Desde que começamos a trabalhar, começamos a contribuir para os organismos do estado. O mesmo aconteceu comigo. O problema é que o estado tem vários organismos para os quais descontamos e não só um, como seria de esperar. E, depois, vêm as inesperadas consequências.
Quando comecei a trabalhar, falaram-me dos descontos e perguntaram-me se queria ser sempre professora ou teria em mente uma futura mudança de emprego. Eu respondi, e bem, que o ensino era o meu caminho. Então, ficou resolvido que não seria necessário descontar para a segurança social. Eu fiquei indecisa… sabia, por experiência própria, que a vida dava muitas voltas. Mas, não havia necessidade… Aceitei, embora não muito convencida. Parecia eu que estava a adivinhar. Mas o que eu nunca poderia adivinhar, era que, um dia, muitos anos depois dessa conversa, e depois de uma luta enorme para conseguir a efectivação, e sobretudo uma perto de casa, eu escolheria, num malfadado destacamento, a escola errada, com as pessoas erradas (exceptuam-se aqui os alunos) que, à falta de maior interesse, resolveram embirrar comigo, desde o início, desenvolvendo uma perseguição implacável. Como não faço mal a ninguém, não me meto na vida de ninguém, não prejudico ninguém… nunca compreendi a sede de perseguição daquela gente. As pessoas com quem trabalhei, (e foram muitas, em quase vinte anos de carreira, uma vez que só repeti duas escolas), sabem perfeitamente como eu sou, e falo de colegas, empregados, alunos, pais… nunca prejudiquei ninguém. A minha posição foi sempre a de ajudar os outros. Este ano lectivo que findou, as situações tomaram tais proporções que eu sentia-me mal, desde que entrava naquela escola até que saía. Por fim, quando me confrontaram com uma falta injustificada, comunicada dezassete dias depois, entendi que já tinham ultrapassado todos os limites possíveis e as situações alcançado proporções nunca por mim imaginadas. Tudo isto aconteceu num ano, o que não aconteceria nos outros dois que se seguiriam… Sim, porque, logo neste ano lectivo passado, a senhora ministra lembrou-se de que os destacamentos teriam a duração de três anos. Ora, depois de um ano infernal, o que não aconteceria nos outros? Foi com muita mágoa que decidi pôr fim à minha carreira, recusando, desta forma, trabalhar com pessoas que não me deixaram saudades nenhumas: nem a nível profissional, nem a nível pessoal. Agora, corro o risco de não conseguir rendimento mínimo nacional, até conseguir um outro emprego. Porque os descontos todos que fiz, e pesaram no vencimento mensal, não incluíram a segurança social. Daí a minha questão anterior – porque não descontamos todos para mesmo organismo? Assim, este problema não se colocaria… Pensem nisto antes que mais alguém se veja na mesma situação!
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