Só mesmo neste país! O primeiro-ministro rejeita a hipótese de um novo imposto sobre as grandes fortunas! Num país onde a desigualdade social é gritante ele, sozinho, rejeita este novo imposto! Nem sequer admite a sua discussão no Parlamento! Ao contrário do que acontece no país vizinho, onde se projecta este tipo de imposto, e nenhum privilegiado detentor de uma dessas grandes fortunas mostrou, pelo menos publicamente, qualquer tipo de reacção de desagrado, aqui, logo à partida, o nosso chefe de governo defende-os logo à partida! Ora, estamos a falar de classes que não precisam de ninguém que as defenda! Têm tudo! Será que lhes custaria muito pagar este tipo de imposto? Não falei com nenhum. Ignoro o que pensam. O que eu não admito é que este senhor, recentemente eleito, proveniente de um distrito onde a pobreza é uma questão prioritária, onde as pessoas vivem com dificuldade (o que se estende por este país abaixo e da orla marítima ao interior) não tenha um mínimo de sensibilidade para com aqueles que mais sofrem com esta falta de coragem. Não, os mais pobres, de certa forma, até estão resguardados o que não acontece com a classe média. Sim, não é uma contradição. Quem vai pagar essa taxa, não é esse imposto sobre as grandes fortunas, para quem seria um esforço mínimo ou mesmo inexiste. Não. São todas as famílias com rendimentos altos (não sei a que chamam altos rendimentos, às grandes fortunas não será, com certeza). É uma pena perceber que num país onde as desigualdades sociais são incríveis, continuam a defender-se os que mais têm. Não fica bem a um homem recém-eleito! Não fica bem a ninguém! Moralmente, todos sabemos que esta perspectiva do chefe do governo está errada. Vamos ver se o povo português, sempre tão aparentemente resignado com a sua sorte, continuará assim perante tanta injustiça concentrada num só homem. Bem, não podemos acusá-lo de ser mentiroso. Isso não! Ele disse a verdade, e foi directo! Ou seria só por essa entrevista ter sido realizada por um jornal do pais vizinho, esperando que essa sua intenção não fosse divulgada em Portugal? A verdade é que tanto o povo de lá como o de cá, não deve ter ficado com opinião boa sobre este sujeito. O que nos vale, a nós, portugueses, é que a classe média alta e também da burguesia e algumas outras, ainda são das mais solidárias deste país… talvez isso venha a evitar a elevação dos ânimos e as possíveis demonstrações de desagrado público!
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