opiniões sobre tudo e sobre nada...

Domingo, 13 de Novembro de 2011
Venda indiscriminada?

Toda e qualquer crise financeira parece uma estrada nacional pouco frequentada, e negligenciada, onde andamos com cuidado, porque, a cada avanço, nos deparamos com inesperados buracos, uns maiores que outros. E, apesar do que se possa pensar, ainda não devem estar todos descobertos ou, pelo menos divulgados. E, a julgar pela direcção que este assunto está a tomar, outros aparecerão. Mas o problema não reside só nos buracos financeiros mas também nas medidas que poderão ser tomadas para os ultrapassar. É que não é só importante descobri-los, são também importantes as medidas pensadas para as ultrapassar. Fico preocupada quando percebo que uma das soluções encontradas para fazer face à crise passa pela venda de empresas públicas a particulares, tanto estrangeiros como portugueses. E se esta medida não for suficiente para tapar os sucessivos buracos que se vierem a encontrar? E se esta solução for uma solução capaz de servir o imediato e não o futuro do país? Terão sido feitos estudos de projecção sobre este assunto? Acho importante a sua solução, só não quero, é que uma precipitação acabe com um “trunfo na manga” obsoleto. A questão é saber se esta é a melhor solução! Não vale desfazermo-nos das empresas sem termos a certeza de que os compradores não vão tornar a nossa vida num inferno com a questão dos preços! Mas não hão-de ser piores que os actuais! SE calhar ainda serão melhores! Será que os novos compradores (accionistas) vão concordar com remunerações milionárias dos executivos? Mas uma coisa é certa: se alguém quiser acabar com a nossa economia, basta aumentarem os preços. (Conheço uma empresa que pára uns dias por semana, só para poupar energia!) Tornamo-nos vulneráveis! Não podemos alienar assim, de qualquer maneira as nossas empresas! Temos de ter a certeza de que a atitude não se irá voltar contra nós! Alienar património, sim, mas com certas condições. Não acredito no sistema capitalista. Acho que é um animal como escorpião. Acaba por se matar a ele próprio, com a sua ganância! É o maior inimigo de si próprio! O pior é que não se prejudicam só a eles próprios. Acabam por arrastar o mundo inocente atrás deles!

Esta solução lembra-me uma outra (se a minha memória não me falha!) decisão tomada sobre a alienação do património histórico que está nas mãos de privados. Este é uma herança pública que foi deixada pelos nossos antepassados e que não deveria fazer parte de colecção particular de ninguém. É património cultural ao qual está associado a nossa história! E nada do que seja cultural deve ser vedado ao público! Ainda que recôndito! E não vale o argumento de que não são visitados! Promovam o património arquitectónico! Não o vendam!

E como dizia alguém, qualquer dia vai o povo! Basta darem bom dinheiro por nós… e tornamo-nos um negócio rentável para os governos, sejam de que cor forem! Não acredito em ninguém! E muito menos em políticos! Tirando as palavras, é tudo o mesmo!

 



publicado por fatimanascimento às 11:18
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Domingo, 26 de Setembro de 2010
Protestos sociais

O mundo está a acordar. Nem mesmo a necessidade premente de conseguir um emprego que possa manter as pessoas numa sociedade governada pelo dinheiro, pode apagar da mente os direitos inerentes aos trabalhadores. Numa sociedade ocidental governada pelo capitalismo, o trabalhador é sempre o lado mais fraco, ainda que nos queiram iludir do contrário. Dependente de um trabalho, muitas vezes precário, sujeito a abusos de toda a espécie e sob a ameaça constante do possível desemprego, vê-se cada vez mais desprotegido submetendo-se a condições de trabalho que nada dignificam a condição humana: tanto a do empregador como a do empregado. As empresas, obedecendo à lei do mercado, procuram o máximo rendimento conseguido com o mínimo investimento. Uma das soluções escolhidas é a de fechar a empresa num determinado país, ou abrir num outro, onde a mão-de-obra é mais barata. Isto passa-se um pouco por todo o mundo. Só que o mundo, graças à informação, e também ao discernimento dos trabalhadores, percebem que a vida não tem de ser assim. É o que se passou recentemente na China. O regime comunista, ali implantado, não é mais do que um capitalismo disfarçado. As condições de trabalho continuam tão precárias como antes da implantação do mesmo, o que mostra claramente que não é a ideologia que interessa mas as pessoas que a implementam. Os trabalhadores, fartos de tanta exploração e de horários que mais se assemelham aos do início da revolução industrial europeia, acabaram por se revoltar. E já não era sem tempo! Foram precisas algumas desgraças para que os ânimos se exaltassem exigindo medidas. O mundo ocidental, cujas empresas são cenários desta revolta, provavelmente preocupados com a imagem passada para o ocidente, reagiu imediatamente aumentando os salários. A miopia ocidental é castrante! Como é possível olhar para um ser humano e reduzi-lo à simples condição de produtor de riqueza e pensar sanar o problema com um simples aumento de salário?! As pessoas têm de ter uma vida própria. Não são animais de gaiola, ainda que tentem dourar as grades. O ser humano é um ser livre: precisa de ter uma vida própria! O exemplo da China é um aviso às empresas que fogem para outros pontos do globo à procura de mão-de-obra barata que possam explorar implacavelmente: essa estratégia tem tendência a desaparecer, porque o ser humano pode ser ignorante mas não é necessariamente estúpido. Pode levar algum tempo, mas chega sempre lá. Ora, isto provoca algumas convulsões sociais que pode ser o rastilho para o rebentamento de algumas bombas sociais por esse mundo fora.

É incrível como chegámos tão longe no tempo com uma atraso tão grande nas mentalidades!



publicado por fatimanascimento às 08:53
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Quarta-feira, 25 de Junho de 2008
Concorrência activa

 

Um dia destes, fui abordada, no parque de estacionamento de uma grande superfície, por um senhor, ao serviço da concorrência, que me pediu se poderia dar uma vista de olhos ao meu talão de compra. Ao princípio, fiquei um pouco indecisa, devido à inesperada, e algo insólita, situação. Foi-me explicado que o supermercado, de onde acabava de sair, não autorizava o acesso ao regime de preços praticado por ele, pelo que o senhor se via obrigado a deslocar-se nas imediações do mesmo, para realizar o trabalho encomendado por outra empresa do mesmo ramo. Compreendi a situação do homem, entalado entre duas empresas: uma que o incumbira de uma missão e esperava resultados, a outra, que não o autorizava a desenvolver o trabalho. Facultei-lhe o meu curto talão, da qual ele tomou algumas notas, numa folha A4, de onde sobressaía uma tabela desenhada a negro. Agradeceu e afastou-se, debaixo do sol escaldante, daquela tarde de Junho.

Arrumei os imensos litros de água que comprara, e que dava para encher uma banheira, e, durante a viagem de regresso a casa, pensei no que acontecera, naquele parque de estacionamento. Não está em causa a abordagem do senhor, que se limitou a cumprir ordens, mas a empresa que está por trás dele. Embora o país esteja a passar por uma crise enorme com todo o desemprego, salários em atraso, baixos vencimentos que não suplantam a subida do custo de vida, entre outros, e as empresas só se preocupam com os preços praticados pela concorrência. Todas as grandes superfícies, e não só, devem ter registado uma quebra de vendas, mais ou menos importante, e falo por mim, que me limito a comprar os produtos estritamente necessários. Agora o que eu penso, é que as grandes superfícies devem ajustar os preços à realidade social que temos, e não continuar na velha filosofia de tentar superar a concorrência em termos de preço, no sentido de lhe retirar clientela ou de evitar que a concorrência lhe tire clientes. Esta velha filosofia só tem, para mim, razão de existir, quando estamos perante uma sociedade sã, em termos financeiros, o que não é o caso…

As mentalidades custam mesmo a mudar, até no ramo comercial, onde o modo de operar, indiferente à dura realidade social, continua a ser o mesmo e com o mesmo  objectivo – o lucro.

 

Fátima Nascimento



publicado por fatimanascimento às 19:00
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Sábado, 21 de Junho de 2008
Mundo de mentira

 

A mentira é uma arma hábil e forte, num mundo em que os fins justificam os meios. Então, quando se trata de vender, tudo parece estar mais do que justificado. Deparamo-nos com a mentira em todas as situações, e há mesmo frases que vomitam filosofias estranhas, capazes de iludir as mentes mais distraídas como “A verdade depende dos olhos que a vêem”. Não é verdade. Pelo menos, não deveria ser assim, uma vez que a verdade, independentemente do que queiram levar a crer, é só uma. Só aos mentirosos interessa esta maneira quase simpática de ver as situações quotidianas da vida, divertindo-se a colorir de tons mais ou menos carregados a realidade, falsificando a verdade. Nós convivemos com a mentira, no dia a dia, pelo que, erradamente, já nos habituámos a ela. Estamos a ver a pessoa a mentir, mas fingimos que acreditamos. Já não nos damos ao trabalho de mostrar que sabemos que ela está a mentir. A mentira está institucionalizada na nossa sociedade. As pessoas vivem da imagem, descurando o seu lado espiritual. As máscaras proliferam. O comércio não é excepção. Por exemplo, todos os dias, quase, nos deparamos com soluções miraculosas que visam rodear problemas de saúde que vêm sacudindo as pessoas, devido à alimentação errada que se vai praticando e à vida sedentária. Quando menos esperamos, lá está uma solução que as marcas arranjam, para, aparentemente, solucionarem os problemas, quando, de facto, só estão a rodeá-lo. É o caso dos alimentos denominados de “light” que contêm, na sua composição, elementos que fazem ainda pior à saúde. Para evitar que as pessoas deixem de consumir, as empresas, para continuarem com os lucros, põem no mercado maravilhas que acabam por arruinar, na mesma, a saúde das pessoas. Elas aproveitam-se da ignorância da maioria dos consumidores, para os enganar. Ora, sendo a saúde, a maior riqueza que nós temos, e a das empresas, o dinheiro, qual das duas vai vingar? O bom senso ou a ganância do lucro? Não será altura de estas empresas se preocuparem com produtos alternativos, mais saudáveis, em vez de andarem a enganar os consumidores? Podem continuar a fabricar esses produtos como até aqui, sem preocupações “light”, ou outras, pois ainda há pessoas que os podem consumir, mas não enganem ninguém… até porque a mentira tem pernas curtas. A verdade vem sempre, mais tarde ou mais cedo, à superfície, (raras são as vezes, em que isso não acontece, embora isso também suceda, quando as pessoas estão tão cegas que não querem ver), e geralmente, os que ingressam na mentira ficam sempre mal vistos, por mais cautelosos que os mentirosos sejam. Estes alimentos acabam por ser denunciados pelas pessoas que, em consciência, combatem estas e outras mentiras, (e bem hajam, por isso!) acabando as empresas por ser também prejudicadas, no aspecto em que elas mais temem – a imagem. Esta não corresponde à verdade, logo as pessoas não arriscam. Até por uma questão de saúde! Sempre que tenham dúvidas, ou desconfiem da fartura, perguntem ao vosso médico ou ao farmacêutico… sempre é uma solução, para evitar o engano!



publicado por fatimanascimento às 18:50
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Quinta-feira, 22 de Maio de 2008
O barato sai… muito caro!

 

Sabem aquelas pessoas que dizem que vendem tudo mais barato e se ajeitam para fazer tudo? Todos aqueles que estão financeiramente mais apertados, recorrem a estas pessoas que começam com um trabalho e, mais tarde, dão a conhecer outras actividades, dentro do mesmo ramo, a que se dedicam nas horas livres, para juntar mais algum dinheiro. Desde que façam um bom trabalho, as pessoas que geralmente são conhecidas deles, não se queixam. O pior é quando eles nos enganam!

Aconteceu há já algum tempo. Eu tinha um computador mas precisava de um outro para trabalhar. A pessoa que trabalha no ramo, e que me arranjava o computador sempre que havia algum problema, propôs-me ser ele próprio a fazê-lo, uma vez que ele não trabalha só com software mas também sabe trabalhar com o hardware. Ficou combinado. Ele montou o computador, que me ficou ao preço de um computador normal, comprado numa loja. A decepção veio quando, uma amiga, cujo pai coordena a unidade informática de um banco conhecido, veio a casa e se colocou a oportunidade de actualizar o Windows. O Windows detectou um software que não era genuíno. Questionada sobre o preço pago pelo computador, a minha amiga nem queria acreditar - pagara uma cópia do software como se se tratasse da verdadeira. Ainda que fosse falso o software, o que mais custa é o engano de alguém em quem confiamos, e o facto de a ganância levar a pessoa a cobrar pelo falso aquilo que é o preço do genuíno. Mais tarde ainda, acabei por descobrir, por pessoas amigas, que um aparelho que eu lhe comprara, uns meses antes, me tinha, também, sido vendido a um preço inflac cionado, na ordem dos cem por cento. Ainda foi mais barato do que o preço que pagara pelo aparelho que perdera no processo de divórcio, mas em proporção, ganhou ele mais do que a empresa que dá emprego a bastantes trabalhadores. Estes indivíduos acabam por se safar porque ainda que levem muito caro, os preços deles saem ainda mais baratos do que os praticados pelas empresas. Agora, das duas uma, ou as empresas baixam os preços, acabando com esta concorrência desleal que, ainda por cima, não passam recibos, não aceitam cheques, ou outras formas de pagamento que possam denunciar a sua actividade, ou continuam a praticar os preços altos, alimentando este comércio paralelo que só os prejudica. Cabe às empresas decidir… e é tudo uma questão de preço, só!

 

Fátima Nascimento



publicado por fatimanascimento às 13:18
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