Esta foi a semana das surpresas. Já tinha constatado que a linguística se dedicava ao estudo de áreas específicas, não só da oralidade como da escrita, mas desta ainda não tinha ouvido falar muito. (Só conhecia um amigo meu, para mim o único conhecido, que se dedicava a esta área. E não é português.) Trata-se de um ramo da ciência linguística dedicada à investigação de textos. Estes são apreciados no Centro de Linguística Forense, ligada à universidade inglesa de Ashton, à frente do qual está o académico de seu nome Malcom Coulthard e onde existe um núcleo de estudiosos que investigam documentos enviados para a apreciação. Este senhor é também, e ao que parece, o fundador da já conhecida Associação Internacional de Linguística Forense. Isto mostra a importância da investigação dos textos escritos nos processos judiciais contribuindo, muitas vezes, para a solução dos mesmos. Mas o sucesso desta área não se limita à solução de casos judiciais, enveredando também pela área da autoria dos textos, onde pode ser decisiva nos casos de plágio, podendo revelar a identidade do(s) verdadeiro(s) autor(es) dos mesmos. E em que se baseia este estudo? O princípio é bastante simples: todos temos uma forma própria de utilização da língua que nos identifica no meio de muitas outras. É uma espécie de bilhete de identidade linguístico. É que, tal como os assassinos, cuja acção se adequa a um perfil, também a forma de expressão obedece a padrões linguísticos. E a ciência está tão avançada que é capaz de ir mais longe e descobrir a idade, o sexo, a raça e a origem do falante. E o que é mais extraordinário é que não importa o suporte do texto, as regras são iguais para qualquer tipo. E já resolveu satisfatoriamente muitos casos ao longo da sua existência. O que antes se aplicava quase exclusivamente a documentos, como por exemplo testamentos, foi agora generalizado a muitos outros, independentemente do suporte e até mesmo à linguagem oral. Cada vez mais a justiça está dependente de investigações desta natureza. O volume de casos aumenta e as solicitações para apreciação de documentos também. É já uma disciplina académica e, nesta área, já foram abertos mestrados e doutoramentos. Assim hajam interessados!
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