opiniões sobre tudo e sobre nada...
Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2014
Obamacare
Grande furor. Grande expectativa. Desilusão! Injustificado furor! Lei pouco ambiciosa! Mas se esta desencadeou tamanho furacão, imagine-se uma mais radical!
Na memória a tentativa de Clinton. Pretendia a reforma do sector da saúde. Não me lembro do desfecho. Lembro a luta. Nada mais. Pela tentativa de Obama, não conheceu êxito. Anos depois. Obama tenta uma lei. Parecida. O mesmo objectivo. Aprovação difícil. Uma explicação. Grandes interesses económicos por trás de tal recusa. Incompreensível a posição dos republicanos. Não do Tea Party. Ala direita extremista dos republicanos. Não surpreendem ninguém. Pela positiva. Defende os direitos dos privilegiados. Com uma visão estreita ou inexistente do mundo.
Esta medida vai beneficiar os pobres. (Pensei ser mais ousada pela oposição recebida. Nada disso.) Também a classe média. Esta medida não seria necessária não fosse a pobreza e as carências da classe média americana. Não percebo. Politicamente, os Estados Unidos, país reconhecido como maior potência económica mundial, tem um programa de saúde que lembra um país do terceiro mundo. Os mais pobres não têm possibilidade de pagar os seguros. Estão desprotegidos. Tentativa de Obama de colmatar uma falha grave num país assumido como defensor dos direitos humanos. E o direito à saúde? Não está defendido na Carta dos Direitos Humanos? O partido republicano americano não leu essa parte? Só os mais ricos estão abrangidos por seguros caríssimos. A classe média alta, quando se trata de doenças crónicas ou fatais, pode também perder tudo nos tratamentos caros de longa duração, reduzindo-se a uma pobreza forçada. Continuo a não perceber os republicanos pactuantes com o boicote da aprovação do orçamento. O que os leva a colocar em perigo o próprio país? A defesa dos interesses financeiros já referidos? Os seguros ganham muito dinheiro com o programa actual de saúde. Por que não continuam os grandes magnatas com o sistema de seguros e deixam criar o “Obamacare” para as classes mais desfavorecidas? Que ideais maquiavélicos dominam os políticos americanos de direita? Quem se revê, a não ser os mais ricos ou os racistas, na posição dos republicanos? Quem vota nestes políticos? (E têm medo de perder votos? Como li algures?) Não me revejo nesta ideologia. Sendo a nação americana uma nação solidária, são os primeiros a ajudar outros povos em dificuldades, não saberão que a caridade começa em casa? Esta posição republicana só vem favorecer a imagem do presidente Obama e do partido democrata. Ficam para a História como os defensores dos mais desprotegidos. E a História julga os actos friamente. Na distância do tempo. Como querem os políticos republicanos ser recordados? Ou são indiferentes a esse aspecto? Se assim for, o caso é mais grave do pensava. Pertencem à classe dos que “têm medo mas não têm vergonha”. Há pessoas assim em todos os sectores da sociedade. Do mundo. Pessoas que jamais deveriam ocupar cargos políticos ou outros quaisquer. Não fazem diferença nenhuma. Só empatam. Não deixam criar um mundo melhor. Um mundo onde todos tenham um lugar. São o prolongamento mesquinho do passado. Injusto. Cruel. Infame.
Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2014
A prisão dos activistas do Greenpeace
O planeta não é de ninguém. Não foi criado por seres humanos. Foi criado para os seres humanos. É de todos. A natureza não tem fronteiras. É universal. O Homem é só um dos muitos inquilinos. Os homens levantaram fronteiras imaginárias. Pintaram-nas no mapa. Mas estas só existem aí. Os seres humanos reclamam a posse de tudo quanto está dentro dessas fronteiras. Talvez imaginando que nada nem ninguém poderá, sem consentimento, interessar-se pelo que lá se passa. Ideia estranha.
As maiores interessadas, por esta ideia compartimentada do mundo, são as multinacionais que não respeitam regra alguma que a da sua própria ganância. E esta, sabemo-lo bem, sempre foi a perdição do ser humano. Os países, pelo menos alguns, parecem apoiar esta política ultrafronteiriça daquelas companhias. Mas o planeta é dos que a habitam. E, quando existe um problema ambiental, este não se cinge às fronteiras do país responsável pelo desastre. As armas químicas usadas na Síria ou na Guerra do Iraque contendo materiais letais criados em laboratório com o único intuito de matar seres humanos, não ficaram confinados ao ar desse país. Os ventos semeiam essas armas letais pela atmosfera do planeta. O mesmo acontece com as matérias poluentes levadas pelas correntes marítimas. Ora, tendo consciência disso, percebe-se que o que acontece do outro lado do mundo não deixa impunes as pessoas do outro lado do planeta. E não se conhecem as consequências dessa rotatividade. Logo, pode-se dizer que o planeta é uno apesar do que defendem e nos querem fazer crer as autoridades dos diferentes países. Visto este assunto por este prisma, podemos perceber que os activistas do movimento Greenpeace (e outros) defendem algo que é património de todos os seres humanos. Representando, e defendendo, um total de biliões de pessoas não se pode dizer que esteja a cometer um crime aos olhos da humanidade quando se insurge contra a perfuração do Ártico ou outras matérias ambientais. Está a defender a pátria máxima que é o planeta. A natureza é a nossa casa. Não poderemos sobreviver com ela suja. Não sobreviveremos com ela morta. Ninguém. O dinheiro não consegue tudo. Daqui poder-se-á inferir que os activistas deveriam ser homenageados pela coragem não fosse a política das multinacionais, apoiada por alguns países. Só à vista destas e da sua ganância se podem criar acusações absurdas que mais não fazem do que tentar amedrontar os cidadãos do mundo usando estes como exemplo e querendo, sem motivos aparentes acusá-los dos mais variados crimes (já terão chegado a um consenso ou ainda andam à procura de acusações que se possam encaixar naquela situação?) É vergonhoso! É o ser humano a agir numa das suas formas mais vis. Vamos actuar e apoiar estes activistas ou vamos deixar que nos amedrontem e ficar calados pactuando com esta situação ignóbil? É a nossa vida e a nossa sobrevivência que está em jogo não é só a vida deles!