Sem ideias não há nada. E é precisamente este aspecto que distingue o criador do plagiador – as ideias. Há criadores com uma imaginação inesgotável e há outros com pouca. Os primeiros, os criadores, esses, pegam numa folha em branco e deixam escorrer nela a imaginação. Os outros, os que têm pouca imaginação, mas gostam de escrever, (porque todos escrevemos, uns sobre a realidade que nos envolve, os outros sobre uma realidade toda ou quase toda ela fictícia), e há duas espécies: os honestos e os desonestos. Os primeiros, pegam na vida e buscam nela inspiração, e, a partir daí, criam todo um enredo entretecido de realidade e ficção ou pegam em situações hipotéticas e fictícias, tecendo, a partir delas, todo esse mesmo enredo. Depois, vêm os outros, os desonestos, aqueles que pouco ou nada têm a dizer, ou aqueles que têm algo a dizer, mas que não têm coragem para o fazer, pelas mais diversas razões, havendo ainda aqueles que têm uma linha contínua de criações, sem grandes desvios significativos, que pretendem algo mais ambicioso. São este tipo de criadores que precisam de uma ajuda, para concretizarem algo na vida. Geralmente essa ajuda vem, salvo algumas excepções, que as há, de ideias subtraídas a outros, das mais diversas maneiras. Procuram, através das ideias dos outros, conseguir a tão almejada notoriedade que, julgam eles, não conseguem dentro da linha seguida por eles. É, talvez, essa ganância desmesurada, aliada a uma vaidade, também ela desmesurada, que faz com que os plagiadores se atrevam e corram riscos de um dia se verem desmascarados. Lá diz o nosso povo que, “quem o alheio veste na praça o despe” e, salvo raras excepções, assim acontece. O que acontece é que estas raras excepções se vão tornando, cada vez mais, frequentes. Estes criadores acham que nunca irão ser descobertos e, depois, se tal acontecer, já têm os bolsos cheios de dinheiro, que, muitas vezes, é o móbil principal de tal atitude. São eles que se podem incluir no grupo dos que “têm medo mas não têm vergonha”. Enquanto se prova esse plágio e não prova, já eles ganharam muito dinheiro com a obra editada, pelo que o crime acaba sempre por compensar, de alguma forma. Depois, surge também, dentro do plágio, a eterna questão – quem é o verdadeiro criador da obra, aquele que teve a ideia ou o plagiador que a copiou e a desenvolveu à sua maneira? A questão poder-se-á colocar de outra forma, o que é mais importante – a escrita ou a ideia? Por mim, eu posso responder que o mais importante é a ideia/imaginação, sem a qual não há nada. E provar que é a este criador que pertence a ideia é sempre difícil em termos judiciais, mas não é impossível. Depois, há várias maneiras de se fazer justiça – o leitor tem também uma palavra a dizer.
Projecto Alexandra Solnado
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