O carro, para mim, é uma necessidade, pois preciso dele para me deslocar para o trabalho. Se não o tivesse, a minha vida estaria mais desafogada, porque não pagaria gasolina, seguro, manutenção mecânica (mudanças de óleo, revisões, inspecções, imposto de circulação, etc…) o que, no final mês e do ano, representa um gasto considerável, para o cidadão anónimo que depende só de um ordenado fixo ao fim do mês. Mas ele é uma necessidade num país onde os transportes, entre as diferentes localidades, são poucos e os horários incompatíveis com a vida das pessoas. Claro que este aspecto tende a aumentar o número de viaturas próprias, pelo que as auto-estradas são necessárias para fazer face a esse aumento e a esse escoamento de tráfego. Até aqui não há nada a assinalar de grave se não olharmos aos acessos a essas auto-estradas.
Na A23, no sentido Torres Novas - Abrantes, há uma saída que tem menos do que 500m de comprimento. Se juntarmos a isto, a entrada que se faz no mesmo curto espaço, vemos quanto é perigoso esse breve percurso. Quando saímos, e depois de uma curva acentuadíssima à direita, deparamos com o mesmo cenário. No mesmo espaço exíguo faz-se a entrada e a saída de viaturas, o que requer muita atenção da parte dos condutores, sobretudo daqueles que não conhecem aquele espaço. Um dia de grande afluxo de viaturas, quando me preparava para sair da A23 por esse espaço, deparei-me com uma cena insólita – o trânsito estava bloqueado. As viaturas, camiões aí incluídos, que entravam na A23 estavam paradas, à cautela, esperando o momento oportuno para entrar na auto-estrada enquanto as que saíam, a conta gotas, o faziam com muito cuidado também, gerando ali uma grande confusão. Quando me vi parada
Ainda na A23, no mesmo sentido Torres Novas – Abrantes, mas ainda antes daquela, junto à saída da A1, há uma entrada - saída também peculiar. A saída faz-se mais à esquerda, enquanto a entrada é mais à direita, divididas por um canteiro de cimento e uma placa azul redonda indicando a entrada. Há uns anos atrás, quando vinha de Alcanena, numa noite já avançada na hora,
Nunca percebi a razão dos juros de mora, e continuo sem perceber a razão da sua existência e a única explicação que encontro é a ganância de ganhar mesmo com a desgraça dos outros. Quando uma pessoa faz um crédito com vista à compra de um determinado carro, etc… a pessoa fá-lo com a intenção de cumprir mensalmente com a prestação de que é previamente informada. Até porque ninguém gosta de ver o seu nome manchado. Agora imaginemos que, por uma razão qualquer, essa pessoa perde o emprego e, dessa forma, não pode cumprir mais com essa obrigação. Acontece que essa pessoa é confrontada não só com o problema do incumprimento como também com o dos juros de mora, que são altos, e que estão lá para agravar ainda mais o problema do cidadão comum. Ora, se o cidadão não consegue cumprir com a prestação como irá fazer para pagar a quantia agora agravada com juros de mora? Partindo do princípio que as financeiras nunca perdem dinheiro, onde vão elas buscá-lo? Ao cidadão que perdeu o rendimento? Onde? Obrigando-o a vender a casa, se a tiver, para pagar o que deve, que, com os juros de mora altos como estão, deve, com alguma sorte, dar para cumprir metade do pagamento e, o resto da sua vida, irá pagar o que falta? Irá para a cadeia? É isto que espera o cidadão comum que tem a pouca sorte de perder o emprego? Se a perspectiva é esta, então, para mim, acabaram-se os créditos. Só quando tiver dinheiro junto é que volto a comprar seja o que for. Porque, e não nos podemos esquecer, que estas entidades vivem dos juros que cobram e estes são o negócio delas. Elas não olham a pessoas, na altura das dificuldades, mas sim ao dinheiro que poderão ou não ganhar com tal situação. E os juros de mora são, para mim, uma maneira de fazer estas entidades ganharem ainda mais dinheiro. E não me venham com o velho e esfarrapado argumento que a falta dos juros de mora facilita o incumprimento. Mesmo que assim fosse, há outras maneiras de combater o incumprimento. Eu imagino como seria a nossa sociedade sem estes juros de mora… seria, no mínimo, mais justa? E já viram como esta situação se arrasta por séculos? É assim desde os remotos tempos. Será por isso que aceitamos tão pacificamente esta situação? Será esta a razão pela qual nós aceitamos tão pacificamente esta situação? O passado? Parece que estou a ouvir alguém dizer “Sempre foi assim!” E isso quer dizer que este género de situação não pode ser mudada? Não querem mudar, porque enquanto alguém ganhar com a desgraça dos outros, esse alguém não vai, com certeza, querer mudar esta situação! Afinal, não tem sido sempre assim ao longo dos séculos?
Como sou uma pessoa que aprende com os erros, aqui vão umas ideias para as financeiras, caso as queiram aproveitar. Não, não se trata de arrogância mas o mercado financeiro também tem de ser criativo. Eu explico. As pessoas instalam-se confortavelmente numa cadeira e aprendem a lidar com o sistema de uma determinada maneira que se irá prolongar por imensos anos… e os ajustes, que têm de ser feitos, ou devem ser feitos, não interessam. Senhores, há que pensar, de vez em quando, sobretudo quando surgem problemas pontuais ou não. Eu aprendi com a minha situação e aqui está o que aprendi. Talvez possam utilizar! Quando nós, cidadãos comuns, optamos pelo débito directo, esperamos delegar sobre os vossos ombros toda e qualquer responsabilidade sobre esse mesmo débito, cabendo a nós ter o saldo da conta disponível para ele… Nós não adivinhamos quando os senhores decidem alterar ou modernizar o vosso sistema informático, por isso, não custa nada comunicar à outra identidade financeira, que gere esses mesmos débitos, essa alteração, para que tudo prossiga sem percalços. Quanto a mudanças de residência e outras possíveis mudanças, o banco onde está sedeada a conta do ordenado do cidadão comum, também é alertada. Enfim, a comunicação entre instituições resolveria grande parte destes problemas que surgem inesperadamente e custam umas boas quantias em juros de mora ao cidadão comum, tão alheio a todo esse processo e até à linguagem que vocês tão orgulhosamente acenam como uma bandeira, sentindo-se realmente importantes, por dominarem bem algo que os outros, simples cidadãos comuns, não habituados a tais termos técnicos, custa compreender. Isto não se processa assim? Eu sei… já senti isso na pele. Agora, é pegar ou largar. Mas pelo que conheço do sistema em geral, as ideias surgem em 2008, por exemplo, e estão completamente implantadas em 2050, com um pouco de sorte. E isto porque aprendendo a proceder de uma forma, tudo o que seja inovação é olhado com reserva, e faz as pessoas sentirem-se inseguras. Ao que parece, acontece em todo o lado… todos têm pavor de errar e ficarem mal vistos ou despedidos. A inovação faz parte da evolução. Pensem neste minúscula ideia… Pode poupar problemas e alguns bons euros ao cidadão anónimo, para além do abalo que sofrem as instituições financeiras na sua imagem. Eu, com esta, vai ser a última vez que faço contrato. Com esta ou com alguma outra…
Os meus pais nunca quiseram comprar fosse o que fosse a prestações. Juntavam dinheiro e, quando tinham a importância necessária, investiam-na então nessa compra. Não está mal visto. Eu, pessoalmente, nunca tive problemas até há bem pouco tempo. Comprei o carro em 2004, e comecei a pagá-lo ainda nesse ano. Passado um tempo, mudei de casa e tive de abrir outra conta na nova dependência do meu banco, desactivando a outra. A quantia debitada, todos os meses, naquela data, pelo sistema de débito directo, processou-se sem problemas até ao passado mês de Julho. Aqui, inexplicavelmente, o dinheiro deixou de ser levantado. Estamos em Setembro, e ainda não levantaram a quantia. Neste passado Sábado, recebi cartas da financeira, (trazidas pelos senhores que me compraram a outra casa) acusando o atraso dos pagamentos e os respectivos juros de mora. Ora, eu, que nada tive a ver com tal fenómeno, vejo-me envolvida numa embrulhada da qual não sei bem como sair. A minha reacção imediata foi a de me dirigir ao meu banco, explicar a situação e pedir ajuda na resolução do mesmo. A primeira atitude tomada pelo meu banco foi a de conferir o saldo da minha conta nas datas do débito, e, de todas as vezes, havia saldo para o débito. Telefonei à financeira expondo o problema. Lá disseram-me que o meu banco acusara falta de provisão na conta. Confrontadas as contas, verificou-se que estavam, desde Julho a tirar dinheiro da outra conta já antiga, que estava já desactivada. O que é que correu mal desde Julho até agora? Sim, porque o dinheiro foi sempre levantado até Junho sem problemas… O que terá corrido mal, então? Não sei… nem a financeira, nem o meu banco sabem também explicar o que aconteceu. O que é certo é que eu tenho duas prestações em atraso, acrescidas de juros de mora, e eu não tenho culpa absolutamente nenhuma no que aconteceu. A financeira recusa-se a renegociar estas prestações, remetendo tudo para uma outra firma que trata dos pagamentos em atraso! Resumindo e concluindo, é pagar e não protestar. Sempre me lembrei de levar o caso a tribunal, mas iria gastar muito mais dinheiro, para não falar dos aborrecimentos que iria ter… e assim se vão safando os culpados! A penalização cai sempre sobre o desprotegido cidadão anónimo. Como me dizia um senhor meu conhecido a quem aconteceu uma situação idêntica, “tive de pagar ou teria o meu nome sujo no Banco de Portugal”! E assim se vai vivendo neste minúsculo canteiro a que chamamos país - com medo!
Cada dia se torna mais difícil manter um emprego, pelo menos quando os problemas se avolumam, acabando na dicotomia - ou eu ou o emprego. Foi o que aconteceu comigo, após quase vinte anos de ensino. Ao longo destes anos todos, passei por muitas escolas, só repeti uma, e de todas guardo boas recordações e com todas tenho boas relações. Sempre encontrei pessoas dispostas a ajudar e a cumprirem bem com o seu trabalho, o que originava um bom trabalho de equipa e um ambiente óptimo. No ano passado, tive a triste ideia de pedir destacamento para uma escola mais próxima da minha residência e foi o que poderia ter feito de pior na minha vida, uma vez que, ali, fiz a descida aos infernos. Nunca me lembro de me sentir tão mal numa escola. Desde que para lá entrei, confrontei-me sempre com perseguições mais ou menos dissimuladas que acabaram, à falta de outros motivos, com uma falta injustificada. Sabendo que, depois desta falta, os problemas teriam tendência a agravar-se, se lá continuasse, resolvi pedir a rescisão do contrato que me ligava ao ME, no dia dois de Agosto de 2007. Em Setembro, a escola onde estava efectiva contactou-me dizendo que o ME tinha devolvido o meu pedido porque teria de ser dirigido ao Presidente do Conselho Executivo da escola a cujo quadro, eu pertenço, e que teria de pedir a exoneração do cargo. Reformulei o requerimento nos termos requeridos e enviei-o por correio. Acabou assim a minha relação de quase vinte anos com o ensino. Esta falta injustificada, que só me foi anunciada dezassete dias depois, faz-me muita confusão. Nunca tal me aconteceu… e nunca pensei que tal me fosse acontecer, logo a mim, que sempre fui tão cuidadosa.
No final do ano lectivo, já muito cansada, eu tentava passar a informação que estava no placcard dos exames do secundário, e não só, para a minha agenda. Primeiro a informação parecia que não entrava na minha cabeça e a que entrou, foi para emendar o que estava bem. No dia seguinte, cheguei atrasada ao exame. Muito aflita, expliquei o que se tinha passado ao Conselho Executivo daquela escola, a dificuldade que tivera em passar a informação e a confusão que fizera. Fui ao médico, nessa mesma manhã, e expliquei-lhe o que se passava. Exaustão, foi o diagnóstico. Para evitar arranjar complicações para a minha vida e a dos alunos, resolvi faltar aos exames e pedi um atestado que pensava que cobrisse o período até às férias que começariam a 16 de Julho. Outra confusão minha. Começavam a dezoito. De modo que o atestado ia só até 13 de Julho que era sexta-feira. Estava em casa descansada. Comecei as férias e, no dia dois de Agosto, o empregado da secretaria que trata das faltas dos professores comunicou-me que lhe chegara, naquele dia, uma falta minha injustificada do dia 16 de Julho. Depois de algumas trocas de telefonemas, para eu tentar descobrir o que sucedera, fiquei a saber que fizera mais uma confusão, e que as férias começavam só a dezoito. Fiquei arrasada! O senhor sugeriu-me que tentasse encontrar um médico que me passasse um atestado. Após dezassete dias da falta? Fiquei admirada com a sugestão. Seria gozo? Comuniquei-lhe que nesse mesmo dia iria pedir a rescisão do contrato (que não era rescisão!) como já expliquei anteriormente. Sempre me fez confusão esta falta… como é que dão pela falta só dezassete dias depois? Quem é que não fez bem o seu trabalho? O secretariado de exames, o conselho executivo ou o senhor que trata das faltas? Gostava de saber quem é ou são os responsáveis por esta falta comunicada tanto tempo depois. Nas outras escolas, os serviços comunicavam com os professores informando-os das faltas, poucos dias depois da data das mesmas, e lembro-me dos colegas agradecidos responderem que iam enviar atestado… como as pessoas fazem toda a diferença!
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