Não vejo vantagens na troika. Isto é, pelo menos, não via! E também continuo a não ver. Confusos? Eu explico!
O único aspecto positivo, se é que o há, é o de obrigar os países prevaricadores (os seus governantes) a terem cuidado com os gastos internos. Como é possível que se gaste mais do que se ganha? Ainda por cima, não se vêem resultados práticos! Não entendo como é que as em pesas públicas são devedoras e a única razão que me ocorre é a sua qualidade de “públicas”. Dá-me a sensação que todos os directamente ligados a elas vêem, nas mesmas, uma espécie de terra de ninguém com a qual os envolvidos ganham sem se preocuparem a dar a ganhar à própria empresa. Só assim, consigo explicar este défice financeiro que só pode ser ultrapassado, mais cedo ou mais tarde, com os dinheiros, também eles, públicos! Esta parece ser a única garantia daquelas pobres empresas! Enquanto não estiveram pessoas não só competentes como honestas à frente das mesmas, não se pode esperar nada! Bem, a Troika veio pôr algumas regras a este clientelismo desenfreado que se alimenta das pobres empresas públicas onde uns ganham quase tudo e outros quase nada! Esta diferença faz com que o país pague a pobreza que nele grassa! Nenhum país pode ser rico quando a maioria da população vive na miséria! Pode ser aparentemente rico. Nada mais. É uma falsa riqueza! Será que ninguém compreende isto? Vejamos o exemplo da Suíça onde um elemento ligado à saúde, daquele país, diz que não tem grandes despesas com a mesma porque a população tem forma de contribuir, ela própria, uma vez que a população ganha bem para tal. Qual de nós pode dizer isso? Neste momento, não temos dinheiro e muitos nem para pagar a saúde. Quem vai pagar as despesas de saúde senão o estado que somo nós todos, enquanto contribuintes? E quem ganha com isto? Ninguém!
Mas voltando à Troika… Por que é continuo a não acreditar nesta? Para além das razões já conhecidas, nas posições por mim tomadas, continuo a não acreditar porque esta só funciona se e quando houver pessoas de boa vontade no governo e noutras posições chave neste país. Sim, porque as pessoas antes de serem governantes ou administradores são pessoas e estas fazem a diferença toda, onde quer que estejam!
Li, há pouco tempo, uma reportagem sobre um país nórdico que poderia servir de exemplo à restante Europa! Trata-se da Noruega! Um país que consegue, apesar da crise internacional – perceba-se – manter um nível de vida elevado aos seus cidadãos. Como é possível uma proeza destas, quando a restante Europa agoniza? O que faz com que os países nórdicos sejam, em termos, financeiros e económicos tão diferentes dos do sul, sempre enfrentando crises que, quando não são políticas, são económicas? O segredo parece estar numa boa gestão do país! Sim, senão pensem: há países com bastantes recursos naturais onde este estado de graça não acontece. E se pensarmos bem, exemplos (pela negativa) não faltam! Voltando à Noruega. Há vários recursos naturais que permitem este bem-estar social, mas isso não é tudo! É claro que todos os bens naturais estão bem geridos! Para além de bem pensada, esta gestão é feita por pessoas visivelmente honestas! O dinheiro do petróleo não é propriedade do estado, mas está pensado para toda a comunidade norueguesa. E são administrados por gestores nacionais que os rentabilizam, rejeitando toda a intervenção de multinacionais estrangeiras no país. Há também (tudo leva a crer) toda uma honestidade profissional e uma distribuição equilibrada da riqueza que deveria ser admirada pelos outros países. Na vida dos noruegueses não há vaidade que leve à ostentação. Mesmo a arquitectura é pensada em termos práticos. A ópera norueguesa é um dos últimos trabalhos concluídos que agrada a todos, mesmo os que não apreciam ópera! É um edifício construído a pensar em todos e onde todos se sentem bem. Mas como todos os países promissores, este país está a ser “invadido” por uma imigração que foge de países onde a pobreza grassa, ainda que naturalmente ricos. É esta pobreza/miséria exportada por países nada sérios que está a ameaçar este país. E a solução passa por países bem administrados e por uma riqueza bem distribuída. Julgo que temos muito a aprender com eles. Mas será que há vontade para isso? Sinceramente? Não conheço ninguém interessado…
Não será este o mercado da irresponsabilidade? Pessoas que se escondem atrás de outras, fazendo dívidas em seu nome, para outros pagarem?
Ninguém deveria ser fiador de ninguém! Todos aqueles que querem algo, devem lutar para consegui-lo e conquistá-lo por mérito próprio. Sem necessidade de ajudas! Quem serve de fiador, fá-lo de boa vontade (são sobretudo estas pessoas as fiadoras) para serem úteis a alguém que, por uma lei injusta, têm de procurar alguém que coloque a sua assinatura num papel. Ora, quem o faz, nunca espera, sinceramente, vir a pagar pelo incumprimento de outrem. Nem deve! A pessoa que se envolveu na situação, tem de ter a responsabilidade de a carregar até ao fim! Não é deixar de pagar, porque sabe, de antemão, que vão aborrecer o fiador. Isto é criar irresponsabilidade num país onde algumas pessoas já deixam muito a desejar a nível de carácter. Eu encontrei uma destas que virou a minha vida do avesso, aproveitando-se da minha boa vontade, fez o que pôde e conseguiu para me deixar numa situação financeira incómoda. Espatifou todo o meu dinheiro, o que tinha e não tinha, numa empresa ligada à SONAE, vendedora de linhas telefónicas a empresas, sobrecarregando-me ainda com multas da Via Verde, de portagens que não paga, tendo um aparelho ligado a uma empresa. Mas não é ao dono do aparelho que incomodam, é à dona do carro que lho vendeu pelo valor de duas mensalidades que faltavam pagar à empresa financeira, valor que ele deixou acumular com cheques falsos, e que ronda a dívida inicial com os juros. Como não poderia deixar de ser, este rato humano, nascido nos arredores de Torres Novas e com residência algures (já foi descoberto o seu esconderijo) e uma empresa que não cobre o seu nível de vida, sediada, na Figueira da Foz, nem sabe o que o espera. (Tem família na mesma cidade! E uma ex-companheira que é igual a ele e, quem sabe, cúmplice!) Porque a verdade pode-se mostrar e não são os papéis que me obrigou a assinar que o vai livrar de responsabilidades. O único caminho para estas pessoas é a justiça e a prisão. Tem dinheiro, mas não consegue separar-se dele. Prefere andar endividado e correr o risco de ficar eternamente com o nome manchado na praça (porque tudo se sabe) do que pagar as suas dívidas! É um rato humano (o primeiro e único que conheci) que se esconde com medo na vergonha que não tem!
Como sobreviver contornando as livrarias tão pesadas com obras que fazem as mesmas passar despercebidas.
Conheci dois poetas, há algum tempo atrás, que decidiram as suas vidas! Como tivessem dado com uma editora que nada fazia quanto ao escoamento dos seus livros, resolveram eles próprios deitar mãos à obra. Assim, e com protocolos firmados com os municípios, percorrem o mapa nacional, aos fins-de-semana, levando a cultura aos mais diversos pontos do país – a sua cultura! E como não poderia deixar de ser, têm bastante clientela porque o produto tem qualidade. Assim, e não correndo o risco de me enganar, são capazes de vender tanto como alguns autores conceituados e sempre tão divulgados pelos meios de comunicação social que rodam basicamente, e ao que parece, à volta de três ou quatro nomes. Eles fazem a sua própria publicidade, vamos utilizar um termo mais nobre (embora saiba que a nobreza reside no carácter das pessoas ao serviço das mais diversas funções) relações públicas, levando até ao leitor a sua obra, conversando sobre poesia e lendo os seus próprios textos. Assim, e como já devem ter entendido, eles não estão a enganar ninguém. As pessoas só compram se gostarem do que ouvem. Eles são os próprios críticos das obras cujos trechos puderam escutar e avaliar. E, depois de um serão bem passado, passam aos autógrafos e venda das obras. São comerciantes dos seus próprios “produtos” recebendo o dinheiro empatado na editora e acabando mesmo por ter algum lucro que cobre as despesas de deslocação e não só. Depois, o reconhecimento e a divulgação da obra expande-se pelo meio de comunicação mais antigo existente na terra – a publicidade boca a boca – e se, naquele serão, estiveram só cinquenta pessoas, no próximo estarão já oitenta ou mais, porque os presentes levam outros consigo! É uma forma original de se trabalhar neste país, onde, se queremos ver alguma coisa feita, temos de ser nós a realizá-la ou, se estivermos à espera, seja do que for, não fazemos absolutamente nada! Eles auto-promovem-se junto da população dos mais diversos concelhos e são respeitados enquanto autores. Vão ao encontro da população, enquanto que, alguns autores, no seu desinteresse ou vaidade ou até impossibilidade, esperam e querem que seja a população a ir até eles! É um esforço de louvar! Há alguma humildade, pelo menos aparentemente. Já espalhei a ideia e mais autores se mostraram disponíveis para fazer o mesmo! É uma ideia útil para quem quer recuperar o dinheiro investido. Desenganem-se aqueles que pensam que todo o autor editado o faz de forma gratuita. Isso só acontece com alguns! Muito poucos! As livrarias estão mais interessadas, e algumas editoras, na venda de produtos cuja triagem já foi feita noutros países, do que investir nos seus conterrâneos. Só aqueles que conseguiram sair do anonimato, têm ligar fixo nas prateleiras. Os outros ocupam a fila das prateleiras electrónicas. Mas a ideia parece ter pegado! Às vezes, é preciso só dar as ideias às pessoas, elas logo decidem o que querem fazer.
Quando se falou da integração de Portugal na União Europeia, e se começaram a fazer todos os preparativos para isso, com um optimismo exagerado, aqui há muitos anos, houve algumas vozes que se manifestaram contra, sendo imediatamente considerados “velhos do Restelo”. Os optimistas fizeram-se rodear de “especialistas” que aprovavam a política de integração do país não vendo mesmo um determinado político outra saída económica para Portugal. Velhos ou não, a sua previsão foi, infelizmente, acertada! Não foi propriamente a integração que deu cabo da nossa economia. A falta de honestidade das pessoas que ocupam cargos políticos elevados e de outras que ocupam cargos em empresas públicas, são a verdadeira razão do nosso suicídio económico. Agora, estamos à mercê, assim como os outros países denominados periféricos, de uma Alemanha prepotente, que para não lhe atribuírem o papel de má da fita nesta história da exigência para com os países prevaricadores, se inclina sobre a França (cujo presidente parece o animal de estimação da chanceler alemã) tentando, a dois, encontrar sanções para os países incumpridores. Mais ainda? Todos sabemos que temos de ser sérios na administração e que ninguém deverá fazer seja o que for que possa prejudicar seja o país seja o seu aparelho económico. E também me questiono como é que a Alemanha, dentro da União Europeia, consegue ser o único país com balança comercial externa positiva. Não sabem mais do que os portugueses: serão mais honestos do que nós? Outra questão que coloco é esta: sendo a união europeia um conjunto de países, como é que dois se fecham para tratar do futuro dos outros países? Será que a França tem alguma coisa a ganhar com isto? Não verá o presidente francês que só é chamado enquanto for útil aos planos da Alemanha? Terá tido, a Inglaterra, razão em querer manter a sua moeda enquanto os outros países foram ingénuos? Só sei que ela se mantém, de fora, atenta ao que se passa no continente. Como é que vamos sair dessa cimeira franco-alemã? Para já, o assunto de querer arranjar sanções para os países prevaricadores, não parece favorecer-nos em nada! Bem pelo contrário! Como iremos ser tratados, daqui em diante, pelos países que parecem ter tomado a chefia europeia? Como protectorados ou colónias da Alemanha? Parentes pobres e desobedientes da Europa? A verdade, é que não podemos culpá-la de nada! Nós enterrámo-nos, a Alemanha só teve de esperar, até ver os países com economias mais fracas estropiarem-se, agora, é só agir! Nós entregámo-nos de mão beijada!
Se for correcta a informação do espião francófono, infiltrado nas altas fileiras alemãs nazis (pergunto-me por que é os alemães não estranharam a presença de um francês entre eles, ainda por cima, em reuniões secretas) que denunciou “o quarto Reich” criado, ao que parece, pouco tempo antes da Alemanha perder a Segunda Guerra Mundial, em que os nazis punham de pé a ideia de submeter a Europa pelo domínio económico, uma vez que não conseguiram fazê-lo através das armas, então, estamos feitos! A ironia, e repito mais uma vez, é que ela não teve de fazer nada, ou quase nada, partindo do princípio que algo dever ter feito, a não ser esperar que esses países dessem cabo deles próprios. Se assim for, mostram que nos conhecem muito bem. E a forma como nos tratam, como incapazes, parece ir de encontro ao desprezo que os nazis nutriam pelos povos latinos. Não esqueçamos que as grandes empresas alemãs da época nazi, se tornaram grandes devido à mão de obra escrava judaica! E ainda estão no activo! E a dar lucro ao seu país!
Falava com uma colega que admira o povo alemão. Eu também o respeito e admiro. Nem todos são apoiantes desta política económica que ainda não devem ter entendido muito bem. Assim como nós! Porque há alemães que pensam de forma diferente! Se na Alemanha nazi os havia, agora também os há! E é nestes que reside a esperança de uma Europa mais feliz e igualitária onde todos se sintam bem. Caso contrário, está condenada ao fracasso! Como todas as uniões políticas! Não esqueçamos que muitos países entraram na CEE sem referendo realizado ao povo. Isto quer dizer que, mesmo que essa decisão tenha sido tomada por um partido maioritário, não quer dizer que o povo se reveja nas suas decisões. As manifestações mostram bem o descontentamento. O que é triste nisto tudo, é que fomos lixados pelos nossos próprios governos! Não foi ninguém de fora. Os outros só se limitaram a observar! Pensar que abraçámos a União Europeia sem qualquer tipo de exigência ou precauções!
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