opiniões sobre tudo e sobre nada...
Domingo, 6 de Junho de 2010
Primeiros-ministros

Tive ocasião de apreciar alguns comentários produzidos numa reportagem sobre o último primeiro-ministro inglês. Amigos e conhecidos davam conta do seu carácter para sublinharem a sua personalidade no sentido positivo. O que me admirou, foi saber que ele não tinha uma política delineada que pudesse seguir. Pensava que todos os indivíduos, candidatos a lugares públicos de grande responsabilidade, tivessem uma ideia do que iriam e deveriam fazer quando ocupassem tais posições. Fiquei ainda mais impressionada quando o tal amigo dizia que isso não era relevante uma vez que ele estava rodeado de pessoas bem credenciadas para o assistir. Não quer dizer que não ouvisse as opiniões dessas pessoas abalizadas, mas depender deles para agir… é complicado! Por muito bom senso que a pessoa tenha, estar dependente dos outros, é sempre uma atitude limitadora. Pergunto-me se, para ocupar um cargo desses, um candidato não deverá ter mais do que o simples carisma. Às vezes, julgo perceber que, por trás do nosso primeiro-ministro, há uma ou mais pessoas poderosas com muita influência sobre as suas decisões. Talvez seja isso que o faz tomar uma decisão, para logo mudar de opinião. Mas é só uma impressão. E se se rodeiam das pessoas erradas? A influência destas é sempre decisiva! Ninguém tem a coragem de ignorar a opinião de alguém reconhecido como perito numa certa área. A tendência não será seguir os conselhos deles? Como nunca se conhece verdadeiramente a pessoa por trás dos conhecimentos, é difícil aceitar que estamos nas mãos de certas pessoas de quem nem a cara conhecemos! E se essas pessoas usam negativamente esses conhecimentos? Se houver algum problema saem sempre tranquilos dele! Talvez seja por isso que não avaliam o desempenho dos primeiros-ministros: o trabalho não é só deles!



publicado por fatimanascimento às 21:16
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Terça-feira, 1 de Junho de 2010
Baltazar Garzón: o direito à verdade

É muito conhecido pelo seu trabalho. Agora, é de novo notícia devido à sua suspensão do cargo que, até ali, ocupou. Depois da tristemente conhecida guerra civil que matou imensas pessoas, a Espanha mergulhou numa ditadura dirigida pelo general Franco. Durante a sua governação, e tal como em todas as ditaduras, perseguiu todas as pessoas que se lhe opunham de alguma forma. Muitos desapareceram. Presume-se que os tenham morto. É assim que agem as ditaduras: limpa-se o que não interessa, isto é, as pessoas incómodas. Depois desse tempo conturbado, embora aparentemente sereno, (só aparência!) os familiares pediram autorização para investigarem o desaparecimento de familiares. Compreendo perfeitamente a sua angústia. Se me tivessem desaparecido familiares, gostaria de saber o que lhes teria acontecido. Passado algum tempo, os movimentos de extrema-direita fizeram, e conseguiram fazer passar uma Lei da Amnistia, em 1977, no parlamento que pretendia enterrar o passado. Ora, essa lei parecia não estar de acordo com o Direito internacional, no qual se baseou o juiz para tomar tal decisão. Agora, basearam-se nesse argumento para o atacarem. Acusam-no de prevaricação. Ao encontrarem-se as valas cheias de corpos, o medo deve ter tomado conta dos herdeiros ideológicos da ditadura. Ora, ninguém quer vingança. Ninguém está a pedir nada que seja imoral. Toda a gente tem direito de saber onde repousam os restos mortais dos familiares. O que acontece é que se pretende apagar da memória das pessoas a outra face da ditadura franquista - o horror. Mas o que acontece realmente é que, nas suas investigações apanhou pessoas corruptas altamente posicionadas dentro do partido de direita (PP) e não só. É natural que, ao mexer com tantas pessoas poderosas, ganhasse inimigos. Ganhou-os de certeza. Esta decisão jurídica, embora legalmente apoiada, nada mais é do que vingança. Para certos sectores, não interessa alguém como ele num cargo como aquele que ocupa. É demasiado incómodo! Assim, tratam de o afastar! Temos direito ao passado e queremos a verdade. Ele deu-nos isso! Vamos deixar que interesses obscuros tentem acabar com a carreira de Baltazar Garzón só porque querem esconder o que não lhes interessa que se saiba? Será este o destino de pessoas rectas como ele? Não é preciso o ditador, o legado dele aprendeu bem a lição e está a aplicá-la. As ditaduras, ao contrário do que se pensa, não são só os ditadores mas todos aqueles desconhecidos que os rodeiam e seguem. Nem acredito que isto se passe actualmente em Espanha ou mesmo noutra parte do mundo! Esta posição é inconcebível em democracia!

 

 



publicado por fatimanascimento às 21:45
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