Desde que comecei a leccionar, deparei-me sempre com um problema que se vem arrastando desde então para cá. Todos nós somos professores, todos nós gostamos de crianças, adolescentes e jovens... e todos nós queremos o melhor para eles, e cada um, à sua maneira, tenta chegar até eles, senão não faria sentido estarmos nesta profissão. O que acontece, é que os alunos mais difíceis são mais cautelosos com os professores que já os conhecem e, para os novos, porque são novos na escola e ninguém os conhece, tentam sempre "furar o esquema". Ora, estes têm necessidade de se imporem antes de mais, porque o relacionamento, ao princípio, é sempre tenso e algo penoso. Os profs não se podem distrair ou estão “arrumados”, a disciplina é sempre a parte mais difícil a conseguir, sobretudo, e como já disse, para os professores que estão, pela primeira vez, numa escola. Quanto maior for o número de horas que esses profs têm com essa ou essas turmas, maior a probabilidade de ocorrências de problemas disciplinares com os alunos mais indisciplinados. Muitas vezes, trata-se de alunos com passados complicados que não aprenderam a respeitar nada nem ninguém...o que é necessário, nestes casos, é mostrar-lhes que o prof. é a autoridade, dentro da sala de aula e que eles não têm mais remédio do que aprender a acatar as ordens. Isto é sempre difícil para eles, quanto mais velhos e indisciplinados pior, e, quando falam das participações disciplinares... eles são sempre as vítimas! Ora, cada professor, para ser verdadeiro e fiel à sua personalidade, tem a sua maneira própria de resolver os problemas disciplinares, uma vez que o objectivo é melhorar o comportamento dos alunos para bem dos próprios alunos, do professor(es) e de toda a comunidade não só escolar como também daquela onde a escola está inserida. Resumindo, todos ganhamos com isso. Ora, nem sempre esta situação é bem entendida pelos outros colegas. Uma colega, ao deparar-se com um problema disciplinar, dentro da sua sala de aula, e, para remediar e prevenir futuros casos de indisciplina, aplicou um determinado castigo a um aluno muito difícil, cujo comportamento é um dos piores naquela turma. Este, em claro tom de desafio à autoridade da professora, recusou-se arrogantemente a desempenhar a tarefa resultante do castigo. Esta, ao ver a sua autoridade posta em causa dentro daquela turma, impôs-se dizendo-lhe que não entraria na aula dela, enquanto não realizasse o trabalho. O aluno foi fazer queixa ao professor responsável pelo curso e este, ao ouvir a história dele, foi ter com a colega questionando-a quanto ao tipo de trabalho que ela mandara fazer ao aluno, chegando a sugerir-lhe outro, o que levou a colega a sentir-se incomodada, pois percebeu que o colega estava a intrometer-se no seu trabalho, pondo em questão o aspecto pedagógico do trabalho que mandara realizar ao aluno (que tinha!). O que se esperaria do prof com aquele tipo de cargo seria outra atitude... por muito que ele discordasse da colega, ele deveria ter explicado ao aluno que ele se tinha portado mal e que agora teria de aceitar as consequências dos seus actos, para além de ter de cumprir integralmente o castigo, nos termos em que ela os pusera. Esta seria a atitude mais correcta para melhorar o comportamento do aluno e seria um exemplo para os outros que veriam no castigo do colega um exemplo do que lhes poderia acontecer se se comportassem mal. Todos os professores querem o melhor para seus alunos e querem que tudo corra pelo melhor, disso não há dúvida... mas não a qualquer preço! Todos querem que eles cheguem ao fim do curso, mas por razões tais como o medo da avaliação do desempenho dos profs e da escola pelo ministério, o encerramento do curso e a perda de horas nos seus horários e a possibilidade de virem a pertencer ao grupo dos supranumerários que podem ser enviados para longe para desempenhar outras funções… Ora, eu não acredito nisso. Se alguns vierem a chumbar por faltas, só aprenderão, com isso, a melhorar o seu comportamento e poderão matricular-se no ano seguinte, se desistirem como aconteceu a um aluno dócil, que não se encontrava integrado numa turma, terá a oportunidade de o fazer para o ano com outros colegas (e esperemos que melhores!) e os alunos que não gostam de estudar, mas que não têm grandes problemas de comportamento, poderão inscrever-se neste curso... há razões que justifiquem este medo? Se o M. E. agisse daquele modo revelaria uma grande falta de visão... ou então é uma desculpa de quem assim pensa ou diz pensar... Uma coisa é certa, para bem dos alunos, dos profs e do próprio ensino, todos têm de respeitar e de confiar nos colegas, uma vez que todos queremos o melhor para os alunos... a diferença está em que uns estão dispostos a pagar qualquer preço para conseguir isso (mesmo passar por cima dos colegas)... e outros não!
Projecto Alexandra Solnado
links humanitários
Pela Libertação do Povo Sarauí
Músicos
artesanato
OS MEUS BLOGS
follow the leaves that fall from the trees...
Blogs
O blog da Inês
Poetas