opiniões sobre tudo e sobre nada...
Quinta-feira, 9 de Junho de 2011
A lei e a vida

Estou com um problema que não foi criado por mim. Um dos muitos que o encontro com um descontraído vigarista me criou ao entrar na minha vida. Aliás não me criou um só problema como me arranjou outros. Nunca, na minha vida, encontrara um, e logo me haveria de acontecer a mim! Para além de um monovolume cujas duas últimas prestações ficou de pagar, arranjou dívidas também em meu nome. A lei, como já ouvi muita gente protestar, acaba por favorecer a vítima acaba, muito simplesmente por atacar a vítima. Para além de outras qualidades, é também um falsificador de assinaturas algo de que se gabava imenso. Meti-o na rua. Tarde demais. À minha casa, chegavam telefonemas daquelas agências financeiras, gulosas por dinheiro, perguntando por ele e se o empréstimo era para seguir em frente. Como devem calcular, fiquei horrorizada porque não sabia o que se passava. Na altura estava até desempregada e disse-o a uma senhora muito simpática que me ligou. Contei-lhe que era o meu companheiro. Muito aflita e compreendendo a situação em que estava envolvida, deixou, simpaticamente, uma mensagem às outras colegas cujo conteúdo revelava a minha situação de desemprego para que não aceitassem tal pedido. Infelizmente, não recebi mais nenhum telefonema destes. E se houve algum de que não tenho memória, foi divulgada à instituição a mesma notícia. Ficava furioso sempre que conseguia anular-lhes estes empréstimos. Os telefonemas devem ter passado para o telemóvel dele. Teve acesso a toda a minha identificação e foi ele que fez o IRS desse ano, através da internet, usando o meu IRS de há dois anos. Na altura estava desempregada e o IRS não correspondia minimamente à situação, naquela altura.

Acontece que a lei é cega e por isso não vê mais do que a simplicidade quando a vida é complicada. Estando tudo em meu nome, terei de arrastar o vigarista comigo a tribunal e á sócia que julgo ser cúmplice deste golpe, para além de colocar a polícia à procura do monovolume que não pagou e que vou ter de pagar do meu bolso, só porque o empréstimo foi realizado no meu nome. A justiça não quer saber de mais nada, pelo que estamos completamente à mercê de indivíduos mal intencionados. Agora, tendo eu provas de tudo e testemunhas, não me vai ser difícil encurralar tal ser e fazê-lo pagar pelos crimes cometidos em nome de outrem. Quem sabe, poder ser que tenha uns anitos de prisão. A pessoas destas, só lhes faria bem. Nem sei. Acho que, mais uma vez, o povo tem razão “Quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita. Poder-se-ia ainda pensar que não tem dinheiro, mas tem. Mas é um daqueles seres que prefere ir para a prisão do que afastar-se do seu amado dinheiro. Agora, a justiça, que é feita de leis, deve tirar a venda e perceber o que se paga em vez de olhar superficialmente para os casos e os julgar tão levianamente. Se queremos uma sociedade justa, tem de ser assim. Ou arriscamo-nos a cair na sociedade do salve-se quem puder ou da justiça executada pelas próprias vítimas. Haverá alguém que goste de passar por esta experiência?



publicado por fatimanascimento às 12:41
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Quarta-feira, 8 de Junho de 2011
Praxes militares

Já se tinha ouvido falar do Colégio Militar e das práticas realizadas dentro daquela instituição, entre alunos, que mais não era do que violência nua e crua à mistura com muita maldade. Agora estamos perante outro caso em que alguns colegas militares se juntaram para agredir um colega. Muita coragem! Ao que parece eram seis para um! E são indivíduos destes que vão fazer parte das fileiras da nossa marinha. Podemos estar bem orgulhosos de indivíduos que cobardemente, e aproveitando encontrar-se em maioria, desancam um colega com uma fúria injustificável. E não sei o que mais me chocou, se a agressão se a decisão do tribunal militar. Três dias sem poderem sair? Só podem estar a brincar! A vida humana parece cada vez ter menos valor. Para já, não sei porque têm os militares de ter um tribunal à parte; depois, esta agressão, embora realizada em espaço militar, ultrapassa as fronteiras daquele. Trata-se de uma agressão de um cidadão conta outro. Não me conformo com o que aconteceu. Além de um atentado ao pudor humano, tratou-se um acto cobarde! Nem sei o que faria se acontecesse a um filho meu. Só sei que nenhum tribunal militar resolveria este problema. A primeira atitude seria retirar o meu filho de lá recorrendo a tudo o que pudesse. Depois recorreria ao tribunal civil. Se fosse um acto de insubordinação, aqueles rapazes levariam um castigo exemplar, mas como se trata de violência contra um colega é encarado de forma diferente? Eu não me sinto segura sabendo que jovens daqueles farão, um dia, parte das fileiras da marinha. Eu expulsava-os da escola. A violência não justifica nada e muito menos a cobardia bem patente naquela situação. Vi, pelo menos, quatro a espancar um colega. São imagens horríveis! Que cobardia! Nem deram oportunidade ao jovem de se defender convenientemente! Que cobardes. Aliás este tipo de brincadeira só é levada a cabo pelos cobardes. Porque antes de serem militares são pessoas. E há cada uma mais negra que a outra. Revelam-se nestas situações. Aqui a máscara cai inevitavelmente. Quanto à decisão do tribunal militar em nada torna a disciplina exemplar, mais parece um convite a mais cenas de pancadaria desta natureza. O castigo deveria ser mais pesado. Que raio de tribunais são aqueles? Só mostram mão pesada quando morre alguém? Talvez nem aí? Que tristeza de decisão! Que tristeza de julgamento! Que tristeza de militares que não se sabem impor em casos onde a mão pesada não pode falhar sob pena de voltarem a acontecer casos destes. Umas palavras para o pobre jovem que se debateu bravamente contra aquela odiosa humilhação sofrida: eles deveriam ter vindo contra ti, mas um de cada vez! Foste um bravo soldado. Orgulho-me de ti, jovem. Debateste-te bem, mas eles eram mais! Foi só este o teu azar! Os outros cobrem a instituição de vergonha. Uma palavra para quem denunciou esta situação, senão não teríamos provas do que acontece naquelas instituições, e nós vivemos em Portugal, onde toda a gente gosta de esconder o mal embora não tenham vergonha! É claro que a mensagem não é para todos, só para aqueles a quem serve a carapuça!



publicado por fatimanascimento às 10:47
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Terça-feira, 7 de Junho de 2011
Revoltas no mundo árabe

Lembram-se daquela célebre frase “o que é mais importante liberdade ou igualdade”? Nunca percebi porque temos de escolher. Teorias! Liberdade significa agir com responsabilidade. Igualdade significa, pelo menos, não haver miséria. Ora, o que vemos por esse mundo fora, são sociedades com liberdade e desigualdade ou com falta de liberdade e desigualdade. Nos dois casos a desigualdade que, em muitos casos, são sinónimo de miséria, está sempre presente. Nunca conseguimos encontrar uma sociedade onde as duas coexistam. O ideal seria reunir as duas ideias e obteríamos uma sociedade ideal onde todos se sentiriam bem. Seria uma sociedade sem revoltas ou qualquer outro tipo de convulsão social. Uma sociedade onde o bem-estar levaria à confraternidade. Ora, o que vemos, actualmente, no mundo árabe, são populações fartas de miséria. E se associarmos à miséria a falta de liberdade, então nada resta que seja digno do ser humano. Mas a miséria é também um motor de sublevação das populações. Talvez, por isso mesmo, nalguns países árabes (muito poucos) os dirigentes estão a arranjar soluções apressadas capazes de satisfazer os ânimos exaltados das pessoas que governam. Essas soluções passam, de alguma forma, pela distribuição de riqueza pelos mais pobres. E é isso que estão a fazer, não porque deve ser assim, mas porque querem somente acalmar a fúria das populações com medo de perder o poder ao qual estão agarrados. Se assim for, não vai durar muito, só o tempo de enganar os súbditos. Bem só talvez até à próxima sublevação. As pessoas podem ser pobres mas não são parvas. (Depois, existe sempre o perigo destes povos serem conduzidos por pessoas de má fé, que os cegam acabando por enterrá-los noutro tipo de miséria e ditadura onde só as caras mudam. O engano pode durar muitos anos mas não para sempre.) Ora, havendo tanta riqueza na terra, dá perfeitamente para a distribuir de uma forma mais igual. A prova é que, quando é preciso, sai uma medida social capaz de satisfazer os revoltosos. Então por que não surgiu esta ideia mais cedo? Os povos, por mais ignorantes que sejam, têm também ambições e sonhos que não devem ser descurados pelos governantes, sejam eles quais forem. Se assim fosse, não estaríamos a braços com uma grave crise social com o aumento da chegada de imigrantes à Europa que a devem encarar como uma espécie de El Dorado, mal percebendo que nós temos liberdade mas que também sofremos do mesmo mal: a desigualdade que talvez não seja é tão gritante como a deles mas que, em termos de comparação, e salvaguardadas as devidas distâncias, não está muito longe. Afinal, a atitude dos governantes é a mesma. Só as realidades são diferentes. Temos liberdade para nos manifestarmos mas não nos serve de nada. Nada muda mesmo. Só mesmo a fúria da população parece mover os governantes o que não deixa de ser triste. E seria tão simples se houvesse boa vontade! Talvez esta revolta generalizada sirva de lição para os governantes dos países com bastante riqueza e que, daqui para a frente, vejam que a liberdade nada é sem a igualdade e a igualdade nada é sem a liberdade. São caras ao povo, seja ele qual for. Mesmo que desconheçam o significado das palavras, sabem ou sentem, na dura realidade do dia-a-dia, a sua falta. Falo de quem não possui nada disto, é claro. E nós, na Europa, que nos consideramos superiores aos restantes países do mundo, não vamos aprender nada com eles? Afinal, vivemos numa sociedade cada vez mais desigual.



publicado por fatimanascimento às 10:13
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