opiniões sobre tudo e sobre nada...
Sábado, 20 de Outubro de 2012
Crise, produtos e comércio

Esta crise está a matar o comércio interno. É do conhecimento geral. As pessoas resumem-se ao que é essencial. E, dentro do essencial, preferem o que custa menos. Não é uma escolha, é uma obrigatoriedade, uma defesa. Os produtos brancos continuam, e agora mais do que nunca, a ser os preferidos na hora de comprar. As empresas que, para além do mercado interno, também exportarem para fora, não estão melhores. Para além da concorrência interna dos produtos brancos, têm a concorrência dos outros produtos idênticos ou iguais mas de outras marcas, e provavelmente também mais baratos. Por isso, a exportação também não será solução para empresas em tempo de crise. Também não se pode apostar na qualidade dos produtos. Com a classe média empobrecida, das duas, uma: ou as classes mais ricas compram a mais, de forma a suplantar o buraco criado pela quebra desta classe, isto é, compram a dobrar ou a triplicar para compensar a falta de vendas ou a empresa enfrenta as dificuldades até onde puder, tentando evitar o fantasma da insolvência. Também, e ao contrário do que se possa pensar, a qualidade do produto já não é, só por si, a alavanca da escolha. Não havendo dinheiro, o estilo de vida decresce. Assim, todos os compradores fiéis de um determinado produto, vêem-se obrigados a optar por outros, desconhecidos, para o mesmo fim. Já nem há espaço para aquela solução do encolhemo-nos aqui para dar para ali! Não há alternativa. A crise ditou as regras do novo mercado: compra-se forçosamente o mais barato e o mínimo paras se cegar ao fim do mês sem surpresas. Deixámos de viver para descermos desesperadamente ao limiar da sobrevivência. Afinal, mais medidas de austeridade já foram anunciadas e sem a certeza de que sejam eficazes. Quase de certeza de que não serão! Afinal, a equipa está a jogar com regras ineficazes e não há vontade de as mudar! Logo, a seguir a estas medidas, virão outras ainda mais duras e assim por aí fora… até o país não poder mais ou, melhor dito, até o povo não poder mais. E com medidas mais duras virão consequências mais duras para a nossa economia até… à falência do país?

Depois, e apesar dos tempos difíceis, não vemos o mundo mais humano. Algumas pessoas debatem-se desesperadamente para manterem o seu nível de vida o que as torna gananciosas e insensíveis. Só pensam nos aumentos fiscais e dos bens essenciais e na forma de melhor os enfrentarem sem pensarem nos mais desfavorecidos levando-os a exigir destes esforços escusados. Falo do caso particular dos professores contratados e deslocados do seu local de residência e que estão a viver duas vidas com apenas um ordenado…



publicado por fatimanascimento às 15:37
link do post | comentar | favorito

Sexta-feira, 5 de Outubro de 2012
A violência da indignação

Nestes tempos conturbados, em que o poder está a ser mais questionado do que nunca, há que repensar todo o sistema político.

Todos temos um problema quando chamados às urnas em época de eleições: vemos as caras mas não vemos corações! Vemos a fachada, mas não vemos o interior! Não escolhemos as caras, são-nos impostas pelos partidos. E nem é sempre o melhor a ser escolhido, geralmente é o que tem mais apoios internos. E apoios em troca de quê? Sim, não vamos ser ingénuos a ponto de pensarmos que alguém, neste meio, faz algo por outrem sem esperar recompensa em troca. Se a pessoa escolhida para secretário-geral de um partido, ganha as eleições nacionais, ganha também um lugar privilegiado que lhe abre as portas do poder.

Ninguém é eleito com o intuito real de servir, todos esperam ser servidos! Esperam que acatemos o que nos impõem, sem protestos, porque, segundo eles, só os mesmos é que sabem! Ora, quanto mais leio, mais percebo que os escolhidos nada sabem, que a sua sabedoria recai sobre meras teorias cuja practibilidade não é mais do que um tactear de terreno! Depois, e para além disto, há todo um clientelismo, angariado durante a fase da procura de lugar de destaque dentro do partido, com todas as regalias inerentes. (Mais tarde, vêm os “cunhacimentos”!) E, por vezes, são tantos que há que inventar maneiras de os contentar! Nem que seja inventando parcerias público-privadas, altamente desvantajosas para o Estado, ou seja, para todos nós, servindo apenas para enriquecer ou privilegiar financeiramente os amigos e conhecidos! Depois de um governo altamente ruinoso, sucede-lhe outro que, aparentemente, tenta retirar o país do fosso financeiro, sem olhar a injustiças fiscais! No meio de todo aquele protesto, poderia ter sido lançada a ideia da igualdade fiscal. Lembram-se dos nove por cento descontados pelos gestores? Dá mais jeito a nós, que ganhamos menos! Mas se não lhes quiserem aumentar a percentagem de desconto que se lembrem de descer a nossa percentagem ao nível da deles! É preciso que façam tudo sem batota! Não é arranjar outro meio para prejudicar os contribuintes desprotegidos, arranjando outra forma de lhes ir tirar o dinheiro… Jogo limpo e todos a descontar o mesmo!

Também há que repensar o próprio sistema político-partidário, de forma a acabar com o nefasto clientelismo. Talvez a responsabilidade governativa deva ser reportada a uma só pessoa apartidária, candidata ao governo do país, e não a um partido! Essa pessoa arranjará uma equipa da sua confiança para governar sem constrangimentos de espécie alguma!



publicado por fatimanascimento às 22:45
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
Julho 2018
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
26
27
28

29
31


posts recentes

Cidadãos de primeira e… d...

Que têm em comum Camões e...

Só anda descalço quem que...

"Bullies" /Predadores hum...

O que é a poesia?

Monarquia versus repúblic...

Meninas mulheres

sociedade e desigualdade

“Vai abrir a porta, filha...

Verdade, jornalismo e… co...

arquivos

Julho 2018

Outubro 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Agosto 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

tags

todas as tags

favoritos

A manifestação de Braga

links
blogs SAPO
subscrever feeds