Nunca olhei a raças, credos ou culturas… sempre me concentrei na natureza humana. Como tal, consigo ultrapassar muitos dos preconceitos que dominam as sociedades. Não sou a única a fazê-lo. Como tal, aceito as relações homossexuais, assim como nada tenho contra a adopção de crianças pelos mesmos. Considero “BrokebackMountain" um dos filmes de amor mais bonitos da história do cinema. Qualquer relação baseada no amor é bonita. Sejam elas de natureza heterossexual ou homossexual. Defendo o direito à união matrimonial e à adopção. Há, no mundo inteiro, crianças necessitadas de pessoas, casais ou não, que as amem e protejam, seja qual for a sua orientação sexual. Sempre defendi que as crianças precisam antes de mais, de alguém que as ame e as proteja. E isso pode vir de qualquer ser humano dotado de boa índole, que possua uma enorme e verdadeira capacidade de amar. Porque, para além das diferenças, somos antes de mais, seres humanos. E é no ser humano que temos de apostar, independentemente das diferenças, que são menores, quaisquer que sejam. O que é mais difícil de perceber é a natureza do ser humano que temos pela frente. E, deixemos de rotular estes e aqueles, porque a maldade reside, muitas vezes, onde menos se espera. Ninguém é mau só porque é diferente. Eu não sinto os homossexuais diferentes de mim. Tenho amigos homossexuais, de ambos os sexos, que são excelentes pessoas e que precisam, como todos nós, de sorte para serem felizes. Alguns deles dariam excelentes pais, mais do que alguns heterossexuais que conheço e que, de pais, têm muito pouco ou mesmo nada. Tudo é relativo. O que temos é de deixar de rotular as pessoas, uma vez que isso não nos torna mais felizes ou aos outros. Um dia, ao falar de homossexualidade junto de adolescentes, estes mostravam-se muito renitentes, com a ideia de que aqueles eram pessoas doentes que andavam a perseguir outras para fins de natureza sexual. Há de tudo. Há heterossexuais que são doidos por sexo e há aqueles mais calmos. O mesmo se passa com os homossexuais. O que não podemos fazer é acusá-los injustamente de todas as perversidades só por serem supostamente diferentes. O que é ser diferente? Para mim, não é, certamente ser-se homossexual, é ser-se um monstro com rosto humano. Estes é que são perigosos. Por que o mal existe e o ser humano não é invulnerável ao mesmo. O facto de o exemplo ser marcante para a criança, isto não está bem estudado. Depois, qual é o mal de vir a ser homossexual? Não é crime. Na vizinha Espanha, já se evoluiu nesse sentido. Não muito, porque a lei não acaba com os preconceitos, mas ajuda. A pouco e pouco, a homossexualidade vai ser aceite e as famílias, constituídas por casais homo ou heterossexuais, vão poder confraternizar em harmonia, sem qualquer tipo de medo infundado. Há que avaliar o ser humano pela sua natureza, boa ou má, não pela sua raça, etnia, cultura, posição social ou inclinação sexual. O mal é transversal a estas diferenças anteriormente apontadas. A questão é saber onde reside o mal. E isso é o mais difícil.
Projecto Alexandra Solnado
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