opiniões sobre tudo e sobre nada...
Domingo, 25 de Agosto de 2013
13 mil professores com horário zero!
O número 13 parece não dar sorte a este governo! Mais um problema. O número é alarmante! Temos de pensar que são professores efectivos sem horário lectivo! Como resolver esta situação? Estes são obrigados ao concurso interno para resolver a situação. Provavelmente, irão ocupar um horário numa outra escola que lhes caberá, por direito, no resultado do concurso. Esta solução resolve a situação destes candidatos para abrir outro fosso – o dos contratados.
Sendo este concurso anterior ao dos contratados, irão ocupar vagas que deixarão de existir no concurso seguinte, o que vai aumentar o desemprego entre os contratados. É a solução restritiva para um governo cuja palavra de ordem é – austeridade! A sensação que temos, nós que estamos do lado de fora, é que os cortes são feitos de forma desesperada. Por exemplo, o das escolas fechadas que reconduzem os alunos para escolas, muitas vezes, distantes do local de residência, fazendo com que os alunos percam imenso tempo nas viagens o que aumenta o cansaço e diminui consideravelmente (e muitas vezes irremediavelmente) o rendimento escolar. Sendo, ou devendo ser estes a principal preocupação do ME, vemos que são os principais prejudicados. Depois a ideia de aumentar o número de alunos por turma não vem ajudar em nada!
Ora, ouvi dizer que os professores com horário zero poderiam ser usados nos apoios a alunos com dificuldades de aprendizagem e a outros com baixo rendimento escolar. Não está mal visto, embora não creia uma vez que estes docentes terão acesso aos horários escolares antes dos contratados. Contudo, e se assim for, temos de ver onde se vão colocar essas horas destinadas ao apoio. Vão fazer-se horários próprios onde essas horas sejam incluídas nos horários dos alunos ou basicamente resumir-se-ão ao tempo extra-curricular do final do dia? Se for este o caso, estão a ser acautelados os interesses dos alunos sujeitos a transporte escolar que não se podem atrasar nem mais um minuto precioso que lhes pode valer a perda do valioso transporte? Serão essas horas destinadas a disciplinas consideradas nucleares ou incluirão outras também necessárias ao aproveitamento de cada aluno? Serão essas horas distribuídas pelos cinco dias úteis da semana ou só alguns dias?
Agora, outra visão do mesmo problema que pode afligir os mais preocupados com a crise e os gastos: aproveitar esses professores (que são grande parte da fatia dos recursos humanos disponíveis) e acrescentar a estes outros para evitar o aumento dos alunos por turma? Não seria mais fácil do que falar de apoios? As turmas mais pequenas não evitariam a existência de apoios? Ao tentar poupar não se estará a desperdiçar antes dinheiro mal empregue e recursos humanos valiosos?
Quinta-feira, 22 de Agosto de 2013
O caso Snowden
Este é um caso de consciência versus segurança. Como membro da NSA, este homem percebeu a violação de privacidade, sem justificação, dos cidadãos americanos. (E não só!) Ao que consta, nenhum dos espionados era suspeito de ligações a organizações de terrorismo. Logo, isto significa um abuso de poder daquela organização. Mais grave ainda, esta continuou a operar depois de este tipo de procedimento ter sido interdita por um tribunal federal. Isto mostra bem o tipo de pessoas que trabalham para aquelas organizações e a falta de escrúpulos que os caracteriza. (Com que intuito eram espionadas pessoas?) É evidente também que nada os detém subtraindo-se a todos os poderes institucionalizados. O que aconteceu, graças a Deus, é que há pessoas como este operador da NSA, com consciência, que percebeu estar a realizar um trabalho que ultrapassava em muito o âmbito do seu trabalho. Fez bem em denunciar. São pessoas como ele que dão credibilidade a organizações e a países. (Afinal, gostariam de viver em países onde operam pessoas como Snowden ou como os outros colegas seus, sem escrúpulos?)
O que não compreendo, foi a caça a homem realizado pelos Estados Unidos, quando se deveriam congratular em ter homens como ele. Esta actuação por parte do seu país, só mostra que ele estava certo ao tomar as medidas cautelosas. Não foi a denúncia do caso de espionagem por parte de Snowden que fragilizou a imagem dos Estados Unidos no exterior, foi a forma de reagir das autoridades deste país, a do presidente Obama incluída. (A última notícia foi a detenção para interrogatório do companheiro de Snowden e o assalto aos arquivos de um jornal?!) Acho que o presidente credível teria de dizer aos seus cidadãos que iria pedir uma investigação para apurar responsabilidades. Não era fazer o que ele fez: pedir ao homem que se apresente nos Estados Unidos, quando todos já percebemos que o que o espera é o mesmo tipo de tratamento que a NSA teve para com os cidadãos que deveriam proteger e acabaram por agredir com tal procedimento. Neste caso, nem o presidente Obama, sempre razoável e sensato, se mostrou à altura. Que decepção! Saber que estamos entregues nas mãos destas pessoas, não nos traz qualquer tipo de tranquilidade. Muito pelo contrário! Como diz a sabedoria popular “estamos entregues à bicharada!” (Será que os meus emails foram interceptados????)
Toda a ficção literária que teme o pior, parece ganhar corpo com estes procedimentos!