opiniões sobre tudo e sobre nada...
Terça-feira, 27 de Abril de 2010
O custo da coerência

Pois é! Numa democracia supõe-se diálogo e concertação, não imposição. Mas foi o que aconteceu. Lembram-se da luta contra o modelo de avaliação que os professores (enfim, alguns) levaram a cabo contra o Ministério da Educação, ou melhor, contra a equipa liderada pela ex-Ministra da Educação? Uma das medidas de luta foi a não entrega dos objectivos de avaliação. O M. da E. não gostou. No final do ano, foram obrigados a entregar um relatório com ou sem os objectivos previamente entregues (as direcções da escolas foram obrigadas, pelo M. da E., a arranjá-los para os “incumpridores”). Para aqueles que cumpriram está tudo certo, mas os que não o fizeram estão em maus lençóis. A equipa que abandonou o ministério deixou um presente envenenado nos concursos: aqueles que cumpriram as normas impostas pela senhora ministra nada terão a recear, uma vez que, no boletim de concurso, para além da avaliação quantitativa, havia uma outra relativa à quantitativa. Os dois eram de preenchimento obrigatório. Aqueles que se mantiveram coerentes na sua posição, até ao fim, irão deparar-se com dificuldades de colocação. Provavelmente, ficarão atrás dos outros todos só à frente daqueles que concorrem pela primeira vez ao ensino. A ironia é que eles trabalharam tanto ou mais que os outros, mas como não entregaram o relatório do seu desempenho, irão ser penalizados. A não ser que esta ministra, muito mais aberta ao diálogo, e que herdou o pesado legado deixado pelos anteriores responsáveis, possa fazer alguma coisa. Acho difícil. Falta muito pouco tempo e só com muita determinação e trabalho é que se conseguiria desfazer tão injusto imbróglio. Tenho pena que tudo tenha terminado desta forma tão injusta! As escolas, que têm nos papéis todas as actividades em que os docentes participaram, os conteúdos leccionados, etc., uma vez que todos esses aspectos se encontram devidamente registados em todas as actas, são testemunhas dessa injustiça! Nesta luta, o ministério teria de levar a sua avante e conseguiu-o! Não importa o custo dessa imposição! Dá para acreditar que vivemos numa democracia?

 



publicado por fatimanascimento às 22:42
link do post | comentar | favorito

Sábado, 24 de Abril de 2010
Esquemas

Que a mesquinhez grassa no mundo já ninguém duvida uma vez que as pessoas mesquinhas proliferam como as ervas daninhas. Assim, não será difícil encontrarmos histórias que ilustrem essa mesquinhez e as consequências da mesma. A mesquinhez não é, em princípio, um fim em si mesma mas um meio para atacar ou prejudicar de alguma forma alguém. Tenho uma história de pessoas mesquinhas. Conheci uma senhora que, para além de colega de uma outra escola, era também vizinha. Aproveitando-se da sua capacidade de manipulação, envolveu dois miúdos na consecução de um plano bem arquitectado. Sabendo que, como pessoa, estimulava a leitura nos miúdos e que nunca recusaria um livro a uma criança, pediu a uma miúda, que estava a passar férias em casa de uns parentes vizinhos que me pedisse alguns livros emprestados. A miúda pediu-me os livros dos cinco que eu tinha comprado com o dinheiro que eu poupava das minhas magras mesadas. Eu estranhei que ela conseguisse ler tudo de uma vez. Convidei-a a levar a levar um de cada vez. Insistiu que lia tudo num instante. Acedi após muita insistência. A minha filha mais e o meu filho preveniram-me que não a achavam grande leitora. Mais tarde, essa colega, à laia de boazinha, contou-me que os livros tinham ficado esquecidos em cima do passeio e que a filha mais nova tinha feito o favor de os levar para casa. Ora, só que os levou para a casa errada. Devia tê-los entregue na minha! E da sua casa nunca mais sairiam! Desculpas sucessivas de esquecimento, aparentemente leais, foram-se repetindo para chegar à conclusão de que queriam ficar com os meus livros. E não por serem pobrezinhos! Comecei a juntar as peças do puzzle e descobri a artimanha. Fiquei furiosa! Mais tarde, o primo da miúda que me havia pedido os livros andava a jogar à bola com o meu filho e outro vizinho e a bola ia sucessivamente para ao eucaliptal. Só que, da última vez que lá foi parar, ela veio rota. Tinha sido chutada pelo meu filho. O rapaz não parava de pedir o dinheiro da bola ao meu filho. Chegando mesmo a ameaçá-lo indirectamente. Perdi a paciência e disse-lhe que chamasse o miúdo. Disse-lhe que lhe dava o dinheiro da bola quando ele me trouxesse os livros que haviam sido emprestados por mim à prima dele. Abriu a boca espantado. Mas tinha sido a prima não tinha sido ele! Estava à responsabilidade dele e da sua família uma vez que estava a passar férias em casa dele. Era a ele e à sua família que tinha de pedir contas!

“A minha prima nem gosta de ler!”, afirmou. Foi aqui que tive a certeza absoluta do que acontecera! Percebi que era impensável pedir os livros à mulher por quem se deixara manipular mais a prima! Não envolvera as filhas, envolvera os filhos de terceiros para se desvincular e aos seus de qualquer pista que os implicasse directamente. Não sei quanto à miúda que nunca mais vi, mas enquanto ao rapaz acho que não se vai meter noutra! Serviu-lhe de lição! Nem vai poder confessar jamais o que aconteceu, uma vez que a mulher manipuladora e as filhas lhe caem logo em cima! Só sei que o esquema é estar à espera que um dia eu seja famosa, para poderem vender aquela cerca de meia-dúzia de livros da colecção dos cinco porque têm a minha assinatura de quando andava no ciclo preparatório! Vai ter de esperar algumas gerações até o conseguir depois desta denúncia! Mas vai haver sempre, um dia, mesmo conhecendo esta história, alguém que não vai ter escrúpulos e vai comprar os ditos livros, sem conseguir resistir à tentação de ter um livro com essa assinatura! A roda da vida movimenta-se mas as pessoas continuarão na mesma! Percebendo como funciona aquela mulher, consigo imaginar a forma como os atraiu à armadilha: com desafio à laia de brincadeira! E é esta mulher professora!



publicado por fatimanascimento às 07:16
link do post | comentar | favorito

Quinta-feira, 22 de Abril de 2010
Campanhas eleitorais

Já não vêm muito longe! Não tarda nada, começa o mesmo frenesim da caça ao voto! Mais uma longa corrida às promessas para enredarem o povo nas suas teias da simpatia e das boas intenções esquecidas assim que vêem alcançados os seus objectivos! Mas evoluiu-se neste domínio. Em algumas das campanhas testemunhadas por mim, há já muitos anos atrás, valia tudo até o ataque pessoal! Conheciam-se factos da vida pessoal do candidato e atiravam-se deturpados à cara dos eleitores. Foi horrível! Refiro-me, neste caso particular, à campanha radiofónica embora aquilo que se revelou naquele meio de comunicação se traduziria decerto nos discursos das campanhas ao vivo! Lembro-me particularmente do caso do malogrado Sá Carneiro que viu exposta a sua vida privada, que nada tinha de escabroso, bem pelo contrário, na praça pública e lembro-me da dignidade com que reagiu mostrando que não tinha nada a esconder, que a vida que escolhera passar na companhia da mulher por quem se apaixonara, nada tinha de obscuro, que tinha sido uma escolha natural, da vida! Foi o descalabro para a oposição que foi castigada pelo público nas eleições pois percebeu naquelas palavras um esquema sujo para prejudicar o candidato do outro partido. Pelo menos, e sabendo da curiosidade das pessoas, muitas vezes doentia, pela vida privada dos conhecidos, julgo que mesmo vendo nos ataques pessoais, não se deixarão enganar. Sempre defendi que se deve conhecer as pessoas que são os políticos, que é mais importante conhecer as pessoas que são do que as ideologias que defendem. Não mudei a minha opinião. Acho que a política tem necessidade de pessoas honradas, capazes de realizar um bom trabalho não só a favor da nação como do povo dessa mesma nação. Afinal, a nação não é só o território. Mas é disso que se esquecem: do povo! Pode ser que as novas eleições nos tragam novas caras, mas mais do que isso, pessoas mais transparentes. Será que há disso no mundo imundo da política? Se se arranjarem as pessoas certas, decerto que teremos uma política dignificada. Mas como vamos conhecê-las? Conhecem os políticos eleitos pelos círculos regionais e que têm assento no parlamento? Já alguma vez, fora das campanhas eleitorais se interessaram em viajar até às regiões que representam para perceber a evolução dos problemas das mesmas? Neste momento, o que acontece é que a política está muito longe do povo e as pessoas escolhidas, a olharmos aos escândalos associados às pessoas escolhidas pelos eleitos, nada dignificam a política. As pessoas, são mais importantes do que as ideias. Escolham as pessoas certas. Sejam transparentes e nada terão a temer! Assim, já não precisarão de pessoas de “confiança” mas que geralmente não têm o perfil moral ou competência para desempenharem determinados cargos!



publicado por fatimanascimento às 21:15
link do post | comentar | favorito

Quarta-feira, 21 de Abril de 2010
A ortopedia

É uma das especialidades da medicina tradicional. É a ela que recorrem milhares de pessoas com queixas das mais variadas espécies. No meu caso pouco ou nada me ajudaram a não ser a aliviara dor e a tentar travar a inflamação. Mas vamos à história. Há muitos anos atrás, tive uma ciática derivada de um esforço que fiz e que estava para além das possibilidades do meu corpo. Fiz exames que nada revelaram. Fiquei de cama imenso tempo destinada ao repouso e à medicação. Até que um amigo meu me falou de uma massagista que curava imensos problemas. Marquei consulta e lá fui. Devo dizer que levei o exame para o qual ele não olhou sequer. Olhando para mim, percebeu que tinha a bacia desnivelada e uma perna mais curta do que a outra, para além de estar torta. Usando só as mãos como terapia nivelou-me a bacia e saí de lá a andar pelo meu pé. Em Novembro, fiquei doente com o mesmo problema, mas recuperei só com a ajuda dos medicamentos. Levou uma semana. Regressei ao trabalho a coxear, mas passou. Quatro meses depois, devido a outros dois esforços e ao peso da minha pasta, o problema regressou agravado. Fui ao hospital. A dor insuportável ia da base da coluna até meio da nádega direita e daí escorria até ao pé. Perdi mesmo parcialmente a sensibilidade nessa perna. O mesmo velho procedimento. Estive imenso tempo de baixa até que encontrei outro massagista, com o curso também tirado na África do Sul, (o outro reformou-se) que, só com as mãos me está a ajudar. Já mexo o joelho direito e recuperei parte da sensibilidade da perna. Mais quinze dias e estarei boa.

A actividade destas pessoas e o reconhecido êxito que obtêm junto dos pacientes deve ser reconhecida. Para evitar que a ortopedia seja considerada, para muitos problemas, uma ciência obsoleta, deverão os médicos especializados fazer, em jeito de pós-graduação ou como disciplina integrada no curso dessa especialidade, este mesmo curso ou outro, uma vez que eles próprios reconhecem (não falo dos da especialidade para quem a operação ainda é a última mas única solução) a eficácia desta terapia. Há que pensar seriamente nisto, ou esta especialidade cai na descrença terminado mesmo por morrer. Cada vez mais estas terapias são procuradas pelo elevado nível de êxitos. Conheço mesmo médicos que, uma vez formados, optaram por fazer outros cursos. E o sucesso é garantido. Teremos perante o fim da medicina tal como a conhecemos?



publicado por fatimanascimento às 18:38
link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Domingo, 18 de Abril de 2010
camaleões da escrita

Conheci uma pessoa que trabalhava numa escola. Foi educada para o sucesso. Nada contra isso. Mas se a pessoa não tiver nada para dar? Por baixo da capa de alegria empática, há uma pessoa muito frustrada e perigosa. Nunca conseguiu nada. Tudo quanto tem copiou de outrem, isto é, tudo quanto parece inovação é uma simples cópia. O pior é que o erro não fica por aqui. Essa educação passou inevitavelmente aos rebentos que agem de acordo com os exemplos da progenitora. O objectivo é só um – notoriedade. No ensino pode não ser tão notório mas na escrita é diferente. Penso que todos devem, e trazem se forem honestos consigo próprios, trazer algo seu a tudo quanto realizam, isto é, há sempre uma marca pessoal. Na escrita não é diferente, Detesto quando me dizem que devo ler este ou aquele autor, quando nada me dizem, para poder crescer como escritora. A verdade é que leio um pouco de tudo mas sem a preocupação de imitação. Entenda-se imitação no bom sentido, no sentido de aprendizagem. Gosto mais de uns do que outros, é uma verdade, mas não deixo de apreciar a forma como se expressam. Na verdade, é que penso que em pouco ou nada me poderão influenciar na forma como me expresso (embora nos mostre outras maneiras de lidar com a forma). Mas o sentimento e a sua expressão é algo muito pessoal que marca a sua escrita. Tive uma outra colega que imitava, não diria na perfeição mas quase, os mais diversos estilos de autores portugueses consagrados. Isto, para mim, não é ser-se escritor. As pessoas que trabalham desta forma, não passam de meras imitadoras. Todo o escritor tem o seu estilo que se reconhece facilmente. Quem não reconhece a voz de Saramago ou de Lobo Antunes, de Eça ou outro qualquer? O que os diferencia? O estilo, a voz. O que acho medíocre é educar para o sucesso incitando à imitação. Se vende, se tem sucesso, e se, ainda por cima, se conhece a pessoa (muitos dos abusos nascem aqui) por que não imitar? É isto que não compreendo. Como é possível educar alguém para a imitação de um estilo só porque tem sucesso ou vende? O que aporta essa pessoa para a inovação/diferenciação? O pior é que os leitores podem cair nessa armadilha sem mesmo desconfiarem da imitação. Como é isto possível?



publicado por fatimanascimento às 20:03
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
Julho 2018
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
26
27
28

29
31


posts recentes

Cidadãos de primeira e… d...

Que têm em comum Camões e...

Só anda descalço quem que...

"Bullies" /Predadores hum...

O que é a poesia?

Monarquia versus repúblic...

Meninas mulheres

sociedade e desigualdade

“Vai abrir a porta, filha...

Verdade, jornalismo e… co...

arquivos

Julho 2018

Outubro 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Agosto 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

tags

todas as tags

favoritos

A manifestação de Braga

links
blogs SAPO
subscrever feeds