Por muito que se faça, fica ainda sempre muito por fazer… Sempre que passamos por uma obra, vemos muitas regras de segurança, que mesmo não sendo peritos, percebemos que há falhas. Muitas vezes, começa pelo próprio patrão, que, tendo começado como trabalhador, já não observava quaisquer regras de trabalho. Depois, vem a adaptação ao material de protecção, e aos objectos usados na segurança dos trabalhadores… que, aliados à pressa de começar a trabalhar, ao cansaço, etc., acabam por ser descurados. Como alguém me dizia, há algum tempo atrás “Temos de começar uma hora mais cedo a trabalhar, só fazermos aquilo que eles querem!” Não é bem assim. Há objectos de sinalização que não é preciso tocar mais, quanto ao material com que se protegem, é só uma questão de hábito. E o problema reside aqui – no hábito! Falando com outra pessoa, cujo trabalho não implica os riscos do outro, sobre o aspecto da protecção e da segurança, ela conhecia toda a informação, mas, com a pressa, reconhecia que não as aplicava. Era tudo à pressa. Quando lhe falei no esforço do cumprimento dessas regras aprendidas, desde os primeiros tempos, que lhe facilitaria depois a vida, evitando possíveis futuros problemas de saúde, ela reconheceu que teria de fazer um grande esforço para não se esquecer de as cumprir. Isto lembra-me uma ideia defendida pela OIT, que defendia que esta sensibilização deve começar desde tenra idade. Os dois exemplos, acima ilustrados, vêm sublinhar essa mesma filosofia. Entendo que, mais do que regras, elas devem ser encaradas com a sensatez com que lavamos as mãos antes de comermos – uma necessidade. E esta sensatez deve guiar todos aqueles que trabalham, desde patrões a empregados. Todos ganham com essa preocupação. Os mais interessados serão os próprios trabalhadores cuja saúde pode ser afectada de forma que pode ficar incapacitado de trabalhar para o resto das suas vidas, e se olharmos às pensões recebidas do estado… Quanto aos patrões, é certo que também eles têm a ganhar, porque um trabalhador bem protegido, trabalha com mais desembaraço (facto observado pela OIT). Aqui há uns anos atrás, ainda não se ouvia falar tanto de segurança e já eu ouvia, ainda pequena, nas conversas dos adultos, as preocupações dos trabalhadores, cujo trabalho exigia o contacto com substâncias químicas, às quais se encontravam expostos, e dos medos que eles tinham dos acidentes. Como eu me lembro deste senhor, de meia-idade, que me mostrava a estreita arrecadação onde os frágeis recipientes de plástico, se encontravam arrumados e os apontava com o dedo, temendo tocar-lhes. O pior, dizia ele, era durante a mistura…
A segurança é um aspecto que toca a saúde de todas as pessoas, desde o emprego aparentemente mais inócuo, ao que envolve mais riscos e esforços físicos, e o bolso de todos os contribuintes, pelo que deve ser respeitada. Todos temos a ganhar com isso.
Projecto Alexandra Solnado
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