Um autor romano disse uma vez, sobre a parte mais ocidental do continente europeu, que os autóctones “não se governavam nem se deixavam governar”.
Depois de milhares de anos, olhamos para nós e percebemos que não evoluímos muito, neste aspeto. Para além dos problemas económicos em que o país se vê afundado ciclicamente, devido sobretudo à má gestão dos responsáveis governamentais com ou sem ajuda do contexto económico exterior. Temos de olhar para dentro e pensar seriamente nas notícias que vêm a público e que não deixam nada bem vistos a classe política (e não falo só dos governantes, toda ela). Se pensarmos também nas manifestações e nos cartazes apresentados, percebemos divisões (todos falam na primeira pessoa dos problemas) quando temos de nos concentrar no núcleo de problemas que mais nos afetam: a descriminação salarial e contributiva. Já tive mais do que uma oportunidade de dizer que não há trabalhos mais importantes do que outros. Todos são importantes. Mas a descriminação salarial insiste em dividir a população em duas classes: os de primeira e os de segunda. (Para Já não falar no eterno problema do desemprego). Quanto ao regime contributivo, os mais favorecidos salarialmente são os que menos contribuem numa desproporção incrível. Se aplicarmos este cenário a um regime de crise económica crítico, vemos estas diferenças injustas acentuarem-se desagradavelmente para aqueles que menos recebem e mais contribuem não só para pagar a crise e todos os erros alheios ao povo cometidos (antes, durante e depois do início dela) e, como dizia alguém, também para sustentar toda uma “aristocracia política” que se implantou no nosso país. Toda a gente sabe que a classe política enriquece. E vai-se sabendo como. E, para cúmulo, percebe-se que, apesar das certezas encontradas durante as investigações, não são punidos judicialmente como se um véu invisível os livrasse da cadeia. Todos conhecemos casos. Só alguns foram punidos e questiono-me como é que só alguns caíram na malha da justiça, quando outros continuam impunes, longe dos holofotes das notícias. Será por acaso?
Então, talvez devamos perceber o que é comum a todos e passar a exigir o mesmo. Só assim seremos ouvidos…. ou não? Pelo menos, psicologicamente falando, provoca mais respeito um povo que reclama a mesma coisa nas manifestações do que aquelas em que cada um fala dos seus problemas… Ou não será assim?
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