opiniões sobre tudo e sobre nada...
Domingo, 6 de Setembro de 2015
Evolução

Será que podemos falar de evolução? Evoluímos mesmo? Evoluímos de que forma?

Se deitarmos um olhar pelo desfile histórico percebemos que a evolução é relativa. Se falamos de evolução temporal, essa é verdadeira, não pára, até ao final dos mesmos. Se falamos de evolução científica e tecnológica também se vê modificações. Mas evolução, do ponto de vista humano, houve?

O homem continua a olhar para fora de si e não para dentro de si. E mesmo assim não se vê grande modificação no que o rodeia. Na natureza vêem-se os efeitos negativos na natureza que são cada vez piores. A ganância humana, que é de todos os tempos, continua cada vez maior uma vez que o progresso tecnológico ajuda a isso. Não há modificação.

No aspecto político, continuamos com os sistemas antigos: democracia grega, ditadura, república ou monarquia. Todas elas defendendo a hierarquia social e os interesses de alguns homens. Se as leis se mostram ambiciosas no plano laboral, há sempre uma tendência a voltar aos tempos da política selvagem que defende os interesses dos mais ricos. Não há qualquer modificação.

Socialmente não existem modificações. Existe a mesma hierarquia medieval em que os títulos nobiliárquicos ainda prevalecem como que à espera de voltar a tempos monárquicos pelo que vivemos uma democracia disfarçada. (As revistas fazem alardo desses títulos.) Se assim acontecer, não há modificação, pois é um regresso a uma ordem social e política já conhecidas.

Economicamente falando, os mais ricos dominam os mais pobres com salários baixos incapazes de fazer face ao custo de vida aumentando assim o abismo entre ricos e pobres. E não parece haver nada a fazer nesse sentido uma vez que não há consciência ou vontade de mudar o cenário. Os mais ricos não querem abrir mão dos seus privilégios e têm que os alimentar. (Como não podem aumentar salários quando as peças de roupa, por exemplo, compradas em lojas e fabricadas em países onde os salários são muito baixos e onde as peças saem a um preço muito apelativo, e são vendidas a preços elevadíssimos?) Por outra parte, os mais pobres necessitam do dinheiro para sobreviver seja pouco ou muito pelo que se sujeitam a trabalhar em troca de salários que mais parecem esmolas.

Na escravidão também não há qualquer modificação. O homem continua a explorar o próximo seja com salários baixos seja usando-o como mercadoria. (O tráfico humano e de mão-de- obra). Há leis que o combatem mas não são suficientes  já que os resultados parecem longe do desejável. E os esquemas são cada vez mais variados e prejudicam sempre as camadas mais desfavorecidas já que são as mais desesperadas economicamente (salvas sempre as excepções que por definição são poucas e às vezes inexistentes).

Em que evoluímos então?

Será que o próprio homem tem medo da mudança? Ou serão apenas alguns, aqueles que podem perder algo com essa mudança? Não estará o problema também nas classes mais baixas que em vez de olhar para baixo e em redor do seu patamar social se limita a olhar para cima? Não será alguma imprensa culpada disso? Não serão essas publicações periódicas a nova “droga do povo” alimentando sonhos que são a continuação das histórias de príncipes e princesas que nos contaram ou lemos na nossa infância, esquecendo que o interesse desses contos é a moral da história e não as suas personagens?



publicado por fatimanascimento às 14:11
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Sexta-feira, 4 de Setembro de 2015
Eleições e pensamento

Todas as maiorias ou as minorias emparceiradas trazem todo um cortejo de clientalismo mais ou menos longo que temos de suportar durante os quatro anos seguintes às eleições. Não são só os rostos visíveis, há toda uma corrente subterrânea que é catapultada com eles! E atenção a estes porque fazem toda a diferença na vida de uma pessoa... Há instituições mais ou menos abertas ou mais ou menos inovadoras consoante a natureza das pessoas que ocupam esses lugares menos mediáticos cujo acesso já foi explicado atrás. 

 

Também já tinha percebido que nós só somos pessoas enquanto precisam do nosso voto. E depois disso?Somos apenas um número mais... Não sabem que existimos e duvido que queiram saber... Em Junho soube que ficaria mais um ano no desemprego, o segundo. No primeiro ano, e depois de um tempo a lutar contra uma aplicação electrónica, que por vezes gravava a informação e outras não, acabei por não conseguir submeter a candidatura e... fiquei excluída dos concursos. Este ano, (para evitar a repetição do erro) depois de ter ido ao ME pedir ajuda devido à mesma aplicação (o último ano que lá me desloquei ainda havia computadores à disposição dos professores que não tinham as condições técnicas ideais para se candidatarem por essa via e até pessoas disponibilizadas para facultarem ajuda com o software da aplicação. Mas isto creio que foi antes da mudança política). O meu espanto foi imenso. Não só não havia computadores como a ajuda era só uma mera explicação. Mesmo entendendo que a dificuldade era técnica disseram-me que pedisse aos vizinhos, amigos ou conhecidos para usar o computador deles. Que me desenrascasse, foi o que me foi dito. E se o problema se repete, como faço? Encolheram os ombros. Desorientada desabafei com a recepcionista. Esta já assistiu a tudo durante o tempo que lá está.  Muito amavelmente procurou na net um local perto do ME onde pudesse preencher os campos negados pela aplicação. Descobriu uma biblioteca em Belém. Dirigi-me ali e puseram à minha disposição um computador. O problema resistia às minhas tentativas de solução. Quando tudo me pareceu pronto, ainda havia um campo que pedia para ser gravado. Depois de várias tentativas, a aplicação deixou de pedir a gravação do campo. Estava resolvido!, pensei. Submeti a candidatura. Passados dias, a escola que faz a validação dos meus dados na aplicação, pedia outra data da conclusão do estágio que não o dia 1 de Setembro. Emendei o campo e, qual não foi a meu espanto, percebi que o outro campo pedia ainda a sua gravação. Depois de tanta insistência ainda não gravara os dados nele contidos? Voltei a carregar no botão que dizia “gravar”. Como nesta fase éramos menos, o campo pareceu gravar-se. Não houve mais problemas. Um dia, numa segunda-feira, recebo um email da subdirectora da educação, tinha sido enviado na nessa sexta pelas sete horas, dizendo que tinha até às zero horas desse dia, para aceitar a colocação em QZP, que, para quem desconhece, cria vínculo ao ME. Como verifico todas as manhãs as mensagens recebidas, aquela, enviada no final da tarde, passou-me despercebida. Com isto, perdi o vínculo, e a possibilidade de continuar em concurso.

 

Como já sou velha nestas andanças, ainda me lembro de outras eras em que o ME tinha pessoas na direcção que se preocupavam com os professores e faziam de tudo para os ajudarem. Cheguei a receber a colocação por sms no meu telemóvel e bastava conferi-la consultando as listas. (Se isto me tivesse sucedido, a verdade é que não estaria nesta situação. Eu e outros!) Lembro-me de salas com computadores e pessoas destinadas à ajuda de colegas com problemas técnicos e de software. Tudo isto despareceu. No primeiro ano (foi o ano passado) que fiquei excluída dos concursos, escrevi uma carta ao ME explicando a situação e recebi uma resposta de onde sobressaía a sobranceria e a única preocupação que era a de “sacudir a água do capote”. (Foi o ano em que as colocações ficaram tristemente célebres devido à fórmula de cálculo que fez com que professores com menos tempo de serviço passassem à frente dos outros.) Guardei essse email e não sei porquê. Talvez porque represente tudo o que uma instituição estatal não deve ser. Este ano, e depois de ter ido ao ME perguntar qual seria a “condenação” por não ter aceite a tempo a colocação e saber do desastroso resultado, ainda tenho as pessoas do mesmo órgão institucional pedindo uma carta com aviso de recepção dirigida ao directora geral para anular a “colocação obtida no âmbito do cncurso para o ano escolar 2015/2016 e da impossibilidade de ser colocado em exercíco de funções docentes durante o ano escolar de 2015/2016”. Ora, sabendo que as normas são tão claras a esse respeito, pois dizem que não sendo a colocação aceite nesse período de tempo é como se tivesse rejeitado a mesma, não entendo porque necessitam da minha carta com a intenção de a anular. Na verdade, ainda tive a esperança que tivessem encontrado uma alternativa à desgraça que criam essas normas na vida de uma pessoa. Nada. Ninguém se interessa.

 

Por isto tudo, há que pensar no que aconteceu nos últimos quatro anos na vida de cada família portuguesa e pensar seriamente se queremos continuar nessa linha. Eu não gostei da experiência que me foi altamente nociva em todos os aspectos. Fiquei com uma péssima impressão! Só espero que as pessoas que lhes sigam naquela e noutras instituições estatais aprendam que votos são pessoas e não pedaços de papel metidos numa urna. E que aprendam que conforme as tratam assim serão tratadas pois necessitam do povo para seguirem nos cargos ainda que esses cargos sejam ocupados por oferta pois essas pessoas fazem parte do clientalismo associado aos rostos que vão a votos.



publicado por fatimanascimento às 00:15
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