Quando ouvi a notícia da boca do senhor primeiro-ministro, José Sócrates, não duvidei das suas intenções. O que não gostei foi da explicação onde as aparentes boas intenções denunciavam o nobre acto de ajuda aos portugueses, evitando que eles perdessem as suas poupanças. Quanto à ajuda aos portugueses, eu não discuto, agora o que é discutível é quais os portugueses que ele se propõe ajudar. Terão de ser necessariamente aqueles que têm dinheiro investido nesses bancos e que vivem da actividade desses bancos, os outros não serão com certeza. A maioria dos portugueses desconhecerá mesmo o nome de alguns que agora estenderam a mão à ajuda estatal. Não entendo também como não há dinheiro para nada, neste país, e quase nada se faz em nome da contenção financeira e da eterna crise, e quando o sistema bancário estremece, o estado corre logo em defesa deles, alegando a ajuda aos portugueses, a maioria dos quais sobrevive com pensões e ordenados mínimos que estão a proliferar no país como uma verdadeira epidemia. E o montante não é tão pequeno quanto isso… Quando confrontado recentemente com uma pergunta nesse sentido, por alguém que, dando ouvidos ao cepticismo que reina por aí em relação à classes dirigentes, o senhor primeiro-ministro voltou a afirmar, com a sua habitual convicção, embora manifestando, desta vez, algum nervosismo, perante tão incomodativa pergunta, de que o faz em nome dos portugueses. É claro que ninguém acredita nisso! Nem ele mesmo acredita! O que se tem de fazer é manter as aparências e é o que ele está nitidamente a fazer. Agora, a ser verdade e a acreditar nas suas palavras, porque é que ele não propõe aos bancos em ruptura financeira, (muitos, talvez, por culpa deles!) que encontrem entre eles uma outra solução? Porque não se fundem entre eles, juntam o dinheiro que ainda lhes resta, e se lançam no mercado de uma forma mais séria e responsável? Esta, senhor primeiro-ministro, seria sem dúvida uma decisão política que defenderia o interesse de todos os portugueses e não só de alguns. Porque o dinheiro faz falta em muitas áreas, senhor primeiro-ministro, não é só na banca portuguesa. Depois, e ao que se conhece do caso BPN, nada nos leva a crer que esse dinheiro não venha a ser usado de forma irresponsável.
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