opiniões sobre tudo e sobre nada...

Quinta-feira, 7 de Agosto de 2008
Semana de 65 horas?

Já ouvi a notícia na televisão e já li uma reportagem sobre essa ideia das 65 horas semanais de trabalho. Nesta reportagem, vários entendidos em várias matérias condenavam, por razões bem justificadas, este horário. Estou de acordo com todas elas. O que mais me choca nesta proposta, é perceber que só pode ter sido levada a cabo por pessoas que não sabem o que é trabalho. Sim, porque só pessoas que não dão valor ao esforço físico e psicológico envolvido no trabalho, podem falar em horários semanais destes ou fazer propostas ainda piores, como já aconteceu (78 horas!). Parece que estamos a tentar seguir o exemplo escravizante dos países subdesenvolvidos que ainda vivem os problemas da Europa do século XIX e que são continuamente denunciados das mais variadas formas, através dos meios de comunicação. Estes trabalham muitas horas em troca de um magro salário, pagos por patrões gananciosos e sem escrúpulos. Aqui, na Europa, que já evoluímos no bom sentido, há muitos anos atrás, embora ainda exista muito por fazer. Há muitos trabalhadores com salários em atraso, despedimentos consecutivos, empresas que encerram devido a esquemas pouco claros que defendem exclusivamente a cega ganância de alguns patrões. Há trabalhadores a quem não são pagas as horas extraordinárias… enfim, ainda estamos longe da perfeição, se é que ela existe, o que sinceramente duvido. Ora, se agora, e ainda para agravar mais a situação em que vivemos, falam de horários semanais alargados que parecem querer substituir as horas extraordinárias já existentes e, desta forma, poupar alguns tostões aos patrões. Como ficamos? É claro que quem faz estas propostas pensa sempre nos desesperados que, à falta de melhor, se sujeitam ao que lhes aparece, concordando com as condições que lhes são impostas. E quem os pode censurar? Eu não me atrevo porque já passei por situações difíceis e tive de me sujeitar… compreendo-os muito bem. O que me revolta é o oportunismo daqueles que têm a faca e o queijo na mão e que poderiam fazer algo para melhorar este estado de coisas e nada fazem a não ser piorá-lo! O que mais me assusta é perceber que o ser humano mais facilmente recua do que avança. O avanço é sempre feito de grandes conquistas e há sempre alguém disposto a impedir ou a tentar recuar no tempo, em direcção a objectivos escuros, muitas vezes sugeridos por alguém com poder, que nada tem a perder com estes recuos no tempo. São mentalidades mesquinhas saciadas por um egoísmo incomensurável, em que o Eu não se identifica com os outros de estrato social diferente do seu.

Graças a Deus que ainda há pessoas sensatas sentadas nos lugares certos, para poderem travar este tipo de abusos. Mas… por quanto tempo? Será que nós, os eleitores conhecemos realmente as pessoas em quem votamos? Já não falo do cabeça de lista mas de todos os outros que o acompanham… e até que ponto os governantes têm poder negocial? Valham-nos também alguns patrões que são uma mais valia para a nossa sociedade, e que, não fazendo muito, vão fazendo algo pela nossa sociedade. O que sempre defendi e parece ser uma realidade cada vez mais forte, é que as más pessoas dão maus profissionais e as boas dão bons profissionais… e isto é válido para todos!

 



publicado por fatimanascimento às 22:28
link do post | comentar | favorito

Quarta-feira, 21 de Maio de 2008
Seguradoras

 

Já tinha ouvido falar muito de seguradoras e, na maioria das conversas, mal. As pessoas queixavam-se sobretudo do incumprimento, lamentando-se que elas estão sempre prontas para receber o dinheiro mas, quando chegava a altura de pagar, levantavam todo o tipo de problemas. Alguns profissionais do ramo, reconheciam que, infelizmente, havia muita situação dessas, o que eles lamentavam, porque acabavam por denegrir a imagem do ramo. Eu, pessoalmente, nunca tinha tido problemas desse ou de outro tipo com seguradoras, até me deparar com uma situação algo caricata.

Aqui há uns tempos atrás, um amigo meu africano, à frente de uma instituição de solidariedade social, criada com muito trabalho e com o apoio financeiro de alguns beneméritos do país, recolhia crianças da rua, de todas as idades, procurando dar-lhes a protecção e a formação necessárias para que eles, já adultos, pudessem arranjar um emprego. A planta do edifício da futura escola estava delineada, faltava um projecto educativo para ele. Era aqui que entrava eu. Na altura, combinámos uma vinda a Portugal, para combinarmos tudo. Como a miséria e a corrupção são grandes no seu país, assim como em toda a África, (ao que parece), eu tratei de tudo aqui. Uma das condições para a vinda do meu amigo, era um seguro que só poderia fazer em seguradoras que tivessem filiais no país dele. Havia duas. De uma delas nunca tinha ouvido falar mas a outra era bem conhecida. Procurei a localidade da agência, onde poderia tratar de tudo, e fui até lá. Para meu espanto, foi-me dito que eu teria de ser cliente da seguradora para fazer esse seguro. Eu já tinha seguradora e estava contente com ela, conhecia as pessoas… Seguro de vida? Eu já tinha seguro de vida do mesmo ramo. Pois, mas pela política da empresa, eu tinha de ser cliente, para conseguir o que queria e ter um seguro do mesmo ramo. Lá me encontraram um seguro de vida, à minha medida, que eu teria de pagar, obrigatoriamente, durante quatro anos. Nós nunca sabemos quando poderemos necessitar de um seguro destes, uma vez que não temos a vida ou a saúde nas mãos, mas o que não me agradou foi o facto de me ver obrigada a fazer um seguro que eu não queria nem podia fazer, uma vez que já tinha despesas q.b. na minha vida, e não tive alternativa. Senti-me presa numa armadilha, sem saber como sair dela. A revolta sentida foi grande. Como era possível acontecer uma situação destas? Não poderia simplesmente arranjar este seguro pontual de que necessitava o meu amigo e ir embora tranquilamente? Eu pergunto-me ainda se este tipo de política seguida por esta seguradora, será universal ou se é mesmo só desta dela. É claro que a imagem dela ficou danificada e, logo que puder, mudo.

Mas nem tudo foi mau, uma vez que consegui, dentro da mesma agência, encontrar um seguro automóvel mais barato. Foi o modo que encontraram os mediadores, também eles presos esta regra, de encontrar uma forma de não prejudicar muito a imagem da seguradora que representam.



publicado por fatimanascimento às 08:56
link do post | comentar | favorito


mais sobre mim
Julho 2018
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
26
27
28

29
31


posts recentes

Semana de 65 horas?

Seguradoras

arquivos

Julho 2018

Outubro 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Agosto 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

tags

todas as tags

favoritos

A manifestação de Braga

links
blogs SAPO
subscrever feeds