opiniões sobre tudo e sobre nada...

Domingo, 25 de Setembro de 2011
Pai... só se for de nome!

O meu filho já trabalha há algum tempo. A sua preocupação, enquanto actual chefe de família, é mantê-la unida. Eu estou colocada bastante longe de casa e com um horário muito incompleto. Não posso ir a casa tantas vezes quanto deveria ou queria e, como tive de trazer o carro para transportar tudo quanto é necessário a uma pessoa que anda com “a casa às costas”, e estando no interior, não tenho meio de locomover a não ser de carro. (Aliás, ter, tenho, mas os horários não servem, logo é como se não os tivesse.) É com o produto do seu trabalho que ele vai comprar o carro para levar as irmãs à escola e ir, de seguida, para o trabalho, depois dessa volta. Para o rapaz é também um sonho tornado realidade. Comprar um carro com o seu próprio dinheiro.

Até aqui, nada há a dizer não fosse o rapaz contar-me que o carro comprado por ele estava no nome do pai assim como o seguro embora seja o filho a pagar ambos. Não sei qual a vantagem de se pagar um objecto (carro) que está no nome de outra pessoa. Porque pai, muitas vezes, e é o caso deste homem, não tem o significado que tem para a maioria das pessoas, isto é, aqui não a palavra “pai” não tem, definitivamente, o mesmo significado que tem para a maioria das pessoas. Aqui, “pai” é mais sinónimo de “padrasto”. Mas um padrasto do estilo dos contos populares, isto é, mau. E o rapaz conseguiu mais, neste pouco tempo de vida, do que o pai na mesma idade. Talvez resida aqui a sua incomensurável inveja sempre cuidadosamente disfarçada com um sorriso para iludir os demais. Eu era incapaz de fazer isto! Ultrapassa-me completamente. Já lhe enviei uma mensagem dizendo que não concordava. Alguém tem de parar um indivíduo destes! Mas, como não tem vergonha, só medo, o resultado é o mesmo. Eu, que tive um pai tão diferente, tão bom, não compreendo estas atitudes, ainda por cima vinda de um indivíduo que só conseguiu chegar onde chegou na vida com bastante ajuda! Estou tão revoltada, enquanto mãe, que até tremo com a injustiça. Detesto injustiças! Se fosse eu a fazê-lo era diferente. Jamais lhe pediria que o carro ficasse em meu nome! Depois, não acredito num homem que já nos prejudicou bastante. Agora, como vamos proteger a família de alguém que está tão perto familiarmente de outra? Como proteger um filho de um pai daqueles? Como evitar que um pai assim explore o seu próprio filho? Eu, que já fui tão prejudicada por pessoas como ele, vejo o filme a repetir-se com o meu próprio filho! E sei que, um dia, mesmo que ele aparentemente mostre boa vontade, sei que teremos de andar atrás dele para colocar o carro no nome do filho e ele só o fará quando quiser e lhe apetecer. Sabendo o sadismo que o caracteriza, tarde ou nunca isso acontecerá. A única coisa que posso fazer é pedir desculpa aos meus filhos. Adoro-os, mas se soubesse o que sei hoje, teria tido os mesmos filhos mas, definitivamente, com outro homem! Não é a atitude que está em questão, é a pessoa! Se fosse outra pessoa, totalmente diferente, estaria descansada. Assim, não!



publicado por fatimanascimento às 10:47
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Quarta-feira, 30 de Setembro de 2009
Há pais… e pais!

O meu filho mais velho vai fazer dezoito anos em Novembro. Foi um garoto com uma adolescência de inseguranças e uma infância cheia de problemas de saúde todos relacionados com órgãos vitais que se reflectiu num percurso escolar irregular. Passou para o décimo ano. Como se isso não bastasse, há ainda aqueles problemas desnecessários criados pelo próprio pai. Há pouco contava-me, naquela insegurança que o caracteriza, que o pai lhe havia dito que aos dezoito anos já não era obrigado a dar-lhe o dinheiro que lhe era destinado. São cem euros a parte que lhe cabe e que não dá para pagar as despesas relacionadas com ele. Nunca me queixei. Não acho digno fazê-lo. Aceito o jogo com as regras que o caracterizam. Ora, continuando ele a estudar, e não tendo outro meio de sobrevivência, não sei bem a que se referia o pai. Senti uma onda de revolta invadir-me e repliquei que todos os pais casados sustentavam os filhos até ao momento de arranjarem emprego. Não sabia era que os divorciados não tinham o mesmo dever, só por serem divorciados. É claro que há muitos pais divorciados que continuam a apoiar os filhos mesmo depois dos dezoito anos até conseguirem singrar na vida por eles mesmos. É fácil de perceber o resultado da conversa no filho. O miúdo perguntou-lhe se não poderia colocar esses cem euros na caderneta, para ele poder juntar para as dificuldades que se lhe poderão deparar na vida, estilo pé-de-meia. Quase consegui imaginar a cena na minha mente: o rapaz atrapalhado na sua insegurança com medo do futuro, mendigando uns míseros cem euros mensais ao pai.

  Olhando para este e outros incidentes que tiveram como protagonistas os meus filhos, sei que o erro enorme cometido há muitos anos atrás, casando com um homem que nada tem a ver comigo, penso nas palavras de algumas colegas de trabalho que me diziam que a maioria das pessoas cometem um erro e emendam-no divorciando-se. No meu caso, e segundo elas, seria mais difícil, e que teria problemas até ao resto da minha vida, dado o ódio dele por mim, ainda por cima não tendo eu nada feito que justificasse aquele sentimento. Nunca lhes contei a minha vida, mas elas sabiam de muita coisa por “alguém” (há sempre um “alguém” nas nossas vidas que sabe mais delas que nós, uma vez que somos sempre as últimas a descobrir). Posso bem conviver com o ódio dele por mim, uma vez que aquele homem nada me diz. O que não consigo tolerar é a falta de sensibilidade que o leva a aproveitar-se da insegurança de um adolescente para o manipular em vez de o proteger como seria sua obrigação de pai. Sempre fez isto. Quem tem pais assim quem precisa de inimigos? Já há muito que desmistifiquei a imagem do pai reduzindo-o à sua imperfeita condição humana. Mas isso não justifica a maldade para com um filho.

 



publicado por fatimanascimento às 21:14
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Segunda-feira, 23 de Junho de 2008
Ainda aquele gesto...

 

Há poucos dias atrás, tive um problema com a minha impressora, pelo que tive de pedir a um amigo do meu filho que me imprimisse um documento. Trata-se de um rapaz de que gosto particularmente, pela sua maneira de ser. Sempre que pronto a ajudar, sempre que pode, para além de ser boa pessoa e um bom amigo. Tinha o documento na disquete e, como ele não tinha já dispositivo onde colocar a disquete, e tive de lhe emprestar a minha pen. (É o resultado de toda a evolução, e a informática não é excepção à regra.) Copiei o documento da disquete para a pen, com todo o cuidado, retirei-a e entreguei-a ao moço. Nesse exacto momento, lembrei-me imediatamente do problema que envolveu o meu filho. Olhei a minha mão, com tristeza. De certeza que todas as minhas palavras devem ter sido mal interpretadas! Devem ter ficado com a ideia que eu não quis pagar a pen. E não foi nada disso. Se o meu filho tivesse sido irresponsável, eu teria pago o objecto, mas não foi o caso. Mas não foi só disto que me lembrei… Eu dissera ao dono do utensílio informático que nunca a deveria ter emprestado a ninguém… e é verdade! Lembrei-me de tudo no exacto momento em que a estendia a este moço. Depois, pensei… como reagiria eu, se, por azar, acontecesse algo à minha? É a única que tenho e não tenho dinheiro para comprar outra, neste momento… Então, como reagiria eu, se o moço chegasse ao pé de mim e me dissesse que tinha estragado o pequeno utensílio de hardware? Não foi difícil para mim encontrar a resposta. Eu sentar-me-ia com ele e explicar-lhe-ia que lhe estava extremamente grata pelo favor que me tinha feito, e que o que acontecera com ele, poderia ter acontecido comigo. Era isto que eu faria e… aguardaria pacientemente a altura certa para comprar outra. Mas isto era o que EU faria, mas muitas pessoas não são iguais a mim. E há que respeitar a diferença. Só me custa compreender é o preço que as pessoas dão (e sempre deram!) aos objectos, que parecem estar acima de tudo o resto! Vejo pessoas por esse mundo fora a terminarem amizades por causa da importância que assumiu o aspecto material nas nossas vidas, como se este fosse o melhor da vida! Não se matam pessoas, na nossa sociedade, para outras apossarem dos bens materiais que lhe pertencem? É a isso que nós chamamos assaltos. Onde vamos parar, se continuarmos a seguir esta ordem de valores?



publicado por fatimanascimento às 22:57
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Quarta-feira, 18 de Junho de 2008
O gesto fatal

 

O meu filho viu-se envolvido no meio de uma situação, da qual saiu prejudicado. Um vizinho nosso, e colega dele de escola, emprestou a sua pendrive a outra colega de turma. Esta, no fim de a ter utilizado, sabe-se lá porque razão, pediu ao meu filho para a guardar. Este, num gesto de boa vontade que o caracteriza, pegou nela e meteu-a na pasta. Quando chegou a altura de a entregar ao colega, ele estendeu a mão para a colega e disse-lhe para lha entregar. Ela negou-se. Resultado: a pen estava estragada. O dono da pen ficou zangado e pediu contas à rapariga e ao meu filho. Este, vendo-se envolvido, injustamente, na questiúncula, negou-se a pagar fosse o que fosse. Ficaram zangados. Resolvi procurar o rapaz para falar com ele, de forma a que entendesse a posição do meu filho, e salvar uma amizade. Estava lá o pai. O rapaz estava em casa de um colega. Mas fez-me logo saber que as coisas não eram assim na versão do filho e dos colegas. Pedi para telefonar ao filho. Este veio. Expliquei-lhe a atitude do meu rapaz, a amizade que estava por trás do gesto, que ele não tinha obrigação de ficar com a pen, uma vez que não fora a ele emprestada, mas que, ainda assim, concordara em ficar com ela, que era a moça, a quem ele a emprestara que deveria fazê-lo, que ele não deveria emprestar essas peças informáticas a ninguém, e que ele, tanto quanto o meu rapaz, eram vítimas daquela situação toda. Chamei o meu rapaz, para falar com o colega, na tentativa de levar ambos a entender a situação do outro. A irritação do vizinho que perdera um instrumento de trabalho, a do meu que lhe fizera um favor e saíra prejudicado por isso. O pai do rapaz saiu de casa para um encontro que combinara e, de passagem, perguntou-lhe se o caso estava resolvido. “Mais ou menos”, foi a resposta do filho. “Então já está resolvido.” foi a resposta do pai que acrescentou, “Eu também já emprestei uma pendrive que me estragaram e nunca vi o dinheiro.” Eu percebi a indirecta do pai e ignorei-a. Desde o início da conversa, o rapaz que se mostrara, aparentemente, sempre compreensivo, (eu percebia a resistência interior dele às minhas palavras) embora insistindo, sempre que podia, no dinheiro da pen, explicou que iria receber metade da quantia, no dia seguinte, da colega a quem emprestara a pen. Eu retorqui que era precisamente a ela que ele tinha de pedir contas, porque foi a ela que ele emprestou a pen, e a mais ninguém. Despedi-me do vento frio que varria a rua, e do rapaz, sem deixar de ouvir da boca dele que o assunto ainda não estava resolvido. Percebi que não valia a pena. Ele queria o dinheiro do utensílio e mais nada… Agora, só falta cá vir a mãe falar comigo e… defender a mesma ideia do filho. A única lição que o meu filho pode tirar daqui é nunca mais fazer favores a ninguém, seja a quem for.



publicado por fatimanascimento às 23:52
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