A violência é um problema à escala mundial, e é nesta perspectiva que deve ser sempre encarada. Depois, todos nós temos essa violência dentro de nós que precisa só de um contexto favorável para se traduzir, então, numa atitude mais ou menos violenta. Todos os dias entram em nossa casa notícias que mais não são do que manifestações de violência; e, se olharmos atentamente, a nossa sociedade, ela própria é o palco da manifestação dessa mesma violência. Há violência um pouco por todo, começando no próprio ambiente familiar, muitas vezes, ele próprio palco de forte violência, logo, não é difícil que este ambiente tenha eco nas escolas. A solução, se é que a há, para a violência está, na minha opinião, na educação e não na repressão. As escolas têm um papel fundamental no diagnóstico dessa violência, mas há que saber fazer a distinção entre indisciplina e violência, o que nestas idades, nem sempre é fácil, já que eles sentem mais do que pensam, pelo que muitas vezes essa violência vem associada a um sentimento exacerbado que termina numa manifestação de violência espontânea, só contida ou apaziguada na presença de adultos, (nomeadamente de auxiliares que devem controlar melhor os espaços do recreio). O diagnóstico deverá ser feito num observatório e, sendo a escola o local onde os adolescentes passam a maior parte do seu tempo, é o ideal, pois é nela que, quase sempre, acontecem manifestações de violência, dentro ou fora dela. Agora a espécie de violência é que deverá de ser bem identificada, o que implica o envolvimento de um profissional habilitado para fazer esse diagnóstico. O que sempre mais me impressionou sempre foi a violência fria e calculista nalguns adolescentes. Nestes casos, a escola já não dispõe de mecanismos suficientes para levar a cabo tal tarefa e, como não é uma instituição isolada do resto da sociedade, terá de, em colaboração com outras instituições preparadas para tal, de encaminhar os adolescentes para elas. Ainda me lembro de um assalto de contornos violentos, que teve lugar algures no norte do nosso país, estava eu nessa altura a trabalhar numa região do interior do país, quando vários colegas e funcionários me contavam que tinha sido perpetrado por antigos alunos daquela escola, e que eles tinham sido devidamente referenciados mas que nada tinha sido feito por eles, quando, naquela altura, já apresentavam fortes indícios daquilo que se viriam a tornar um dia. Eles haviam-nos reconhecido pelas fotos apresentadas por um canal de televisão. A tristeza e a consternação eram gerais. Uma colega não cessava de repetir que ela se havia farto de avisar os órgãos escolares responsáveis, mas que a sua preocupação não tinha encontrado eco. Quantos mais alunos iremos nós perder com esta passividade? Há que agir, e, na minha opinião, quanto mais cedo melhor… Temos exemplos, vindos dos Estados Unidos, em que professores trabalham somente com alunos de risco, resgatando-os a um futuro cinzento ou mesmo negro, contribuindo, desta forma, para a criação de uma sociedade melhor, onde cada um encontre o seu lugar e possa ser feliz. Será isto uma utopia? Não se houver boa vontade da parte dos responsáveis no sentido de modificar esta situação. Seria, talvez, esta uma forma de diminuir este tipo de violência ou mesmo de o erradicar definitivamente da nossa sociedade.
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