opiniões sobre tudo e sobre nada...
Quinta-feira, 23 de Abril de 2009
Deus e o ateísmo de Michel Onfray

Li a entrevista de Michel Onfray e achei interessante. Concordando ou não com ele, a sua visão é interessante. Devo acrescentar que ainda não li nada dele. Só conheço o que ele conta na entrevista o que deve ser pouco ou quase nada. É bom haver perspectivas discordantes sobre o mesmo assunto. É salutar. A sua filosofia, pelo que me apercebi, está bem sedimentada não só na História como também na sua vida e na atenção no que se passa à volta. Concordo com ele, quando afirma que se cometeram muitas atrocidades em nome de Deus. É verdade. A história é testemunha disso mesmo. Durante muitos anos a religião, apregoada pelos homens, falava de uma filosofia que orientava as pessoas para uma certa vivência religiosa chegando mesmo a distinguir o que as salvaria do que as condenaria quando morressem. Onde ficava a felicidade? Tem toda a razão. Acho que o seu ateísmo é mesmo um sinal de discordância perante uma Igreja que teima em não avançar no tempo. (Nem sei se terá evoluído da forma correcta!) Discordo, contudo, da afirmação que defende que “só num mundo sem Deus é que o homem pode ser livre”. Depende do conceito que se tiver Deus. Para mim, Deus é liberdade e felicidade, aceitação… e todos os conceitos que derivam do imenso amor que tem por nós. É, para mim, tudo aquilo que o homem deseja - felicidade e liberdade -que ele afirma o homem só poder conseguir num mundo sem Deus. Concordo com ele mas neste sentido: sem o Deus da Igreja. Se substituirmos Deus por Igreja, no sentido de homens, com os seus ódios, preconceitos, etc., que interpretam a lei de Deus à luz daqueles, aí, a sua filosofia está toda correcta. Acho que todo o problema nunca teve a ver com Deus que, para nós, continua a constituir um verdadeiro mistério, que nem a igreja não consegue decifrar, (muitas das pessoas que fazem parte dela estão bem mais longe Dele do que certas pessoas que, aparentemente, nada querem com religião). Isto não quer dizer que não queiram nada com o Deus verdadeiro que, para mim, nada tem a ver com as posições da Igreja. Acho que a filosofia de Michel Onfray nada tem contra Deus mas sim contra a Igreja. Concordo com ele no seguinte: mais vale viver sem Deus do que viver com Aquele que a igreja, por vezes, apresenta. Acho que esta está muito desviada aquilo que é verdadeiramente Deus. Sinto isso… Pelo que ele conta, da sua infância e adolescência, ele viveu mesmo num mundo onde o meu conceito (e sentimento) de Deus primava pela ausência. Ele tem, no fundo, tudo para acreditar num mundo melhor sem Ele. Depois, é bem mais fácil atacar Deus do que a Igreja que é feita de homens e que vive fisicamente entre nós! Vale a pena reflectir nisto!



publicado por fatimanascimento às 22:53
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Sábado, 18 de Abril de 2009
“Footloose”

Lembram-se do filme? Um belíssimo filme com muita música e dança à mistura? Com Kevin Bacon, Lori Singer… Comprei-o há pouco num daqueles saldos em que temos a oportunidade de adquirir produtos por menos de metade do preço. E muito boa gente pensa que isso desprestigia um filme! Desenganem-se. Os saldos dão a oportunidade às pessoas que têm pouco dinheiro para investir na cultura. Eu assim fiz. Mas não é disto que quero falar. Vi-o esta tarde na companhia das minhas duas filhas mais novas. E foi incrível perceber como, após tantos anos, aquele filme ainda mexe com as várias gerações! Dei comigo a determinada altura do filme, arrebatada pela batida e a melodia das músicas, a dançar e a cantar como se fosse ainda adolescente. A minha filha mais nova, embora estranhando o meu entusiasmo, no início, acompanhou-me, inventando, ela própria a sua coreografia. A minha filha mais velha, em plena adolescência, olhava-me como se eu tivesse enlouquecido. Ela apercebia-se de uma faceta da minha personalidade que ainda não tivera oportunidade de conhecer. Eu balançava-me com uma ligeireza que me surpreendeu, totalmente entregue ao alegre ritmo sentido dentro de mim, e acompanhando a contagiante música mexendo os braços e as pernas à mistura com os saltos. Sentia-me feliz. Aquela música mexeu com a rapariga que fui e que existe ainda dentro de mim. Normalmente, a imagem que passamos aos nossos filhos é a de pais aborrecidos e chatos cuja existência, perante eles, se resume a apresentar a faceta de educadores. Nada mais errado. (Isto lembra-me uma conversa que tive com uma pequena vizinha que dizia que eu era mais impecável que os pais. É claro que desmistifiquei imediatamente esta ideia, usando os argumentos adequados. Passados uns dias, percebi exactamente o motivo da sua queixa. Era o dia do seu aniversário. No imenso jardim que rodeava a casa não havia crianças a correr ao sabor da sua imaginação. Tudo era controlo, ordem e obediência. Os coleguitas estavam ordenados numa perfeita roda, onde uma bola saltitava de mão em mão.) Nunca assumi esse papel, devo confessar. Para além da liberdade que dou aos meus filhos, converso com eles sempre que têm necessidade disso. Mas não controlo. Se o mundo acabasse amanhã, um dos momentos que eu recordaria com mais prazer seria precisamente este. Nele, elas aperceberam-se da pessoa que eu fui e que guardo em mim ainda e que poucas vezes lhes dei a conhecer. Sinto-me feliz por ter podido partilhar esse momento com elas. Sinto que ele vai perdurar nas nossas memórias mais felizes… Mas, mais do que isso, vou tentar recuperá-lo mais vezes! Sinto que todos saímos a ganhar com momentos destes!



publicado por fatimanascimento às 15:06
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Sexta-feira, 17 de Abril de 2009
As palavras do Senhor Bispo de Viseu

Ouvi na rádio e quase não queria acreditar naquilo que ouvia! Pela primeira vez, e depois de muito batalhar na ideia de que a igreja tem de acompanhar a evolução dos tempos, socialmente falando, o Bispo de Viseu veio publicamente anunciar a sua determinação em conseguir isso mesmo. Confesso que já tinha perdido a esperança que, alguma vez, alguém dentro da igreja tivesse a coragem de tomar essa posição. A situação era tal que confesso que esperava mais uma espécie de fundamentalismo do que abertura, por parte da nossa igreja. Depois, os raros diálogos estabelecidos com alguém meu conhecido, ainda novo, também pertencente à igreja, deram-me também a impressão disso mesmo. Confesso que já perdera a esperança chegando mesmo a abandonar, de forma irreversível. A ideia que tenho é que há muito de igreja na filosofia da sua conduta e pouca mensagem de Jesus. E não sentindo Jesus nela, nada, para mim, faz sentido. Posso dar exemplos que confirmam isso mesmo, mas será necessário? Todos nós já conhecemos a posição discriminatória da igreja relativamente a alguns assuntos sociais. Eu questiono-me sobre o que Jesus faria se estivesse no lugar desta igreja tão alheada da realidade social e a perder o passo na marcha do tempo. É claro que a resposta que encontro, no meu coração, em nada favorece esta actual igreja na qual já pouco me revejo. Respeito-a, embora discordando com quase todas as posições sociais que ela vem defendendo. O que aconteceu, na evolução desta, para haver este fosso actual entre igreja e sociedade? À igreja cabe o papel de apoiar e não de julgar.

  Não sei o que o Bispo de Viseu tem em mente, (nunca o vi!) mas, para já, a sua posição é bastante inteligente e corajosa. Resta saber se a sua amplitude de visão dá para abarcar mesmo todos os aspectos sociais. Depois, olhando para uma igreja toda ela hierarquizada, (quando o maior papel, e único, deveria ser só o de padre!), pergunto-me até quando esta posição se conseguirá manter de pé, sem que alguma posição de força a venha subtilmente tentar subjugar. Vamos a ver se esta abertura não tem a mesma sorte da curta e célebre “Primavera de Praga”!

 



publicado por fatimanascimento às 09:39
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Sábado, 11 de Abril de 2009
A evolução da religião

A minha posição, em relação à religião, era de pensar que a mensagem contida na Bíblia estava completa. Foi assim, durante anos. Mais recentemente, e ao pensar sobre o assunto, percebi que não era assim, por várias razões. Em primeiro lugar, pelo facto incontestável de saber que Deus é vida. Ora, assim sendo, toda a vida envolve comunicação. E, em toda a comunicação entre seres vivos, deduz-se que haja evolução. Ninguém fala sempre do mesmo assunto. As conversas evoluem, abrem-se, aprofundam-se… pelo menos, as sérias. Assim sendo, e para mim, as conversas com o Céu também evoluem. Nós, meros seres humanos, não podemos ter a pretensão de nada. O Céu, para mim, é sinónimo de infinito. Talvez porque Deus é infinito. Se Este é infinito, então, mais uma razão para acreditar que tem muito a ensinar-nos, no que toca a religião, pelo que não podemos olhar a mensagem da Bíblia como cristalizada. Não é assim que eu entendo Deus, pelo que não é assim que encaro a sua mensagem. Depois, se olharmos para trás, a História da Religião ensina-nos isso mesmo. A mensagem veio até nós por etapas. A Bíblia, antes de Jesus, resumia-se ao Antigo Testamento. Com a mensagem Deste, ela foi acrescentada. É claro que esta última foi aceite por uns e recusada por outros. Os cristãos aceitaram-na. Não gosto do termo cristão, leva-me a pensar em Jesus morto, e sei que ele está vivo. Se está vivo, deve interessar-se pelo que se passa na terra, deve preocupar-se com a felicidade do ser humano, e, se assim é, deve ter algo a dizer-nos. Só um Deus morto não tem nada a dizer ao ser humano. Sabemos que isso não se passa. Com o aparecimento do Projecto Alexandra Solnado, a posição de muitos seres humanos é igual à que aconteceu há dois mil anos atrás – desconfiança. Esta, pelo que já foi dito atrás, não tem razão de existir, se mantivermos o nosso espírito receptivo e acreditarmos que a verdade não está só na nossa mente, mas também no nosso coração/intuição, o que lhe queiram chamar. Mas, como tudo o que envolve o ser humano, há que ter cuidado… Sabemos que há por aí muita falsidade, o que faz com que as pessoas tenham receio e se fechem nos conhecimentos já adquiridos, recusando-se a aceitar tudo aquilo que é novidade. Neste caso, só posso falar daquilo que fiz. Eu li a mensagem de Jesus, traduzida na escrita da Alexandra, a mão que fisicamente escreve, as mensagens deste. Só lendo e experimentando poderemos fazer uma ideia do que se passa. Cabe a cada um, dentro de si, encontrar essa Verdade. A intuição, na qual acredito piamente, desde que não seja manipulada pelo mal, (mesmo não sabendo se isso poderá acontecer), pode ajudar-nos a decidir o que é Verdade diferenciando-a da mentira. Ele deixou-nos muitas pistas, para entendermos esta nova era. Para começar, todos sabemos que Deus é Luz em oposição às trevas. Sabemos que quer a felicidade do ser humano, a verdadeira, a que realiza espiritualmente, não aquela que satisfaz momentaneamente o ser humano. Sabemos que Deus é Amor… A partir daqui, e seguindo outras ideias mais… a pessoa poderá decidir-se. Mas não nos poderemos esquecer que a intuição, talvez a verdadeira inteligência, é aquela que deverá servir-nos de guia. Mas não olhem para a Bíblia como uma Palavra cristalizada. O Deus vivo tem sempre palavras para nós, porque nos ama.



publicado por fatimanascimento às 18:17
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Quinta-feira, 9 de Abril de 2009
A força da má vontade

Sempre defendi que se pode fazer tudo, mas que nada se pode fazer contra a má vontade. E, como não poderia deixar de ser, é verdade. E esta realidade aplica-se a tudo. Para quem trabalha directamente com material humano sabe disso. As escolas não são excepção. Sobretudo nas substituições. Ninguém é insubstituível? Algumas pessoas são, outras não? O que sei é que as pessoas de que realmente gostamos são insubstituíveis. Esta é uma realidade universal. Não quer isto dizer que algumas pessoas são melhores naquilo que fazem do que outras, o que acontece é que todos somos diferentes e sentimos mais inclinação para umas pessoas do que outras. Estou a lembrar-me de uma colega que me contou um caso passado indirectamente com ela. Ela estava, há já alguns anos, a leccionar numa escola situada a mais de cem quilómetros da sua residência e teve oportunidade de, a meio do ano, conseguir emprego num hospital, substituindo outra colega. Ainda lá se encontra. Como se foi embora, outra colega veio, por sua vez, substituí-la. A relação entre os alunos e a nova professora estava longe de ser boa. Esta esforçava-se ao máximo, mas não parecia ser suficiente. Cansada de tanto dar, sem nada conseguir receber em troca, ela dispôs-se a falar com os alunos, numa desesperada tentativa de conseguir perceber qual era o problema. As comparações com a antiga professora foram inevitáveis. Não, não, reconheciam os alunos, a outra professora até nem fazia metade do trabalho que ela fazia, mas tinha aquela coisinha… Tratava-se do aspecto afectivo. Eles estavam muito ligados à outra professora e não se conseguiam despegar desse sentimento. Habituados, há muito, ao seu método de ensino e à sua maneira de ser, eles estranhavam, agora, aquela estranha que nada tinha a ver com a outra. Tratando-se de adolescentes, e sendo bastante levados pelo sentimento, eles têm dificuldade em entender que, independentemente do sentimento que os ligam aos docentes, eles estão na escola para aprenderem e que se derem uma oportunidade aos novos, a afeição que havia antes, poderá ser reabilitada e o trabalho bem mais agradável e com maior sucesso. E, sobretudo, eles precisam de compreender que ninguém quer substituir ou deve substituir alguém nos corações deles. O que têm é de respeitar o docente que têm à frente quer gostem ou não dele. Ninguém criou aquela situação por prazer mas já que ela surgiu, terão de lidar com ela da melhor maneira. E fazer-lhes compreender isso?



publicado por fatimanascimento às 19:47
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