Lembram-se da manifestação dos professores que reuniu mais de cem mil docentes num protesto que empalideceu o governo? Não valeu de nada. O objectivo dessa manifestação era evitar que este modelo de avaliação fosse imposto pelo governo aos docentes. Pois, mas não deu resultado… Muitos docentes entregaram os objectivos, pelo que está perdida a batalha. Os que não entregaram os objectivos, irão ser avaliados, por parâmetros criados pelos conselhos executivos das escolas e os seus números entregues na respectiva direcção regional, segundo um membro do sindicato. Digo batalha, para não ser pessimista, porque poderia mesmo avançar que se perdeu a guerra. Sim, porque assim que começaram os primeiros a entregar, outros, dominados pelos mesmos medos de represálias, fizeram o mesmo. O modelo de avaliação, copiado do modelo chileno, segundo fontes aparentemente seguras, está como o toyota – veio para ficar. A ironia reside no facto de, segundo outra informação, este modelo ter sido recusado pelos docentes chilenos, que se uniram contra ele.
Isto recorda-me uma conversa tida, há dias, com uma colega que se lembrava de, há alguns anos atrás, ter estado numa escola unida onde todos faziam greve. Isto é, os efectivos juntavam-se à luta dos mais novos e vice-versa, numa solidariedade que ela testemunhara e da qual tinha, manifestamente, saudade. Pelo contrário, eu não tenho, infelizmente recordações dessas. A primeira fez que fiz greve, foi para me juntar à luta dos efectivos, num gesto de solidariedade. Uns meses depois, foi decretada greve destinada a exigir alguns direitos básicos para os contratados. A greve foi feita no local de trabalho, onde se encontravam efectivos, prontos para se lançarem ao trabalho. Nenhum problema. A greve é um direito, que só é usado por quem quer. O que mais doeu foi perceber, nas palavras de uma docente, com uns bons anos já de leccionação, a divisão do corpo docente. Ela dizia que cada qual luta pelos seus direitos. Neste caso, a luta era comum. A cisão da classe já sentida, há uns anos atrás, continua. O que não faz sentido, é uma manifestação daquelas terminar numa entrega tão pouco digna, para os mesmos. Por acaso, e apesar das experiências vividas neste aspecto, tenho de admitir que, por momentos, ainda tive esperança que todos se unissem, e conseguissem levar a sua vontade avante. Essa esperança durou pouco… a vida ensina muito, para perdermos tempo com esperanças.
Projecto Alexandra Solnado
links humanitários
Pela Libertação do Povo Sarauí
Músicos
artesanato
OS MEUS BLOGS
follow the leaves that fall from the trees...
Blogs
O blog da Inês
Poetas