Antes que venha outro estudo dos países frios mostrando, através de estudos, que algo que já se sabe e percebe como evidente é uma realidade, posso desde já começar por dizer que o fenómeno bullying, tão directamente ligado aos alunos das escolas, não se fica só por aí. Primeiro que tudo, gostaria de realçar a necessidade que alguns países têm de provar como real um problema que já há muito vem sendo sentido. Fazem estudos para tudo e nada e por tudo e por nada. O que, muitas vezes é óbvio ao olhar, tem, para eles, de ser provado por um estudo. O que não deixa de ser irritante. O que é mais irritante ainda é que estes problemas já se fazem sentir muito tempo antes de desses estudos, mas ninguém parece ligar sem antes aparecerem esses estudos. Então, o problema existe e é preciso ser mais estudado. Isto não deixa de ser estúpido. O problema há muito existente deveria ser logo reconhecido e então estudado. Com este compasso lento tarde ou nunca chegaremos a alguma conclusão. E antes que apareça esse estudo mostrando a existência de bullying nos locais de trabalho, posso, desde já, afirmar, que ele existe. O que se passa nas escolas não é senão um espelho do que se passa no mundo dos adultos. De facto, o bullying ou seja a perseguição violenta, longe de ser um fenómeno recente já tem barbas e cabelos brancos para além de uma pele engelhada. Já existia, pelo menos, no meu tempo. E se me recordo da perseguição, havia muitos tipos e formas de a fazer. A preferida é aquela que não deixa marcas e deixa as testemunhas na dúvida. Se é que há margem para dúvidas. Deve haver, isso sim, é medo. E não falo de miúdos só, falo de adultos também. Não é por acaso que este país tem um consumo elevado de ansiolíticos e outros medicamentos psiquiátricos. Não é exclusivo desse problema mas muitos deles estão directamente relacionados com este problema. E tenho ouvido relatos terríveis de perseguições em locais de trabalho, algumas delas inacreditáveis mesmo mas com um ingrediente comum: o gosto de fazer sofrer. É isto que torna difícil acabar com este problema. E o mais grave é que o medo de falar faz com que toda a gente, se possível, venha negar esse facto ou a aligeirar a questão como já aconteceu comigo, veiculando para a vítima a culpa da perseguição. Não se adaptam, dizem. O que se passa é que é difícil adaptarmo-nos a um ambiente que nos francamente hostil. Os perseguidores topam a fragilidade ou fragilidades da vítima para a atacarem. São também terríveis manipuladores, capazes de minar o território quando a vítima tenta bater em retirada, deixando-a completamente isolada. É que assim é mais fraca. E os perseguidores gostam delas bem fracas de forma a não oferecerem resistência. Assim não dá muito trabalho, só dá gozo. É isso mesmo. Este tipo de perseguições é realizada por pessoas sádicas e perversas que sentem poderosas quando infligem qualquer tipo de dor ao próximo. São pessoas horríveis, mas é o que há. E cada vez são mais numerosas ou então tornaram-se mais descaradas, visto a impunição ser total. E se formos discutir o que motiva estas perseguições, nunca mais sairíamos daqui, uma vez que se evocariam múltiplas razões, e se calhar todas falsas, porque, no fundo, a razão é só uma: a maldade humana que toma conta de algumas pessoas. E deve existir também noutros espaços, para além destes dois. Mas vamos ter de esperar por mais estudos. Só a partir daí vem o reconhecimento… e o resto.
O meu filho já trabalha há algum tempo. A sua preocupação, enquanto actual chefe de família, é mantê-la unida. Eu estou colocada bastante longe de casa e com um horário muito incompleto. Não posso ir a casa tantas vezes quanto deveria ou queria e, como tive de trazer o carro para transportar tudo quanto é necessário a uma pessoa que anda com “a casa às costas”, e estando no interior, não tenho meio de locomover a não ser de carro. (Aliás, ter, tenho, mas os horários não servem, logo é como se não os tivesse.) É com o produto do seu trabalho que ele vai comprar o carro para levar as irmãs à escola e ir, de seguida, para o trabalho, depois dessa volta. Para o rapaz é também um sonho tornado realidade. Comprar um carro com o seu próprio dinheiro.
Até aqui, nada há a dizer não fosse o rapaz contar-me que o carro comprado por ele estava no nome do pai assim como o seguro embora seja o filho a pagar ambos. Não sei qual a vantagem de se pagar um objecto (carro) que está no nome de outra pessoa. Porque pai, muitas vezes, e é o caso deste homem, não tem o significado que tem para a maioria das pessoas, isto é, aqui não a palavra “pai” não tem, definitivamente, o mesmo significado que tem para a maioria das pessoas. Aqui, “pai” é mais sinónimo de “padrasto”. Mas um padrasto do estilo dos contos populares, isto é, mau. E o rapaz conseguiu mais, neste pouco tempo de vida, do que o pai na mesma idade. Talvez resida aqui a sua incomensurável inveja sempre cuidadosamente disfarçada com um sorriso para iludir os demais. Eu era incapaz de fazer isto! Ultrapassa-me completamente. Já lhe enviei uma mensagem dizendo que não concordava. Alguém tem de parar um indivíduo destes! Mas, como não tem vergonha, só medo, o resultado é o mesmo. Eu, que tive um pai tão diferente, tão bom, não compreendo estas atitudes, ainda por cima vinda de um indivíduo que só conseguiu chegar onde chegou na vida com bastante ajuda! Estou tão revoltada, enquanto mãe, que até tremo com a injustiça. Detesto injustiças! Se fosse eu a fazê-lo era diferente. Jamais lhe pediria que o carro ficasse em meu nome! Depois, não acredito num homem que já nos prejudicou bastante. Agora, como vamos proteger a família de alguém que está tão perto familiarmente de outra? Como proteger um filho de um pai daqueles? Como evitar que um pai assim explore o seu próprio filho? Eu, que já fui tão prejudicada por pessoas como ele, vejo o filme a repetir-se com o meu próprio filho! E sei que, um dia, mesmo que ele aparentemente mostre boa vontade, sei que teremos de andar atrás dele para colocar o carro no nome do filho e ele só o fará quando quiser e lhe apetecer. Sabendo o sadismo que o caracteriza, tarde ou nunca isso acontecerá. A única coisa que posso fazer é pedir desculpa aos meus filhos. Adoro-os, mas se soubesse o que sei hoje, teria tido os mesmos filhos mas, definitivamente, com outro homem! Não é a atitude que está em questão, é a pessoa! Se fosse outra pessoa, totalmente diferente, estaria descansada. Assim, não!
Só mesmo neste país! O primeiro-ministro rejeita a hipótese de um novo imposto sobre as grandes fortunas! Num país onde a desigualdade social é gritante ele, sozinho, rejeita este novo imposto! Nem sequer admite a sua discussão no Parlamento! Ao contrário do que acontece no país vizinho, onde se projecta este tipo de imposto, e nenhum privilegiado detentor de uma dessas grandes fortunas mostrou, pelo menos publicamente, qualquer tipo de reacção de desagrado, aqui, logo à partida, o nosso chefe de governo defende-os logo à partida! Ora, estamos a falar de classes que não precisam de ninguém que as defenda! Têm tudo! Será que lhes custaria muito pagar este tipo de imposto? Não falei com nenhum. Ignoro o que pensam. O que eu não admito é que este senhor, recentemente eleito, proveniente de um distrito onde a pobreza é uma questão prioritária, onde as pessoas vivem com dificuldade (o que se estende por este país abaixo e da orla marítima ao interior) não tenha um mínimo de sensibilidade para com aqueles que mais sofrem com esta falta de coragem. Não, os mais pobres, de certa forma, até estão resguardados o que não acontece com a classe média. Sim, não é uma contradição. Quem vai pagar essa taxa, não é esse imposto sobre as grandes fortunas, para quem seria um esforço mínimo ou mesmo inexiste. Não. São todas as famílias com rendimentos altos (não sei a que chamam altos rendimentos, às grandes fortunas não será, com certeza). É uma pena perceber que num país onde as desigualdades sociais são incríveis, continuam a defender-se os que mais têm. Não fica bem a um homem recém-eleito! Não fica bem a ninguém! Moralmente, todos sabemos que esta perspectiva do chefe do governo está errada. Vamos ver se o povo português, sempre tão aparentemente resignado com a sua sorte, continuará assim perante tanta injustiça concentrada num só homem. Bem, não podemos acusá-lo de ser mentiroso. Isso não! Ele disse a verdade, e foi directo! Ou seria só por essa entrevista ter sido realizada por um jornal do pais vizinho, esperando que essa sua intenção não fosse divulgada em Portugal? A verdade é que tanto o povo de lá como o de cá, não deve ter ficado com opinião boa sobre este sujeito. O que nos vale, a nós, portugueses, é que a classe média alta e também da burguesia e algumas outras, ainda são das mais solidárias deste país… talvez isso venha a evitar a elevação dos ânimos e as possíveis demonstrações de desagrado público!
Não estão admirados? Não vos parece haver uma contradição neste título invulgar? Seria pouco improvável num outro país, mas neste país onde vivemos, onde existem três grandes males a afectar parte da população, nada é impossível. Posso adiantar-lhes que os três grandes males portugueses são “a doença dos pezinhos”, o pior tipo de tuberculose e a… inveja! Não acreditam? Meditem durante algum tempo. Haverá alguém que não tenha sido já prejudicado pela simples razão de os outros os admirarem? Podem até não se sentir grandes mas, se o que fazem, aos olhos dos demais, parece grande, não há nada a fazer. E como a inveja incomoda imenso quem a sente, essas pessoas não se dão ao luxo de ficarem quietos. Não! Têm de fazer algo para desencorajar as pessoas admiradas e conhecidas. Porque ninguém inveja quem não conhece pessoalmente. São estes, os conhecidos, os alvos favoritos. Alguém que se cruzou connosco, num passado mais ou menos recente, e segue a nossa trajectória como quem segue um relato de futebol. Ora, se a pessoa for boa naquilo que faz, lá continua a inveja. E como as pessoas se começam a destacar, têm de fazer mais, tornando-se cada vez mais perniciosas, para com pessoas que não lhes fizeram rigorosamente mal algum limitando-se a seguir o seu caminho e a realizar um bom trabalho. Chega a um ponto que essas pessoas conseguem um tal destaque que começam a ser atacadas indirectamente por pessoas, pensando que, dessa forma, podem prejudicá-la irremediavelmente. E tudo serve. Mas como as pessoas são inteligentes, não se deixam levar por intrigas que mostram em tudo uma estupidez perigosa. E eu não conheço uma pessoa má que não seja estúpida, infelizmente para os maus que se julgam espertos, são muito estúpidos e logo são apanhados pelos inteligentes, mais tarde ou mais cedo. Mas há casos gritantes. Como o ataque indirecto não surte efeito, passa-se para a difamação indo ao cúmulo de se citarem mesmo nomes. Ora, estando as pessoas à frente de uma empresa, precisam do seu nome limpo. E a internet está a ser uma arma usada erradamente por estas pessoas que já não ligam a meios para atingir os seus negros fins. As minhas colegas estão indignadas e tristes. Eu devo dizer-lhes que só se podem sentir felizes pelo trabalho bem feito. Não têm de se sentir magoadas, mas eu faria uma coisa: levantava um processo judicial por difamação. Isso era o que eu fazia. Porquê? Porque estas pessoas não têm vergonha, só sabem o que é o medo. E só reagem a este. Tanto que, até para atacarem uma ou mais pessoas, nunca o fazem sozinhas. Escudam-se por outras iguais a elas, que muitas vezes se limitam à retaguarda, já com medo das possíveis retaliações. Eu não perdia tempo com pessoas destas. Mas talvez elas estejam à altura destas pessoas e sejam capazes de as pôr na linha. Eu, por mim, já não acredito nesta solução. Estas pessoas estúpidas gostam sempre de ter a última palavra. O orgulho ou a vaidade não lhes deixam outra alternativa. E por que é que este país está como está? Porque pessoas como estas não param de crescer. Dá-se um pontapé num calhau e, debaixo dele, encontram uma meia dúzia de inúteis que só estão no mundo para fazer mal ao próximo. E como o país mais não é do que as pessoas que o constituem, e sendo esta espécie uma considerável (para não dizer grande) maioria, não admira que estejamos na cauda da Europa ou um pouco mais acima. Não muito! O desequilíbrio começa a sentir-se. Mas de uma coisa nunca poderemos abdicar: de ser quem somos e de fazer o temos a fazer. Isso seria o que essas pessoas quereriam! Seria a sua grande vitória! E quem está disposto a deixar pessoas como estas levar a sua intenção avante? A resposta é simples: ninguém minimamente inteligente!
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