Este pequeno minúsculo pacífico país, escondido no alto dos cumes enevoados e frios das montanhas mais altas do mundo, nunca foi, pela sua cultura, um país ameaçador ou em vias de o ser, convivendo sempre pacificamente com os outros estados vizinhos numa atitude de profundo respeito e humildade, atitude que caracteriza o seu representante legal, o Dalai Lama, agora exilado na Índia. Por alturas da Segunda Guerra Mundial, a China comunista invade e toma posse daquele território perante a incredulidade e a impassibilidade mundiais. Era o fim de um pequeno e recôndito estado, há cerca de meio século, inexplicavelmente, debaixo do domínio de sucessivos governos chineses que tentaram sufocar culturalmente o pequeno estado, ao que parece, ingloriamente. Embora casos de violência tivessem sido denunciados, ao longo daquele já longo período de domínio chinês, o mundo inteiro nada fez para ajudar a resolver o problema deste minúsculo estado, limitando-se a uma política hipócrita de ambivalência do - não concordo, mas também não me meto! Resta àquele povo a incansável acção do seu representante máximo, que nas suas deslocações constantes, leva a causa do seu povo aos outros países, na tentativa de não deixar esquecer o que por lá se passa (e o que aconteceu!). Embora os todos os governos chineses se tenham esforçado por integrar aquele povo na sua cultura, e apesar das sucessivas camadas de população chinesa que imigraram para lá, as recentes manifestações provam que eles não o conseguiram e que aquele pacífico povo continua fiel às suas raízes. Como toda a potência dominadora, a administração chinesa procura abafar toda e qualquer manifestação que relembre os tempos anteriores à anexação do território tibetano, mesmo recorrendo à força contra uma população indefesa cuja única arma são a vontade de inverter uma situação que já dura há demasiado tempo. Se o actual governo chinês acha que consegue lidar com esta determinação (esta resistência), então, ele não entende que a fé move montanhas. E se não consegue compreender algo tão simples, num país profundamente religioso, então, e tal como aconteceu já em muitos episódios da história mundial, o país dominador tem os dias contados lá. Nada demove um povo determinado, pode demorar, mas eles expulsam sempre os opressores, sejam eles quem forem. Quanto aos outros países do mundo, talvez se devessem questionar sobre o persistente interesse de um grande país como a China num estado tão pequeno, e, aparentemente, sem os grandes e tão cobiçados recursos primários que movem nações a dominar outras. Qual será o verdadeiro interesse da China por aquele estado, que se dá a tanto trabalho para integrar uma região dentro das suas fronteiras, sem querer saber da vontade do seu povo? Que interesse será esse que o leva a ser implacável com pessoas desarmadas cujo único intuito é a recuperar a independência e a dignidade perdidas? Depois, o que é mais importante do que a vontade de um povo?
Sempre que temos uma urgência nas nossas famílias, e quando sabemos que não temos médico de família e que, quando temos, muitas vezes não arranjamos consulta, devido ao elevado número de doentes por médico, dirigimo-nos ao hospital mais próximo da nossa residência, onde existe (ainda!) a especialidade de pediatria. Estou a falar do hospital de Torres Novas que serve um dos maiores concelhos do país e alguns concelhos onde não existe essa especialidade, como é o caso do Entroncamento e outros concelhos limítrofes que também se socorrem da especialidade daquela unidade hospitalar. Ora, quando nos dirigimos a um hospital, sabemos que vamos perder algum tempo considerável, até sermos atendidos pelo médico, uma vez que raro é encontrar aquela unidade de urgência infantil vazia. Depois, e consoante a gravidade do problema das crianças e o número de pediatras de serviço, como é lógico, as consultas levarão mais ou menos tempo. Mas conta-se sempre com um dia perdido. Se ainda tivermos de recorrer a uma especialidade que só existe num hospital a cerca de trinta ou mais quilómetros da unidade hospitalar onde nos encontramos, porque o outro, situado a menos quilómetros de distância não tem médico àquela hora, porque já saiu, após fazer não sei quantas horas seguidas de serviço, por haver falta de médicos daquela especialidade, já podemos fazer uma ideia do tempo perdido, para já não falar no desgaste físico e psicológico que tais mudanças acarretam. O que é algo incompreensível, é que, depois daquele dia perdido, temos de perder outro dia sentados numa cadeira de um Centro de Saúde à espera de ser consultado por um médico que lhe passe um atestado de doença da qual ele nada sabe, limitando-se a acreditar na palavra da pessoa que lhe apresenta o papel, o que não deixa de ser arriscado para o próprio médico, dada a má fé que reina por aí. (O que costumo fazer é trazer do hospital o papel indicador da presença da criança e outro do acompanhante, para mostrar a esse médico, para além do livro de saúde da própria criança, quando o médico da urgência tem tempo para escrever nele os dados relativos à doença desse episódio de urgência, o que nem sempre acontece.) Ora isto equivale à perda de dois dias, sendo um deles destinado só à aquisição de um atestado, uma vez que o papel passado pelo hospital só diz que a criança esteve lá naquele dia, não refere mais nada sobre a natureza do problema e o prazo provável de convalescença que a doença normalmente leva.
O que eu me farto de apregoar, sem êxito, é que tudo pode e deve ser feito no próprio hospital. Assim como se passam as receitas necessárias ao tratamento da doença, o tempo provável de convalescença é também necessário. O que deveria haver era um programa que ao mesmo tempo que passasse a receita desse também para introduzir, no mesmo papel ou noutro, esse período de convalescença, permitindo, deste modo a perda de tempo que as pessoas levam a correr de uma instituição para outra, e a vez que estão a tirar a outras pessoas que se encontram realmente doentes e que precisam dessa consulta e que provavelmente terão de procurar as urgências de um hospital, porque muitas das consulta se destinam, e só, à prescrição de medicamentos e à redacção de atestados. Falei da pediatria mas o caso também se aplica, é claro, às urgências dos adultos.
Projecto Alexandra Solnado
links humanitários
Pela Libertação do Povo Sarauí
Músicos
artesanato
OS MEUS BLOGS
follow the leaves that fall from the trees...
Blogs
O blog da Inês
Poetas