que acabamos de ser lesados em todos os sentidos, uma vez que declaramos dinheiro que não chegamos efectivamente a receber... É com estes factos que devemos seguir em frente alegres e contentes? Senhores governantes, ao menos deixem-nos viver o nosso desânimo em paz e sossego, sem balelas... respeitem isso.
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