opiniões sobre tudo e sobre nada...

Quarta-feira, 27 de Junho de 2012
Intermediários

Há muito que se ouve dizer que a agricultura, em Portugal, não dá lucro. Todos sabemos que a agricultura é essencial ao desenvolvimento de um país. Então, de quem será a culpa?

Todas as pessoas parecem ser unânimes: são os intermediários (sempre salvas as devidas excepções, se as há) que estrangulam a economia portuguesa. Os exemplos apontados são múltiplos, mais do que seria desejável. As histórias contadas e as notícias lidas apontam para isso mesmo. Vou pegar em duas e contá-las resumidamente. Um agricultor foi contactado por uma grande superfície para a produção de cenouras aliciando-o com a oferta das sementes. Nada mais parecer ter sido discutido. No momento da apanha da mesma, voltou a ser contactado pela mesma entidade. Desta vez, as negociações não foram tão produtivas. Afinal, esta avançou com o problema da certificação do produto que se esquecera de abordar no primeiro contacto com o agricultor. A questão centrava-se unicamente no valor do produto prestes a ser recolhido da terra. A grande superfície exigia a descida do preço dos catorze cêntimos antes acordados para os nove cêntimos. A indignação do agricultor, sentindo-se enganado, não se fez esperar e não teve outra consequência que a destruição do produto tão carinhosamente cuidado, preferindo a sua destruição.

Outra história, esta lida nas notícias, dava conta de uma grande superfície que, depois da sensacional promoção organizada, e para evitar perder a margem de lucro sacrificada nessa promoção, foi ter com os produtores agrícolas negociando preços de forma a prejudicá-los. Foi a organização em que estes agricultores estão filiados que denunciou o caso aos órgãos de comunicação social.

Se juntarmos a esta área muitas outras mais que vendem os produtos ao preço da chuva para chegarem aos consumidores a preços exorbitantes, não será difícil de concluir que os únicos satisfeitos com os negócios neste país são os intermediários. Mas são estes os principais responsáveis pelo fraco desempenho do país no que respeita ao seu desenvolvimento. Agora, a questão a colocar-se é esta: acontece com todos os produtores ou só com os mais desprotegidos social e economicamente? A resposta parece evidente! E sendo a agricultura, nos outros países, um área de grande lucro, não se percebe porque é que o mesmo não acontece neste país. Ou deverei dizer, não se percebia?



publicado por fatimanascimento às 07:14
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Quinta-feira, 7 de Outubro de 2010
O país a saque

Estou de férias. Poucas notícias leio, até porque sei que não me vou alegrar com elas. Ainda assim, vou dando uma olhadela e o resultado é o mesmo – desânimo. Lembram-se da história/lenda de Robin dos Bosques e dos seus companheiros? Estava-se numa Inglaterra  que vivia sob o poder do príncipe João, irmão do rei Ricardo, ausente numa cruzada. Ao contrário, de Ricardo, João era uma pessoa ambiciosa e sem escrúpulos. O povo vivia sob o efeito despótico desta regência, mal podendo respirar com tanto imposto e tanta injustiça. Foi então que surgiu aquela personagem que, não se identificando nada com a política do príncipe, resolveu unir-se a um bando que já vivia na marginalidade, restituindo ao povo o que lhe era indevidamente retirado. Todos os países passam por um ou outro momento das suas histórias por períodos mais ou menos negros como o registado naquele período inglês. Nós estamos a viver um mais ou menos parecido. Li há pouco uma notícia que dizia que a PT ficaria isenta do imposto relativo aos milhões ganhos com o tão badalado negócio da venda da participação da empresa portuguesa na empresa brasileira. Ela e os maiores accionistas da empresa! Só pagariam impostos os accionistas mais pequenos que pagariam no IRC, à percentagem de 21,5%, o imposto sob os lucros recebidos. (Se é que têm direito a parte desse lucro!) Ora, num país que enfrenta uma crise económica como a nossa, já com um sistema tributário tão injusto, não seria mais fácil, para todos, que todos pagassem, na devida proporção, os impostos ao estado que se diz tão carenciado? Para que nos servem empresas bem sucedidas se não cumprem os seus deveres para com o estado? Só para dizerem que criam postos de trabalho? É só este o único dever das grandes empresas para com o país? O resto, aquilo que não interessa – os impostos - fica para aqueles que já vivem com a corda na garganta? Depois, o que vão fazer com o dinheiro ganho na venda da participação à Vivo? Mesmo que o investissem, não sobraria ainda algum para pagar ao estado? O que não compreendo é a total ausência de obrigação que uma lei criada para tal a isenta do pagamento do imposto. Deveria pagar, ainda que pagasse muito menos já seria uma ajuda que aliviaria todos. Resta o povo e as pequenas e médias empresas… Se depois de sabermos que esta crise poderia ser contornada/enfrentada de outra forma, caso houvesse vontade política para tal, o que nos resta? A sensação que nada vai mudar… Os mais fracos continuam a ser os mais explorados e os mais fortes cada vez mais ricos e poderosos. Justiça social? Onde? Que utopia é essa? Até Robin dos Bosques parece ter saído da imaginação popular tão cansada de tantos e tantos séculos de abusos e sacrifícios!



publicado por fatimanascimento às 13:04
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Quinta-feira, 19 de Fevereiro de 2009
A imagem de Portugal no exterior

Li, há pouco, um artigo de opinião, onde um político conhecido dava conta da má impressão que os outros países da Europa têm do nosso país. Isto dá que pensar… Quem dá essa má impressão do nosso país?

A maior parte dos portugueses não tem dinheiro para se deslocar ao estrangeiro. Mas eles têm a possibilidade de se deslocarem cá… Tendo em conta que somos sempre, salvas as raras excepções, (que as há), muito acolhedores e simpáticos com os visitantes estrangeiros, não deve ser do pouco tempo que por cá passam que eles ficarão com essa má impressão. Os portugueses que abandonaram o nosso país, no intuito de encontrar, nos outros, uma vida melhor, estão, na sua maioria, bem vistos e perfeitamente integrados nas sociedades de acolhimento. Noutros campos, como o desporto, temos alguns desportistas que levaram o nome do nosso país aos quatro cantos do mundo (quem não conhece Cristiano Ronaldo ou o Figo?) Isto só para citar o futebol que continua a ser o líder dos desportos. Nas artes, também vamos conseguindo o espaço para levar até esses países o que por cá se faz… Não poderemos esquecer nomes que são já uma referência internacional (pelo menos na literatura, que são os mais conhecidos).

Resta-nos os campos da política, da justiça (que em certas esferas parece não funcionar) e da economia e finanças (casos BPN e BPP, os mais conhecidos). São estes campos que dão uma má imagem do nosso país ao resto do mundo, uma vez que o que se passa por cá também é notícia nos outros países… não admira! E como nada se prova nem se sabe nada em concreto, a não ser algumas declarações dos visados que parecem não ter outro fim que o de despistar quem ouve, e, quando ainda não se apuraram as responsabilidades do caso Freeport, já andam atrás dos responsáveis pelas fugas ao segredo de justiça… parece-me, no mínimo, estranho! Para já não falar do envolvimento de certas pessoas, ao que parece, já identificadas e ligadas à administração pública que, segundo declarações, estão envolvidos em negócios escuros não se fazendo nada para pôr cobro a tal situação. Isto não indicia nada de bom. É, no mínimo, assustador! Ora, constituindo estas notícias a maior parte do bolo informativo, (e as primeiras páginas dos jornais e a abertura dos noticiários), nos mais variados tipos de meios de comunicação no nosso país, sê-lo-ão também nos outros, não será difícil de perceber quem projectará tão má imagem do país no exterior. Às vezes, quando oiço notícias destas, tenho a sensação de que estão a falar, não do nosso país, mas de um país corrupto do terceiro mundo!

 



publicado por fatimanascimento às 21:22
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Terça-feira, 23 de Setembro de 2008
A difícil arte de mudar…

Não sei se é só aqui, no nosso país,… não sei se é só agora. Mas há uns anos para cá que me tenho apercebido da dificuldade que existe em mudar seja o que for. Não falo de grandes assuntos, mas de pequenos. Mas imagino que, se nos pequenos assuntos é difícil, então nos grandes dever ser maior… ou talvez não. Talvez isto só se passe neste mundo singelo que é o nosso dia-a-dia. As pessoas, quando começam a trabalhar e se habituam a agir de uma maneira, têm certa dificuldade, perante uma pequena mudança, decidir qual a atitude correcta a tomar em determinada situação. E isto passa-se um pouco por todos os serviços com que tenho contactado. Lembro-me de casos simples de solucionar e o problema e os receios que esses mesmos casos simples levantavam antes de se resolverem. Lembro-me do caso das mudanças de residência dos alunos. Quando os alunos, durante o acto da inscrição, davam uma morada e a seguir, quando alguns papéis mais recentes chegavam às mãos dos directores de turma com outra, a indecisão em escolher a morada certa… Quando mudei de residência, informei os correios e alguns serviços dessa mesma mudança, e mesmo assim, a correspondência continua a dirigir-se para a morada antiga. É claro que, os novos inquilinos têm a paciência de a entregarem em casa dos meus pais e esta situação arrastou-se até há bem pouco tempo… e já me mudei há cinco! Agora, e mais recentemente, o caso das facturas da net. O meu antigo companheiro pediu factura electrónica a consultar na área do cliente. Já comuniquei aos serviços que, para mim, não pode ser assim e que me reenviassem a conta mensal pelos CTT, que pagaria no Multibanco. Esta mudança foi feita em Abril e escusado será dizer que, sempre que pretendo receber a factura a tempo e horas, tenho de telefonar para os serviços, reclamando essa mesma factura, de forma simpática, como sempre faço, explicando que não entendo a demora, uma vez que esse pedido já foi feito uns meses antes. A resposta é sempre a mesma: que a factura está na área de cliente onde a posso consultar, com todos os dados para efectuar o pagamento. Volto sempre a pedir que ma enviem pelos CTT, explicando que esse pedido já havia sido feito por mim, há alguns meses atrás. Depois, vêm as nefastas consequências: cartas ameaçando o corte se o pagamento da última factura não for paga! Para evitar mais gastos, e vendo a vida como ela está, o melhor será mesmo esperar por ela e evitar mais gastos… Mas o que me continua a intrigar é a dificuldade da mudança. Sempre que há uma escolha a fazer faz-se pela mais antiga, como é o caso das moradas, quando têm de decidir entre a mais antiga ou a mais recente, e quando se trata de modificações nos serviços, como é o caso da factura da net, após várias informações da minha parte, no sentido de mudarem a situação pré-existente. É desmoralizante… Será que a informação, dentro dos serviços, não fica registada ou não é passada? O que se pode fazer para mudar esta situação e evitar este problema? Talvez uma maior atenção seja o começo para a mudança no sentido certo…



publicado por fatimanascimento às 22:21
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Sexta-feira, 19 de Setembro de 2008
Um país ingovernável?

Mais um ex-ministro a queixar-se do nosso país…

Pois é… ao que parece o problema parece incontornável. O poder e influência do dinheiro falam mais alto que as pessoas escolhidas pelo povo para o representarem e governarem o país. Neste caso, estão em causa não só as indústrias farmacêuticas como as próprias farmácias que ditam as leis que os governantes têm de cumprir, ao que parece, eles não têm outro remédio, ao que parece. Se olharmos para o lado, vemos o braço de ferro entre o governo e as gasolineiras no que respeita ao preço dos combustíveis… isto só para não irmos mais longe. Estes são só os casos mais recentes. Isto leva-nos a colocar uma questão pertinente: quem manda neste país? Onde está a autoridade? Já se sabe que governar não é fácil, e que se encontram muitos obstáculos pelo caminho que acabam por criar o desgaste que o ex-ministro da saúde se queixava. É de louvar a entrevista que deu, para além da coragem que teve, desmascarando o que se passa realmente neste país. O que esperam os denunciados? Que o povo esqueça e siga em frente como se nada acontecesse. O povo, por seu lado, não sabe o que fazer. Tendo grande parte da população uma idade avançada e sendo ela dependente de medicamentos para sobreviverem com alguma qualidade de vida, e vendo-se enfraquecidos por um poder de compra, muitos deles, quase nula, pode dizer-se que os fármacos levam-lhes o dinheiro senão todo, quase todo, pouco lhes restando para fazer face aos gastos inerentes à sua sobrevivência básica: alimentação, água, luz… Muitos deles privam-se mesmo de alguns medicamentos para não ficarem a dever às farmácias. Mas não são só os idosos. Temos de pensar em todas as camadas etárias onde existem pessoas atacadas pelos mais variados problemas físicos e psicológicos estando sempre dependentes de medicamentos para viverem com alguma qualidade… vemos como somos importantes para as indústrias farmacêuticas e para as farmácias, no sentido do lucro que lhes proporcionamos. O que fazer para alterar este tipo de situação e conseguir um equilíbrio desejado que não prejudique tanto o lado do consumidor? Tudo depende da sensatez e da boa vontade de que vende, que parecem não reunir estas duas qualidades. Eles parecem passar por cima dos consumidores para se concentrarem nos milhões (ou mais) de lucro que representamos para tais empresas. Muita gente queixa-se da falta de ajuda do estado, talvez agora fiquem a saber que há mais responsáveis pela miserável situação em que vivem… Outra questão pertinente que se pode colocar é como nos vamos poder defender de tais interesses intransigentes e egoístas, quando os próprios membros do governo não são capazes de lutar contra tal má vontade? Em princípio seriam eles que nos deveriam defender, mas não conseguindo, eu tenho algumas ideias…

 



publicado por fatimanascimento às 09:30
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