Privatizações: uma forma de receber impostos sem qualquer contrapartida social? Um lavar de mãos da responsabilidade social?
Todos já percebemos que muitos dos direitos conquistados com o 25 de Abril estão a desaparecer a uma velocidade vertiginosa. O que demorou a construir, leva pouco tempo a destruir. E é a isso que temos vindo a assistir. Não há diferença entre público e privado desde que haja honestidade e visão. Da primeira não vale a pena falar, a recente história financeira do país tem numerosos exemplos. O problema? O dinheiro público é sempre o sacrificado à má gestão pública e privada. Os contribuintes perdem o dinheiro que confiadamente entregaram aos Bancos, ao verem-se confrontados com a falência e a mentira e, ainda por cima, vêem o dinheiro dos seus impostos, enterrado nos mesmos Bancos que desviaram as suas economias. Outra questão se coloca… Como acreditar em instituições que se desacreditaram a si próprias? (Como acreditar em pessoas que dão o dito por não dito?) Do mesmo modo, os políticos caíram no descrédito… Muita gente já não vota nos rostos conhecidos pensam fazê-lo quando apostarem em caras novas. (Mesmo assim, nada nos garante que estas não sejam a continuação das outras.) Resultado: está tudo posto em causa e o pior é que os governantes parecem ainda não ter dado conta disso.
E como se isto ainda não bastasse, temos agora a escolha das privatizações que parecem ser a única alternativa ao descalabro de uma política económica desastrosa. O problema é o critério destas privatizações… parecem estar a vender o país em leilão…
Depois de uma tsunami de privatizações que avassalou o país e o pôs nas mãos de estrangeiros, cujo intuito é unicamente o lucro (electricidade, gás, água…), outras parecem estar na forja. Um exemplo disso é a privatização parcial da nossa companhia aérea. Antes disso, porém, deparei-me com uma notícia que avançava com a ideia de privatizar a educação, a saúde e… os bombeiros. (Bem, nós já pagamos tudo ou quase tudo nos hospitais. A saúde já é praticamente privada e as seguradoras não param de aliciar os possíveis clientes com seguros de saúde. Para que tem pouco ou nenhum dinheiro, esta não é a solução ideal.) É como se os governantes não soubessem resolver a crise sem se livrarem dos serviços públicos ou se servissem da crise para se livrarem de despesas! Ora, se deixamos de ter contrapartidas, para quê pagar impostos, que, ainda por cima, são dos mais altos da Europa? Servirão apenas para aumentar os salários dos governantes e do seu interminável clientelismo? E o que acontecerá quando estivermos entregues a nós próprios, com os ordenados miseráveis que temos, e com todas as despesas de saúde que são anormalmente caras? Será que pensarão aumentar os ordenados dos trabalhadores, como acontece na Suíça, onde os ordenados são suficientemente altos para as pessoas poderem fazer face a todas as suas despesas sem angústias?
Não será o problema dos políticos e gestores a visão curta e estreita que demonstram em cada decisão? O que pensar de pessoas que, por qualquer razão obscura, estão a destruir serviços públicos admirados na Europa, substituindo-os por algo nada promissor? A razão? A poupança… mas será que estão a fazer os cortes nos sítios certos?
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