opiniões sobre tudo e sobre nada...
Sexta-feira, 26 de Dezembro de 2008
Perseguição

Falando há um dia atrás com uma pessoa conhecida, de há muito tempo, e que insinuava que a minha saída do ensino poderia ter tido outros motivos que não os verdadeiros, resolvi, de uma vez por todas, esclarecer totalmente a situação.

Não vou contar tudo, porque seria impossível, mas algumas situações bastante elucidativas de situações impensáveis, pelas quais eu passei. Ao princípio, os colegas da nova escola, onde fui colocada, por destacamento, mostraram-se simpáticas. Pareciam uma família. Depois, à medida que o tempo foi passando, o cerco foi-se apertando à minha volta, buscando incessantemente um mínimo deslize para me prejudicarem. Nessa escola, eu tive uma turma de CEF, onde havia miúdos referenciados por vários problemas: roubos, droga, etc.. Como desde que entrei para o ensino tive sempre as piores turmas, expliquei que teríamos de agarrar a turma para bem deles e nossa. Não seria possível. As turmas de CEF eram olhos do Ministério da Educação, pelo que não se tocaria nos meninos. Quando diziam alguma coisa no sentido de os intimidar, logo desdiziam porque afinal, as coisas até não se passavam assim. Vi o Director da turma atrapalhado, dizendo que daria o dito por não dito, e que seria comunicado aos miúdos que tudo não tinha passado de uma brincadeira. Isto durou até ao meio do ano lectivo, quando começaram a chegar notícias de suspensões e até de expulsões de outras escolas, relacionadas com as turmas de CEF. Foi aí que começaram, então, a ser severos com os alunos. Numa actividade organizada por mim e por outra colega, eu levei essa turma de CEF, ocupando lá a nossa hora e meia lectiva. Um cesteiro dava-lhes uma ideia de como se fazia as mais diversas peças em verga. Um deles brincava, de vez em quando, com uma verga, fazendo cócegas na cara ao senhor. Quando o chamava à atenção, ele parava, para continuar assim que me distraía. Perguntei ao cesteiro se ele o estava a incomodar. Respondeu-me que não, que eram miúdos… Passado pouco tempo, realizou-se um conselho disciplinar, e do relatório constava essa situação supracitada. Fiquei estupefacta. Perguntei ao conselho de turma, ali reunido, como era possível constar tal situação, se eu não havia feito participação disciplinar da ocorrência. Um membro do conselho executivo respondeu que alguém assistira e resolvera incluí-la no relatório. Haviam passado por cima de mim para atingirem o aluno! Em quase vinte anos de ensino, nunca experimentara nada assim. Ainda durante essa actividade, eu levei outra turma de oitavo ano. Os miúdos adoraram. Uma das miúdas disse-me que iria pedir à professora de inglês para continuar lá. Qual não foi o meu espanto, quando vejo entrar a professora dessa disciplina pela biblioteca dentro, (estávamos em pleno mês de Junho) gritando com os miúdos e questionando o que faziam eles na biblioteca àquela hora. Tinham falta colectiva e rematou com uma pergunta que não passou despercebida "Quem os trouxe para aqui?” Percebi que ela chegara finalmente ao ponto que a levara até ali. Voltei-me para os miúdos e disse-lhes que não temessem porque eu, como responsável, assumiria essa hora, colocando um artigo 102. Alguns alunos recusaram a minha proposta. Alguém me dizia “Deixe lá, professora, nós já não gostávamos nada dela, e agora é que ela não tem mesmo hipótese!” Finalmente, a Directora da Turma resolveu o problema ignorando o sumário onde constava a informação da falta colectiva dizendo, muito diplomaticamente, e a medo, que não lia sumários só tirava faltas, dando assim por terminado um escândalo que ameaçava galgar os muros da escola. Finalmente, arranjaram-me uma falta injustificada, que me foi comunicada dezassete dias depois. Por tudo isto, e não é tudo, e apercebendo-me do tipo de inimigo que tinha pela frente, achei que, por muito que me custasse, tinha de sair dali, porque a perseguição assumira proporções que há muito ultrapassara aquilo que seria razoável. Percebi que nem tudo depende só de nós. Não há nada a fazer, quando as pessoas colocam na cabeça que alguém é melhor do que elas, podendo mesmo até nem ser verdade, mas quando isso acontece, a inveja faz despoletar todos os mecanismos, capazes de prejudicar seja quem for. Aos miúdos fica o meu abraço, aos colegas daquela escola, o meu esquecimento.

 



publicado por fatimanascimento às 12:46
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Segunda-feira, 22 de Dezembro de 2008
O novo regime de faltas do aluno e a avaliação dos professores

Pois é… regulamentaram demais. Há situações na vida das pessoas que passam por uma liberdade pessoal, sem que ninguém tenha que regulamentar, no sentido de obrigar, as pessoas a agir desta ou daquela forma. Entraram no campo da liberdade de decisão das pessoas e têm a resposta. Nunca percebi a necessidade de regulamentar todos e quaisquer aspectos da vidados cidadãos, mesmo com pretexto da alegada irresponsabilidade pessoal, não se pode entrar na vida das pessoas para as obrigar a agir desta ou daquela forma. Faz parte da escolha pessoal, que todos, mais tarde ou mais cedo, temos de fazer. E ninguém é irresponsável ao ponto de se querer prejudicar. E nem esta pode ser desculpa para certas regulamentações. Não é assim que um governo democrático deve ou pode agir. Esta necessidade de excesso de leis regulamentadoras da vida das pessoas, é típica de toda a mentalidade totalitária. É contra este tipo de mentalidade, que se adivinha por trás de cada lei ou despacho, que as pessoas estão a protestar, sobretudo os jovens. Todos nós já fomos jovens, todos nós faltámos às aulas e não foi por isso que deixámos de aprender o que devíamos aprender e chegar onde tínhamos que chegar. Tudo depende da vontade, sempre circunscrita às circunstâncias da vida, mas tudo depende, essencialmente, dela. Depois, não é com excesso de regulamentação que se consegue seja o que for. Vamos ver. Dentro das escolas, há amizades e cumplicidades, assim como há antipatias e inimizades. Ora, falando da avaliação dos professores, quem vai realizar essa avaliação? São outros professores da mesma escola, e da mesma disciplina. Aqueles que são amigos, já sabem de antemão, as notas que irão ter; os outros, estão revoltados porque não acreditam numa avaliação feita por pessoas que não são isentas. (Cada vez mais me chegam notícias dando-me conta do mal estar que se vive nas escolas, entre professores.) Depois, há muita subjectividade na avaliação, e como tal, é impossível ser-se imparcial. O que é bom para um poderá não ser para outro. Uma amiga minha contava-me que, para motivar os alunos mais desinteressados, havia recorrido a uma estratégia, menos correcta do ponto de vista científico. O que é certo, é que a medida foi a mais correcta do ponto de vista pedagógico, pois motivou-os e eles lá conseguiram realizar o trabalho, com o mesmo resultado. Os mais rigorosos teriam condenado esta prática que tanto resultado deu e que outros apreciaram, como os alunos, aborrecidos de tanta teoria. É complicado! Depois, quando se pensa em avaliação, não se pode fazê-lo na teoria, mas pensar como deverá funcionar em termos práticos e isso, melhor do que ninguém, só quem está no terreno poderá fazê-lo. Agora, e pelo que foi dito, ficou claro que a ministra da educação terá de recuar em ambos. Mesmo no novo regime de faltas, agora rectificado por despacho recente, eu pergunto-me: se não tem peso nenhum, essa avaliação, na vida do aluno, porquê mantê-la? Eles já têm tanto com que se preocupar! Tanta disciplina inútil que só lhes serve para aumentar a carga horária, e pouco mais. Resta-nos esperar e ver o que vai acontecer com a revisão da avaliação dos professores, que o próprio ministério já admite fazer, desejando só que se façam remodelações sérias.



publicado por fatimanascimento às 20:10
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Terça-feira, 16 de Dezembro de 2008
A importância de expressar o que vai na alma…

Um dia destes, tive de ir ao hospital com a minha mãe, devido a uma queda, ocorrida no passado domingo. Ela telefonara-me, na terça de manhã, dizendo que não se sentia bem e que precisava de ir ao médico. Como o meu pai sofre de Alzheimer, embora ele esteja lúcido, graças à medicação acertada, não o podíamos deixar sozinho, até porque não sabíamos quando regressaríamos. Chegados ao hospital, e depois de realizada a inscrição, sentámo-nos à espera da chamada da triagem. Só havia duas pessoas à espera: um senhor de idade e uma criança, acompanhada da mãe. Como a regra hospitalar não permite mais de duas pessoas, e como não podámos deixar o meu pai sozinho em lugar estranho, sem nenhum familiar próximo à vista, e como o estado de saúde da minha mãe assim permitia, expliquei a esta que precisava de fazer uns pagamentos e que aproveitava e levava o meu pai. Metemo-nos dentro do carro e dirigimo-nos à caixa Multibanco de um conhecido supermercado. Efectuados os pagamentos, levei o meu pai à casa de banho, sempre orientando-o do lado de fora. Lá saiu. Aproveitámos para dar um passeio, ao mesmo tempo que espreitava preços e produtos. O Natal está aí, e como o orçamento familiar diminuiu consideravelmente, terei de me limitar a uma compra por mês, uma para cada miúdo, dentro de um limite. Foi numa dessas voltas, que mostrei ao meu pai o quanto estava feliz por tê-lo comigo, o quanto gostava dele e o que ele sempre representara para mim, desde pequena. Ele fora sempre o meu herói! Tudo isto foi dito de uma forma alegre e descontraída, que caracteriza nossa relação. O meu pai sempre foi um homem muito introvertido, deixando raramente transparecer aquilo que lhe ia na alma, pelo que não esperava grande reacção. Eu aproveitara aquele momento em que passeávamos os dois de braço dado, devagar, ao ritmo dele, para lhe dizer aquilo que sempre senti, mas que nunca tivera oportunidade de lhe dizer antes, convenientemente. Foi ali. Deu para ver a emoção estampada no seu rosto. Parou, voltou-se devagar para mim e olhou-me “Eu tenho muito orgulho em ter uma filha como tu! És alegre e boa companhia. Gosto muito de andar contigo.” Tudo isto numa tirada só. Nunca ele expressara de forma tão aberta e tão franca o que lhe ia na alma. Ficámos os dois parados a olhar-nos emocionados, até que eu voltei a colocar o meu braço no dele, dando início a outra volta. Encontrámos pessoas de há muito tempo, que haviam feito parte da nossa vida. Novas emoções. Novidades. No regresso, ao volante, enquanto falava com ele, eu pensava naquele momento importante, que tanta realização pessoal nos havia dado e tanta felicidade. Foram precisos muitos anos, para que, finalmente, puséssemos em palavras o que nos ia na alma!



publicado por fatimanascimento às 21:19
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Sábado, 6 de Dezembro de 2008
Coisas deste e do outro mundo

O mundo parece dividir-se entre aqueles que têm contacto e aqueles que não o têm. Depois, há aqueles que, para além do contacto, têm espíritos e aqueles que só têm o contacto, isto é, aquelas pessoas que vêem e falam com eles. Finalmente, há aqueles que não têm contacto, mas que sabem que esse mundo dos espíritos existe, pois os pais ensinaram-lhes isso e há aqueles a quem os pais optaram por não falar. Depois, há aqueles indivíduos que têm espíritos com eles, mas que não têm contacto com eles. Eu estou inserida no último grupo. Sempre tive grandes e bons espíritos que me acompanharam, e dos quais nunca tive consciência, pois esse mundo havia sido vedado à minha educação, por escolha dos meus pais, mais da minha mãe. Apesar da ignorância em que estava imersa, e das atitudes mais absurdas com que me deparava sempre tocava em tal assunto, eu sempre tive consciência, (sempre senti) que tinha algo que outros cobiçavam ou usavam. Mais tarde, alguns familiares contaram-me tudo, e estou-lhes eternamente agradecida pelo terem-no feito. Modificou alguma coisa na minha vida? Não! Mas deu para entender muitos acontecimentos maus que ocorreram na minha vida, e para os quais eu não tinha explicação. Nada beneficio ou beneficiei com a presença desses espíritos, sobretudo de um, o maior que tinha (tenho) comigo e que todos consultam menos eu. O que me deu sempre muita raiva, foi a má utilização que lhe deram, no sentido de me prejudicarem. Desde pequena que algumas vizinhas de infância começaram a limpar a minha memória daquilo que elas viam que iria constituir um momento grande na minha vida. Na minha vida adulta, muitas outras pessoas ligadas à minha profissão (ou não), continuaram o mau trabalho que elas iniciaram, prejudicando-me para que não conseguisse o êxito, que sempre ignorei, mas que elas haviam descoberto, algures, no meu futuro. Embora me tivessem vedado esse mundo, ele esteve sempre presente no mal que me foram fazendo ao longo da vida. E houve muito. Mais do que a imaginação ou o conhecimento de muitos pode atingir. Sei que vou continuar a ser perseguida pelo tal mal, toda a minha vida, uma vez que os predadores nunca se cansam ou fartam. Então aqueles que, para além do contacto, têm espíritos com eles, nunca vão parar, pois raros são os espíritos que por aí andam e que sejam boa índole. Se assim não fosse, estariam no céu. Depois, enquanto os fins justificarem os meios, estamos todos sujeitos ao mal. Ao longo da minha vida, fui também tomando conhecimento de casos que começaram por ser de inveja, para acabarem quase com a vida das pessoas invejadas. Muitas delas foram socorridas por pessoas que dedicam as suas vidas a curar esse tipo de males e que merecem mais consideração pelo benefício que trazem aos outros. É claro que há aldrabões em todas as profissões e neste caso também os há, e é preciso estar atento a isso, mas se ignorarmos estes, acho que todos reconhecem a boa causa a que estas pessoas anonimamente se dedicam. Eu tive a oportunidade de conhecer algumas, e de provar o bom trabalho que realizam na ajuda ao próximo. Agora, uma maneira de minorar, (já não digo acabar, porque isso está só nas mãos de Deus), seria falar abertamente, sem tabus, destes assuntos, porque quando dizemos que essas “coisas” não existem, ou que não acreditamos, estamos a pactuar com o mal, porque quem não sabe dos males provocados pela via espiritual, não se sabe defender deles nem procurar pessoas acreditadas que as possam ajudar, e, dessa forma, estamos a pactuar, consciente ou inconscientemente com o mal. A neutralidade, neste campo, não existe… E eu que o diga, ou os meus filhos que têm sido também grandes vítimas…



publicado por fatimanascimento às 09:12
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